02 Março 2017
Durante a MWC 2017, a HMD anunciou três smartphones Nokia: os modelos Nokia 6, Nokia 5 e Nokia 3, além de um relançamento do 3310, que vem inclusive com o saudoso jogo da cobrinha. Em meio às novidades, ficam algumas dúvidas sobre distribuição, suporte, qualidade dos produtos e, especialmente, a relação entre as marcas HMD e Nokia.
Bem, os representantes das marcas - ambas da Finlândia - mencionaram algumas informações importantes sobre esses temas.
Em uma entrevista, o diretor de marketing Pekka Rantala disse que "todos os produtos anunciados, Nokia 3310, Nokia 6, Nokia 5 e Nokia 3, estarão disponíveis no segundo trimestre deste ano na Índia. O preço de venda global médio para o Nokia 3310 é de 49 euros". Conforme já havíamos relatado, além de fabricar os modelos na Índia, a empresa terá grande foco no pós-venda na região.
Porem, a Índia não é o único alvo. No dia do lançamento, os aparelhos estarão disponíveis em, pelo menos, 120 mercados, como veremos mais abaixo.
A HMD Global tem licença para projetar e vender smartphones da marca Nokia globalmente, bem como usar tecnologias desenvolvidas pela Nokia Corporation. O Presidente e CEO da Nokia, Rajeev Suri, disse que trata-se de "uma nova era" da marca.
Agora, estamos celebrando a nova era da marca Nokia, que é a razão de estarmos com a HMD Global.Tenho também que deixar muito claro que não iria licenciar a marca Nokia para qualquer um. É muito importante para nós. Foi escolhido cuidadosamente. Nós olhamos o mercado. Nós olhamos para o Google para ser nosso parceiro de licenciamento de marca.
Tudo de acordo com a publicação oficial da Nokia em seu site, em dezembro de 2016, onde a empresa "confirma que o acordo estratégico que abrange direitos de marca e licenciamento de propriedade intelectual com a HMD Global Oy (HMD), originalmente anunciado em 18 de maio de 2016, entrou em vigor".
Esta publicação afirma que a HMD continuará a comercializar os modelos Nokia "como parte de um portfólio integrado, juntamente com uma nova gama de smartphones e tablets a ser anunciada mais tarde pela HMD". A Nokia receberá pagamentos de royalties da HMD pelas vendas de todos os aparelhos celulares e tablets da marca Nokia, "abrangendo direitos de marca e direitos de propriedade intelectual. A Nokia não é investidora ou acionista da HMD".
Ainda segundo Rajeev durante a MWC, a "Nokia hoje é principalmente uma empresa B2B" ("de empresa para empresa"). Ou seja, ela basicamente realiza seus negócios e gera suas rendas através de negociações com outras companhias. "A maior parte de nossa receita vem de nossas empresas de redes, mas agora, queremos começar a trazer de volta o foco do consumidor ", completa.
Rantala disse que o preço na Índia e outros países podem flutuar um pouco por causa da tributação e outros fatores de custo associados a cada país.
O Nokia 3310, conhecido por sua robustez - e apelidado de "indestrutível" - foi o telefone mais utilizado globalmente em 2000-05. Estima-se que tenha vendido 126 milhões de unidades no mundo, quando havia apenas alguns países com redes móveis.
Ainda que o novo modelo conte apenas com conectividade para redes GSM, a HMD acredita que há um mercado promissor em regiões como a Índia. Além disso, falou sobre a intenção de manter os preços abaixo das sugestões de distribuidores.
Quando fomos aos nossos distribuidores para a pesquisa de preços, eles mencionaram preços mais altos. Mas queremos vender nossos smartphones a preços que são sustentáveis. Quando se trata da Índia, acredito que há um perfil de consumidor que vai vê-lo (Nokia 3310) como um segundo telefone.
A HMD Global está planejando levar o Nokia 3310 para a Ásia-Pacífico, mas diversos países na região não terão suporte ao dispositivo em suas respectivas redes, já que as operadores estão desativando seus serviços 2G.
Arto Numella declarou durante a apresentação que eles já contam mais de 500 parceiros em mais de 120 países, que estão se preparando para lançar os novos dispositivos Nokia. Quando o lançamento for anunciado, os dispositivos estarão disponíveis globalmente "desde o início".
Isso significa que a HMD lançará o Nokia 3, 5 e 6 ao mesmo tempo em mais de 120 países. Isso é bastante impressionante e não deixa dúvidas das capacidades logísticas da startup, por mais que muitos ainda a considerem uma "empresa pequena".
De acordo com os planos, o lançamento deverá ocorrer em algum dia do segundo trimestre do ano, ou seja, entre 1 de abril e 30 de junho.
Por fim, um assunto que não foi muito mencionado e ficou "no ar", é sobre o sistema operacional. Os três modelos de smartphones vêm com a versão mais recente do Android, o Nougat. O Nokia 6 e o 5 terá instalado o 7.1.1, enquanto o Nokia 3 virá com o 7.0.
A promessa é de que o sistema operacional seja o Android "mais puro" possível, o que permitirá uma boa experiência mesmo em hardware de baixo custo, como no Nokia 3.
Agora a notícia que mais deve ser levada em conta por quem pretende adquirir um desses modelos é que a HMD, em parceria com o Google, promete atualizações de segurança mensais para os modelos e updates mais rápidos durante três anos para novos lançamentos do Android quando estiverem disponíveis. Claro, também estarão inclusos todos os recursos mais recentes, como o Google Assistant. "Nós realmente acreditamos que puro e seguro é o caminho certo", disse Juha Sarvikas.
O Android chegou a um ponto onde a melhor experiência do usuário é alinhar com ele.
Com tudo isso, a HMD espera conseguir atrair os fãs da Nokia com o mesmo entusiasmo, além de conquistar novos usuários famintos pelas novidades do mundo Android a um preço acessível. "Não houve smartphone Nokia no mercado há algum tempo, e ainda é uma das principais preferências. E agora, quando combinamos o Android, finalmente, na Nokia, vai haver uma explosão na demanda", garante Numella.
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