24 Junho 2014
A Huawei ainda não é a empresa mais famosa do mundo dos smartphones, fora da China. Por aqui ela é mais conhecida por outros serviços e produtos, como modem 3G para computadores, do que por seus celulares. De tempos em tempos a marca cria algo bem bacana e lança, como é o caso do Ascend P6. O chamariz deste aparelho, que não existe mais, é que na época de seu lançamento ele era o smartphone mais fino do mundo e com um design bem premium. Por dentro, a fabricante chinesa colocou um processador próprio, chamado de K3V2, com quatro núcleos rodando a 1.5 GHz, acompanhado de 2 GB de memória RAM e apenas 8 GB de espaço interno - com apenas 4,7 GB livre para o usuário.
Bela caixa branca
A caixa é bem bonita e uma das mais organizadas que já vi. Ela conta com uma textura na parte de fora e com uma lingueta que puxa todo o conteúdo para parte externa. Olhando dentro, encontramos um apoio para o smartphone, com os acessórios organizados por caixas na parte interna - uma sacada genial e que organiza tudo da melhor forma possível.
Organização nível asiática
Em uma caixa você encontra o carregador de tomada com porta USB e o cabo de dados. Em outra, o fone de ouvido que pecou em não seguir o padrão intra auricular, que é mais confortável do que o acessório incluso na caixa. Por fim, uma caixa maior guarda os manuais (que recebemos todos em chinês) e uma simpática capinha transparente de silicone.
Capa para o celular é brinde, mas o fone é de baixa qualidade
Por fora, qualquer semelhança com o iPhone não é mera coincidência. Ele é um Android com cara de iPhone, mas apenas no design das laterais e na cara da parte frontal, que puxa inspiração nos smartphones da Apple até o iPhone 4S. Por outro lado, o P6 é muito mais fino, traz uma ferramenta de abertura das portas na parte lateral e a parte de baixo é curvada, diferente do iPhone. Na frente encontramos uma tela IPS de 4,7 polegadas, com resolução de 1280 x 720 pixels, proteção de Gorilla Glass e uma câmera frontal de absurdos 5 megapixels - que filma em 720p.
Tela de 4,7 polegadas
Do lado esquerdo há uma pequenina ferramenta no smartphone, que serve para abrir os slots de SIM card e também do cartão de memória de até 32 GB. O problema desta ferramenta é que ela esconde a entrada para fone de ouvido, o que significa que se você quiser ouvir música no fone, deve segurar firme a pequena ferramenta e não perder.
Ferramenta que pode ser perdida facilmente
Do outro lado, encontramos os botões físicos para liga/desliga e também de volume.
Portas para microSD e micro SIM
Abaixo não há nada e na parte de cima a Huawei instalou o microfone secundário e também uma porta microUSB.
Entrada microUSB
Atrás, há uma textura bastante confortável nas mãos, alto falante, flash LED e uma câmera de 8 megapixels que filma em Full HD com 30 quadros por segundo.
Câmera de 8 megapixels
A bateria não é removível, mas sua capacidade é de 2.000mAh. Não é possível garantir o uso mediano durante um dia, já que a interface de usuário e o próprio aparelho são altamente consumidores de energia. Infelizmente o celular consome muito mais do que seus concorrentes.
Mesmo com um corpo cheio de linhas retas - onde sua mão fica - e com tela grande, a pegada não é desconfortável. Suas dimensões são: 132,7 milímetros de altura, por 65,5 milímetros de largura e apenas 6,2 milímetros de espessura. Tudo isso com, também apenas, 120 gramas. Este smartphone é bem leve e muito fino, o suficiente para passar desapercebido em qualquer bolso, mesmo nos apertados.
Pegada confortável
A traseira conta com uma textura mais áspera, o que ajuda na hora do aparelho ficar firme e forte onde ele está. Seja uma mesa lisa, ou então na palma da sua mão.
Apenas 6,2 milímetros de espessura
A Huawei, infelizmente, escolheu algumas alterações no Android que deixam a experiência diferente de tudo o que há de smartphones da concorrência - lembra a Dell, mas não tão ruim ou tão travado quanto esta fazia. A versão do sistema operacional móvel do Google é o 4.1.1, que roda até que bem no processador quad-core próprio de 1.5 GHz. Tudo isso dentro de uma alteração do Android que é bem diferente de tudo, com o nome Emotion UI.
Forte customização do Android
De fábrica há quatro telas iniciais, que podem ser reorganizadas para até nove delas, que recebem todos os ícones de apps e widgets possíveis. É algo como o iPhone, que não tem menu de aplicativos - sim, a Huawei eliminou o menu de apps por completo. Isso é um enorme problema, já que se você gosta de widgets (eles são ótimos, de verdade), vai dividir espaço com todos os apps e isso pode levar ao fim do espaço de apps instalados. Não pela memória, mas pela falta de espaço para colocar o ícone dele na tela. Isso é sério. Com alguma organização (com pastas, por exemplo), o problema é amenizado.
