A família Moto G está muito diferente do que estamos acostumados, pois este ano a Lenovo decidiu trazer para o mercado três versões diferentes para atingir um público mais amplo e específico. Nós trazemos aqui para vocês a nossa análise do Moto G4 Play, versão mais baratinha da linha que chega com alguns recursos bem interessantes, porém não traz nenhuma novidade tão gritante.

Logo na sua caixa vemos que a Motorola/Lenovo trouxe o de sempre: um design simples com a foto e logo do dispositivo/marca. Ao abri-la, temos o celular logo de cara e um compartimento logo abaixo com os seus acessórios: uma capinha traseira extra, fones de ouvido (que são muito, mas muito simples), cabo USB com ponta microUSB, carregador de parede (10W) e a antena que faz a TV digital funcionar. Sim, você ainda precisará conectar a antena à entrada para fones de ouvido.

Na parte de fora do G4 Play nós temos um celular idêntico ao Moto G4, embora a diferença de tamanho seja bastante visível. Dentre os três, ele é o que melhor se encaixa na sua mão e tem a traseira um pouco mais “gordinha”.

Sua composição de plástico nas laterais que simulam o metal é bastante agradável, além da tampa traseira que é em silicone emborrachado e facilita também na pegada do dispositivo. E um ponto positivo aqui é que essa tampa traseira é removível, bem como a sua bateria.

A Lenovo traz na parte frontal os alto-falantes que não tem uma qualidade tão boa se comparados com os outros dois modelos da linha, sensores de luz e proximidade e o de câmera e o microfone na parte inferior. Temos botões apenas na lateral direita: o de ligar e desligar, que traz uma textura para diferenciá-lo, e os de controle de volume. No topo do aparelho encontramos a entrada para fones de ouvido e a parte inferior traz a porta microUSB.

Já na traseira nós temos o logo da marca Moto, o sensor de câmera com flash LED (que tem uma leve protuberância) e o microfone secundário.

O visual do G4 Play é bastante agradável e a sua traseira é arredondada, como já citamos. Ele não traz nenhuma característica tão marcante, mas a Lenovo também adiciona uma capinha extra na sua caixa para que você possa personalizar o aparelho.

Voltando à tampa traseira que é removível, aqui nós encontramos sua bateria que pode ser substituída e slots para dois chips de operadora (compatíveis com 4G LTE) no formato Micro SIM e um para microSD de até 128 GB.

Já a tela do G4 Play traz um painel IPS LCD de 5 polegadas (que ocupa cerca de 66% do corpo frontal) com resolução HD (720 x 1280 pixels), dando a ele uma densidade aproximada de 294 ppi. Isso é bacana para um celular de entrada, embora sua qualidade não seja uma das melhores.

É possível notarmos alguns pixels em atividades mais específicas, como na reprodução de um vídeo com alta qualidade de imagem ou em jogos mais pesados. Em suma isso não atrapalha no desempenho geral do dispositivo, mas ainda temos a impressão de “isso aqui poderia ser melhor”.

Sua tela também ocupa um espaço pouco considerável na parte frontal, o que deixa o aparelho com algumas bordas um tanto quanto exageradas. Não é nada tão dramático, não pense por este lado. Como temos um produto pequeno em mãos, este ponto aqui não é algo para se preocupar.

Sua utilização, mesmo em ambientes externos com luz solar forte, acaba sendo bastante agradável, pois o dispositivo tem brilho suficiente para garantir uma boa exibição nos mais variados lugares.

Se por um lado o G4 Play traz bateria removível, a Lenovo retirou, infelizmente, a proteção contra água do aparelho. Ele não pode dar alguns mergulhos, então tenha cuidado com o celular. A fabricante adicionou, porém, nanorrevestimento que garante uma proteção contra respingos d’água, mas nada além disso.

Seu corpo de plástico com bordas laterais arredondadas faz com que o dispositivo se encaixe muito bem na mão, eliminando na necessidade de utilizar as duas para manuseá-lo com mais facilidade.

Ele tem 144.4 mm de altura, por 72 mm de largura, com 9.9 mm de espessura. De peso, o G4 Play tem 137 gramas e se mostra um produto não somente pequeno, como também bastante leve.

A tampa traseira que é em silicone emborrachado e traz uma leve textura também nos ajuda neste quesito: no bolso, por exemplo, o aparelho não fica se mexendo toda hora. E, para reforçar, seu tamanho ajuda também na hora de segurá-lo com apenas uma das mãos, pois ele traz bastante segurança nesta hora.

Não queremos chamar isto aqui de reciclagem, mas logo de cara, ao pegá-lo pela primeira vez em mãos, temos a impressão de que estamos brincando com um produto da geração passada, porém com mudanças bem pequenas.

O G4 Play traz um chipset Qualcomm MSM8916 Snapdragon 410, que é quad-core rodando a 1.2 GHz. Ele embarca ainda uma GPU Adreno 306 para ajuda-lo nos gráficos. O dispositivo ainda traz 2 GB de RAM e 16 GB de memória interna, que pode ser expansível via microSD de até 128 GB.

Dos 16 GB de memória, o G4 Play oferece aos usuários cerca de 10,96 GB para uso.

Aqui neste ponto você deve estar se imaginando como o G4 Play se sai nos mais variados usos, não é? Pois bem, saiba que com ele você conseguirá trabalhar um dia inteiro sem nenhum problema tão grave de desempenho, mas tenha em mente que estamos falando de um produto de entrada.

