18 Dezembro 2015
O G Flex entra num mercado inaugurado, de certa forma, pelo Galaxy Round, que foi o primeiro smartphone com tela curvada lançado no mundo. Porém, a LG trouxe um aparelho que além de curvo, é flexível de fato e que a curvatura segue outro rumo (outra direção). Além de flexível e curvo, seu corpo pode regenerar parcialmente de riscos leves, algo também único. Por dentro, o aparelho conta com um processador Snapdragon 800 rodando quatro núcleos a 2.26 GHz, acompanhado de 2 GB de memória RAM e 32 GB de espaço interno.
Caixa também é curva
A caixa não segue qualquer padrão da LG, já que a parte superior acompanha a curvatura natural do dispositivo. Abrindo a embalagem, temos o celular, carregador de tomada com porta USB, cabo de dados microUSB, fone de ouvido de altíssima qualidade (chamado de QuadBeat 2), manual de instruções e uma ferramenta utilizada para abrir a gaveta onde fica o chip da operadora, no padrão Micro-SIM.
Acessórios
Ferramenta para abrir gaveta do Micro-SIM
A parte de fora do aparelho exibe o seu real chamariz: um corpo curvo e que realmente é flexível. Todo o interior do dispositivo pode ser curvado para sua forma natural, que seria liso. É possível, mas não recomendamos, que o celular fique reto e depois ele volta ao formato curvo, sem qualquer dano para o dispositivo, sua bateria ou componentes internos.
Flexível, de verdade
Além disso, a parte traseira recebeu um tratamento para impedir que riscos e arranhões fiquem por ali, para sempre. A verdade é que, infelizmente, a mágica não é tão poderosa e a recuperação ocorre apenas em riscos bem pequenos e superficiais. Em nossos testes, riscamos com pouca força a traseira, com uma chave, e também riscos bem mais leves com a mesma ferramenta. Depois de 30 minutos, os riscos leves deixaram de ficar evidentes, mas ainda estão lá e é possível sentir com o passar de um dedo. O risco mais profundo, bem, continua lá até agora.
Risco grande, vísivel. Riscos menores (na borda), quase sumiram
Na parte da frente, temos uma tela curva P-OLED, que apresenta ótima qualidade de cores, mas um problema grave na exibição de algumas. Em brilho fraco, a impressão é que tudo está com algum granulado, sensação semelhante ao que temos quando uma película plástica está acima do vidro do celular. A maioria dos ícones, onde é mais visível este problema, fica com um aspecto de "sujo". O G Flex utiliza uma tecnologia plástica (dai vem o P, antes do OLED) para permitir que a tela seja flexível, sem danificar o que está abaixo do vidro.
Ícones com problema na cor, parecem "sujos"
Esta tecnologia ainda está em desenvolvimento e problemas existem, como o da exibição de cores. Outro ponto é sua resolução, que trabalha em 1280 x 720 pixels, abaixo de todos os Androids topo de linha. A resolução é outro limitador que foi imposto pela tecnologia da tela. Ainda na frente, temos sensores de luz, proximidade e uma câmera de 2,1 megapixels e que filma em Full HD (1080p).
Tela curva, com tecnologia P-OLED
Nas laterais não há qualquer botão ou entrada, apenas uma gaveta do lado direito, que acomoda o chip da operadora (Micro-SIM).
Gaveta para o Micro-SIM
Na parte de cima, fica o microfone secundário para isolamento de ruídos.
Microfone secundário
Abaixo de tudo, está a entrada microUSB e o microfone principal.
Entrada microUSB
Atrás ficam, assim como no G2, os botões de volume e liga/desliga, junto da câmera de 13 megapixels que filma em até 4K (resolução quatro vezes superior ao Full HD), um LED para flash e uma porta infravermelha. Abaixo da traseira fica a bateria de 3.500mAh, com carga suficiente para mais de um dia, com uso moderado.
Traseira, quase iguai al G2
O G Flex é um phablet, dos enormes. São seis polegadas de tela que ocupam uma mão inteira, mesmo naquelas mãos grandes. Com um corpo de 160,5 milímetros de altura, por 81,6 milímetros de largura e 8,7 milímetros de espessura, o aparelho não passa desapercebido nas mãos de seu dono. Tudo isso somado aos 177 gramas, que deixam o gadget bem pesado - principalmente quando há competidores diretos bem mais leves.
Tela grande, muito grande
A tela curva não atrapalha na hora de segurar com uma mão, que até oferece uma empunhadura mais confortável e segura. A traseira passa uma sensação de superfície mais áspera, o que auxilia nesta sensação de que o smartphone não vai escorregar das suas mãos.
Aparelho bastante fino
A LG não economizou no hardware do G Flex, principalmente no ponto onde ele puxa exatamente todo o desempenho exibido no seu irmão mais velho, o G2. Há exatamente a mesma velocidade de processador, mesma quantidade de memória RAM e mesma placa gráfica. Se você não leu nosso review do G2, vamos atualizar as infromações aqui: o processador é um Snapdragon 800 rodando quatro núcleos a 2.26 Ghz, acompanhado de 2 GB de memória RAM, GPU Adreno 330 e 32 GB de espaço interno (no G2, há opção para 16 GB também).
