Curiosidade 25 Ago
Se você usa aplicativos de paquera, saiba que nem todos usuários estão ali para marcar um encontro romântico - alguns deles querem vender drogas. Traficantes estão aproveitando as vantagens que esses apps oferecem para comercializar em São Paulo.
Após uma rápida negociação com o usuário através de serviços como o Hornet ou Grindr, a entrega pode ser realizada onde o cliente estiver ou em sua própria residência. Os perfis dos traficantes são facilmente identificáveis e eles oferecem drogas como cocaína, GHB, metanfetamina e ecstasy.
A preferência por esses aplicativos é devido à geolocalização e à ausência de filtros de pesquisa. Desse modo, os apps mostram qualquer pessoa que estejam por perto, sem levar em conta a idade ou preferências. Além disso, procurar pessoas que estejam por perto ajuda o traficante a selecionar clientes que estejam onde a entrega é mais fácil. Por fim, estes apps não exigem nenhum tipo de verificação para validar os usuários cadastrados.
Tudo é feito de modo muito simples. Basta o usuário perguntar "quanto?" e a conversa será levara para o WhatsApp (para aproveitar a criptografia de dados), onde será combinado o local de encontro.
De acordo com a reportagem do UOL, que entrevistou um dos clientes que realiza compras através do Grindr, os traficantes também enviam fotos da droga.
É tudo direto e muito rápido, sem papo. Você pergunta 'quanto?', combina de se encontrar e pronto. Recebi até foto da droga pelo app mesmo, para ver se era o que eu queria. Fui até o prédio, chamei na portaria. Dei o nome dele e fui liberado para subir. Ele abriu a porta e me convidou para entrar. Foi um negócio. Ele não tentou nada, não deu em cima de mim em momento nenhum.
Outro usuário que deu entrevista ao UOL disse que, no seu caso, a droga foi entregue em sua própria casa. Ele efetuou o pagamento através de transferência bancária e pagou o táxi do traficante.
Sean Howell, presidente da empresa que administra o Hornet, disse em uma nota não acreditar que o aplicativo seja usado por pessoas que tenham o interesse único de vender drogas.
Todas as fotos públicas de um perfil passam por moderação. Pessoas vendendo drogas (ou qualquer item) costumam fazer o upload das imagens do que vendem. Quando o moderador vê uma imagem de droga (ou de objetos usados para produção e consumo), o perfil é imediatamente suspenso.
De acordo com o Marco Civil da Internet, as empresas proprietárias dos aplicativos não podem ser responsabilizadas por irregularidades realizadas por seus usuários dentro de seus serviços. A lei 11.343, conhecida como Lei Antidrogas, prevê pena de 5 a 15 anos de prisão.
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