Android 13 Out
A Samsung resolveu descontinuar o Galaxy Note 7 após o problema com as explosões continuar a acontecer com os aparelhos de reposição. A morte de um modelo é algo muito raro na indústria da telefonia móvel, e a história do phablet será contada ainda por muitos anos. Mas o caso ainda não acabou, claro.
Ainda há questões a serem respondidas. Até o primeiro recall, a culpa das explosões era da bateria defeituosa. Um problema na fabricação de baterias da Samsung SDI tornou o componente inseguro. A fornecedora foi substituída, com a promessa de que as baterias fabricadas pela ATL seriam totalmente seguras. Não foi o que aconteceu.
Como as explosões continuaram a acontecer, e não eram casos isolados, a Samsung resolveu pôr fim à produção e às vendas do Note 7. E os aparelhos estão sendo recolhidos, com direito a envio de um kit digno de esquadrão antibombas. Quem ainda não trocou a primeira versão agora terá que optar por um reembolso ou por ficar com um Galaxy S7 ou S7 Edge.
Bateria não era a culpada
Uma reportagem do jornal The New York Times revela que houve falta de cuidado na hora de culpar a bateria, em primeiro lugar. Não houve testes suficientes, e as explosões sequer puderam ser replicadas em laboratório.
“Ela foi muito apressada em culpar as baterias; eu acho que não havia nada de errado com elas ou que elas não eram o principal problema”, disse Park Chul-wan, ex-diretor do Centro para Baterias Avançadas no Korea Electronics Technology Institute, que disse ter lido os documentos da agência regulatória [Korean Agency for Technology and Standards].
Park conversou com engenheiros da Samsung e contou que eles não sabiam exatamente o que havia acontecido. Se o problema fosse realmente o divulgado pela companhia, testes em laboratório teriam sido suficientes para replicar as explosões.
“O problema parece ser muito mais complexo”, avaliou Park. “O Note 7 tinha muito mais recursos e era muito mais complexo do que qualquer outro telefone já fabricado. Em uma corrida para ultrapassar o iPhone, a Samsung parece ter colocado tanta inovação que o aparelho tornou-se incontrolável”, observou, concordando com a avaliação de outros especialistas.
Mas, então, o que realmente aconteceu com o Galaxy Note 7? Só saberemos mais para a frente. A Samsung promete detalhar o que houve “em algumas semanas”. Por enquanto, a companhia está investigando os aparelhos. Por mais que a gente queira saber qual foi o problema, esperamos que, desta vez, não seja apontado um culpado às pressas.
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