Nova interface, com cores chapadas
O Android que roda no G Flex está na versão 4.2.2, mas com atualização prometida para o 4.4 em breve. Nesta versão, há uma singela diferença para o G2, já que a interface de usuário que a LG altera do Android puro está com cores chapadas e detalhes minimalistas (alô iOS 7 e novo TouhWiz!). Para diferenciar este modelo de outros, até mesmo da própria LG, a empresa colocou alguns recursos extras que chamam atenção. Um deles é a possibilidade de exibir os apps abertos de outra forma, não somente como é feito no multitarefa. Se você puxar cada app aberto para a direita, com três dedos, armazena o app e ele poderá ser "puxado novamente" quando você estiver na tela inicial. Não é um recurso que vai ajudar na produtividade, mas entrega mais beleza ao multitarefa tradicional do Android - que está presente.
Nova forma de multitarefa
Além disso, é possível abrir dois apps ao mesmo tempo, bastando segurar o botão de voltar por mais de dois segundos e escolher qual app vai para cada área da tela. Esta área pode ser redefinida manualmente e a posição dos aplicativos pode ser alterada com apenas um toque na tela. Como o display é grande, esta função é uma daquelas que pode ajudar e entregar mais produtividade. Além disso, há os tradicionais QuickMemo (tira um screenshot e permite que você desenhe na tela), QSlide (abre apps em miniatura) e Quick Remote (controle remoto universal, da LG para qualquer fabricante de TV e outros eletrônicos).
Dois apps abertos ao mesmo tempo
Com estes recursos ativos, a central de notificações continua extremamente poluída e quase sem espaço para notificações, um problema antigo da fabricante e que ainda não foi sanado. Mesmo com alguns recursos desativados, como o Quick Remote, os atalhos e funções desta área ocupam três dedos de todo o restante do display.
Central de notificações, ainda lotada
Não há algum aplciativo que tire proveito da tela curvada do aparelho. Na real até existe um, que apenas é uma nova interface para um player de vídeos, que acessa o YouTube e também as fotos do dispositivo. De fato, não há absolutamente nada no aparelho que faz uso deste novo formato de tela. A LG afirma que um dos benefícios é a semelhança com as telas IMAX do cinema, que são curvadas. No uso, em nossos testes, esta diferença não resultou em melhorias para a imagem - que é um dos pontos fracos mais pesados, já que a resolução é baixa e há o problema das cores que ficam mais granuladas.
Único app que tira algum proveito da tela curva
O navegador é o Chrome, mas divide espaço com outro navegador do Android também. É confuso, principalmente quando o Chrome é padrão desta versão do sistema operacional móvel do Google e bem superior ao browser antigo. A visualização das páginas é bastante confortável - graças ao grande display e resolução Full HD - e a renderização de página é veloz.
Chrome
Assim como seu irmão mais velho, o G2, o G Flex entrega o que há de melhor no hardware para Android. Isso inclui ótimo desempenho para jogos de todos os tipos. Quem controla a parte gráfica é uma Adreno 330, que foi capaz de rodar desde o jogo mais simples, como Angry Birds, até títulos pesados e cheios de efeitos, como é o caso de Real Racing 3 e Asphalt 8: Airborne. Tudo rodou sem um travamento, sem um engasgo.
Asphalt 8
O player de música cumpre seu papel com poucos extras (o principal é um equalizador sonoro, no botão direito da tela). Todas as canções que testamos, independente da taxa de bits, foram reproduzidas sem qualquer problema ou engasgo. A LG apresentava um seríssimo problema com a reprodução de capas de álbuns, algo que não ocorreu neste aparelho.
Tocador de músicas
O player de vídeo faz o mesmo. Ele não adiciona nada, mas faz o que deve fazer: reproduz vídeos. Os arquivos de até 1080p fora reproduzidos sem qualquer problema, com a possibilidade de colocar o vídeo em uma janela flutuante e fazer outra coisa enquanto ele é reproduzido, como ler o jornal no navegador.
Vídeo reproduzido, em 1080p
A LG ainda não conseguiu a maestria em fotos, da mesma forma como lida bem com a tela que as exibe. A câmera do G Flex, que fotografa em até 13 megapixels, ainda não entrega uma qualidade tão boa nas imagens, como acontece com concorrentes (como é o caso do Lumia 1020 ou Galaxy S5). Porém, as imagens capturadas com boa luminosidade entregam boa quantidade de detalhes, com boa reprodução de cores. Em fotos noturnas, a qualidade cai bastante e o granulado fica visível, mais visível do que ocorria com o G2, por exemplo.
Foto com boa luminosidade
Nos vídeos a qualidade segue o mesmo padrão, mas elevou a resolução para fabulosos (e gigantescos) 4K, que é uma resolução quatro vezes superior ao Full HD. Este tipo de arquivo apresenta seu ponto negativo no enorme tamanho que ocupa na memória, e na dificuldade de reprodução deste conteúdo em computadores mais modestos.
Foto noturna
Pontos fortes
- Traseira recupera (ainda qe pouco) riscos
- Aparelho realmente flexível
- Hardware de ponta
- Espaço interno generoso
Pontos fracos
- Tela de baixa resolução
- Tela com problemas para exibir cores
- Curvatura não aproveitada em apps
- Curvatura não oferece melhorias significativas para a pegada do aparelho
Se o G2 (que tem basicamente o mesmo hardware) não custasse bem menos, o G Flex receberia uma nota bem maior.
Embalagem segue o padrão de curvatura do aparelho, é sóbria e bem organizada.
Pegada é confortável e a traseira não apresenta a sensação de que o aparelho irá escorregar.
Android que a LG modifica, sempre bem intuitivo e com algumas dicas de uso.
Rodou tudo, absolutamente tudo que testamos.
Se você busca algo inovador, é a melhor pedida. Porém, se quer bom desempenho e ainda a marca da LG, procure pelo G2, que tem o mesmo hardware, tela de melhor qualidade e preço mais atraente.
Onde Comprar
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