Curiosidade 15 Set
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na última quarta-feira, o que rendeu uma curiosa histeria coletiva por causa da apresentação de Power Point.
Dentre as páginas que compõe o documento assinado por procuradores da República responsáveis pela Operação Lava Jato, um detalhe chama a atenção: o WhatsApp foi parte importante da composição da denúncia. Cópias de mensagens trocadas entre Léo Pinheiro, ex-presidente preso da OAS, e Marcelo Ramalho, funcionário do grupo, apontam para uma conexão com Fábio Lula da Silva, o filho do político.
A acusação alega que a OAS pagava propinas para o ex-presidente da República por meio do custeio de imóveis, dentre eles o triplex do Guarujá e o sítio em Atibaia, citados em conversas do WhatsApp e colhidas pelo MPF. Os procuradores destacam que não foi preciso quebrar a criptografia do smartphone de Léo Pinheiro, já que o dispositivo foi apreendido pela Polícia Federal durante a 7ª fase da Operação Lava Jato e, assim, os investigadores tiveram acesso.
Segundo a denúncia, Léo Pinheiro e um funcionário tinham o contato de Fábio Luiz da Silva, filho de Lula, que foi identificado nas mensagens como "Doutor Fábio". Consta no documento o seguinte indicio de ligação entre os dois:
A vinculação do filho do ex-presidente da República ao telefone indicado por Marcos Ramalho como sendo de propriedade do “Dr. Fábio” é feita pelo fato de que, quando tal número é salvo em qualquer aparelho telefônico e selecionado no aplicativo “WhatsApp”, aparece como imagem do contato uma foto de Fábio Lula da Silva.
O MPF, criticado por não ter provas contundentes do envolvimento de Lula com as empreiteiras, cita ainda em relatório que o celular de Léo Pinheiro revela a proximidade do executivo com o político. Em um dos trechos do documento de denúncia aparece a seguinte passagem:
Lula já era bastante próximo do principal executivo da Construtora OAS, Léo Pinheiro, tendo sido apreendidas no celular desse, inclusive, diversas anotações demonstrando extensas “pautas” de interesses a serem tratados com o ex-presidente da República, incluindo obras públicas. Assim, Léo Pinheiro, possuindo poder de gestão sobre o Grupo OAS, comandou a geração de recursos espúrios na celebração de contratos entre a Construtora OAS e Administração Pública Federal.
A defesa do ex-presidente alega que ele não é dono e nem beneficiário dos imóveis que teriam recebido melhorias e reformas da empreiteira. Além disso, há críticas sobre a fragilidade das provas apresentadas.
Além do WhatsApp, o mensageiro da BlackBerry também ajudou os investigadores da Operação Lava Jato anteriormente.
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