O G4 Play tem poder suficiente para rodar os principais aplicativos e jogos da atualidade, mas o seu desempenho, como já citamos, certamente não é um dos melhores. É possível notarmos alguns engasgamentos com títulos mais pesados, porém isto não atrapalha a sua experiência geral, pois o produto ainda assim é bem eficiente.

AnTuTu: 28.266;

Geekbench 3: 479 (single-core) e 1.428 (multi-core)

3DMark: 52 (?)*

No software nós temos o Android 6.0.1 Marshmallow de fábrica, rodando sem nenhuma alteração de interface por parte da Lenovo. A única adição por aqui é o aplicativo Moto, onde você pode gerenciar alguns recursos de tela: por aqui, por exemplo, você pode usar um gesto furtivo para reduzir o tamanho da tela e alcançar todos os pontos, mas ainda existe um outro que é mais legal.

A Lenovo manteve o recurso de tela inteligente, que liga alguns pixels da mesma quando você faz o gesto de levantar o produto. Isso exibe, além das horas, as suas notificações.

Não temos nenhum LED de notificações, porém a Lenovo também trouxe compatibilidade com TV Digital, onde você pode gravar seus canais, deixá-los como favoritos e mais. O sinal recebido por ele não é o mesmo do G4, logo a sua qualidade também é inferior.

E por aqui novamente nos deparamos com a antena que fica presa à entrada para fones de ouvido. Isto sempre foi um leve incômodo, mas aparentemente não temos uma outra maneira de fazer com que a TV Digital do dispositivo possa funcionar.

Vamos lá: são 2 GB de RAM com GPU Adreno 306. O chipset Snapdragon 410 é o mesmo utilizado pela Motorola no Moto G do ano passado, então você deve esperar um desempenho bastante similar entre esses dois caras aqui.

O G4 Play tem poder de fogo suficiente para manter as renderizações em 3D com uma certa facilidade, mas nada tão exagerado. Em títulos mais pesados você vai notar sim uma série de travamentos e problemas com quedas de FPS, afinal o celular não traz um hardware digno o suficiente para realizar estas funções com mais facilidade.

Em games mais leves, porém, o desempenho fica dentro do esperado: o G4 Play consegue rodar os títulos mais comuns da Play Store com bastante facilidade. Ele também conta com sensor acelerômetro, então títulos compatíveis com o recurso vão funcionar sem nenhum problema.

A bateria do Moto G4 Play é de 2.800 mAh e pode ser removida para substituição, sendo este um ponto bastante positivo do produto. Mas, tratando-se de consumo, como pudemos notar em nosso teste de bateria que foi realizado em tempo real, o veredito final é que o celular consegue ficar um dia inteiro bem longe das tomadas, mas nada além disso.

Tivemos um consumo médio, utilizando aplicativos de redes sociais, mensageiros e ouvindo músicas apenas por streaming, de 5,1% por hora, com pouco mais de 5h30m de tela. Em suma, o G4 Play foi capaz de passar mais de 16 horas ativo, recebendo uma boa quantidade de e-mails e ligações.

No geral, como já citamos, por aqui você facilmente conseguirá utilizá-lo no seu dia a dia sem nenhum problema de bateria, mas se você estiver pensando em estender este uso vai precisar abdicar de alguns aplicativos (como o Facebook, Instagram, jogos) e também, provavelmente, precisará do modo de economia de energia para ajudá-lo nesta empreitada.

Vamos lá: o G4 Play tem uma câmera traseira de 8 megapixels com abertura f/2.2 que pode filmar em Full HD com 30 fps. Por aqui não temos o recurso de ativação rápida da câmera, que funciona quando você balança o aparelho por algumas vezes. Não temos nenhuma opção para gravar com 60 fps ou mais, e isto pode ser algo que incomoda bastante.

Já na parte frontal nós temos um sensor de 5 megapixels também com abertura f/2.2 e que também pode gravar em Full HD@30 fps.

O resultado das fotos feitas com o G4 Play não é um dos melhores, embora seja bem satisfatório. Nós inclusive realizamos um comparativo de câmeras entre ele e outros modelos da linha Moto G, e você pode conferir tudo acessando esta página.

Em suma, o G4 Play consegue suavizar as imagens que são clicadas em ambientes com baixa luminosidade, algo que ajuda um pouquinho o resultado final das imagens clicadas com o seu sensor com abertura f/2.2. Mas, de uma forma bastante geral, com ele conseguimos fazer belos cliques durante o dia, mas as fotos noturnas podem pecar bastante.

Por aqui ainda contamos com HDR, fotos panorâmicas e foco automático.

Pontos fortes

• Slot para microSD de 128 GB;
• Bateria removível e com boa duração;
• Design arredondado e confortável;
• TV Digital.

Pontos fracos

• Perdeu certificação IP68;
• Hardware do ano passado;
• Perdeu recursos extras de outros modelos da linha Moto G;
• TV Digital – sim, ela também entra aqui pois não vem com a mesma qualidade do Moto G4 e ainda precisamos utilizar a antena no conector para fones de ouvido.

*No teste realizado com o 3DMark, o aplicativo não estava otimizado para o Moto G4 Play, portanto os resultados devem ser atualizados assim que o aplicativo também for atualizado e novos testes forem feitos.