Várias opções de transição de tela
Há também algumas animações para a transição entre cada uma das telas, nove delas. Este detalhe dá mais beleza e mesmo com um hardware não tão poderoso, a transição entre cada tela inicial ocorre naturalmente e com poucos engasgos. Se você abrir vários apps, este cenário muda e tudo, ou quase tudo, trava.
Tema do aparelho pode ser trocado
Há a possibilidade de personalização do tema do celular, que vai desde mudar a forma como a animação da tela de bloqueio é realizada, até os ícones dos aplicativos e a fonte utilizada pelo sistema. Pode ser alterada uma a uma, ou escolher o tema de uma vez. É algo como o Windows faz com os temas, manja?
Apps instalados, todos na tela inicial
De fábrica, a empresa trouxe aplicativo de tempo, modo de economia de energia, gerenciador de arquivos, gravador de som, pequeno bloco de notas e um bem-vindo Polaris Office completo, que permite a criação e edição de documentos do Word, planilhas do Excel, apresentações do Power Point e arquivos txt.
Perfis de uso
Há uma forma bastante simples de alterar configurações do aparelho, como volume de toque, brilho da tela, vibração, serviços de dados, Wi-Fi e Bluetooth. Tudo isso pode ser controlado por meio de um perfil, que é bem útil quando você chega no trabalho e precisa ajustar algumas coisas para o aparelho não fazer barulho, por exemplo, junto com o acionamento do Wi-Fi e deixar o Bluetooth desligado. Basta mudar o perfil e tudo é acionado automaticamente. É possível alterar os perfis já salvos ou criar um novo, com qualquer nome.
Chrome
Junto do navegador do Android, há o navegador Chrome. A segunda opção é mais inteligente, bonita e funciona com melhor rapidez. Ele permite a navegação por abas e a sincronia de alguns dados de outros aparelhos, como histórico, favoritos e até abrir abas fechadas recentemente. A renderização da página leva, em média, dois segundos. Não é um ponto negativo, mas poderia ser mais veloz.
O Ascend P6 não é vendido como um smartphone topo de linha de mercado, mas sim como o mais parrudo da fabricante chinesa no Brasil. Quando seguramos ele, a impressão de um "Android iPhone" é tão grande, que passa a ideia de que ele rodará tudo. Mas isso não acontece. Testamos o Real Racing 3 e o jogo travou o tempo todo - e sem nenhum app no fundo. O Asphalt 8 não permitiu que fosse instalado e, o que rodou bem, foi o Riptide GP, que é bem bonito e conta com gráficos bem elaborados.
Riptide GP
O player de música é bastante competente, mas não foi capaz de reproduzir as capas de álbum que estão nas MP3 que testamos. Porém, o aparelho conta com tecnologia de melhoria de áudio da Dolby, que só faz sentido quando um fone de ouvido é utilizado. Ele melhora a qualidade, mas não faz milagre.
Player de música, sem arte do álbum
Não há player de vídeo nativo e muito menos algum criado pela empresa. Neste caso, todos os vídeos são reproduzidos na galeria de fotos. O aparelho conseguiu reproduzir um clipe em Full HD (1080p) sem problemas.
Vídeo em 1080p, sem problemas na reprodução
O sensor da câmera traseira fotografa em até 8 megapixels e o frontal em até absurdos 5 megapixels. É, de longe, a câmera frontal com maior resolução de imagem. Infelizmente este tanto de megapixels não significa qualidade. As fotos tiradas com a lente traseira apresentam uma qualidade razoável em boa luminosidade, mas os brancos estouram com facilidade e os verdes não são reproduzidos como deveriam. Em fotos noturnas há muito granulado e pouca luz entrando.
Foto com boa luminosidade
No vídeo, o resultado segue o padrão das fotos, com a adição de um estabilizador de imagens bem inexistente. Qualquer filmagem treme bastante na mão.
Foto noturna, sem filtros
Pontos fortes
- Extremamente fino
- Melhorias de áudio no fone de ouvido
- Ferramenta de abertua de slots já no aparelho
- Muito leve
Pontos fracos
- Ferramenta de abertura está no slot de fone de ouvido
- Interface extremamente customizada
- Interface consome muita memória RAM
- Bateria de pouca duração
Poderia trazer um hardware mais parrudo, pelo custo.
Embalagem mais organizada que já testei
Pegada poderia ser mais confortável, se as bordas fossem mais arredondadas
Se você já usa Android, vai estranhar tudo. Se não usa, também vai (não há dicas sobre o uso, isso atrapalha)
Reproduziu todas as músicas e vídeos, mas música sem arte do álbum e vídeo sem player específico.
Um Android que lembra muito um iPhone, com uma interface extremamente customizada, mas de bom tamanho
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Huawei Ascend P6