Windows 15 Mar
Acelerômetros estão presentes dentro de milhões de smartphones, automóveis, dispositivos médicos, dispositivos anti-roubo, drones, e muitos outros produtos tecnológicos, em inúmeros lares e empresas. Por isso é preocupante o fato de que essa peça de hardware pode ser "enganada" por meio de ondas sonoras específicas, e fazê-las registrar movimentos inexistentes.
Essa descoberta foi feita por uma equipe de pesquisadores da Universidde de Michigan, que encontrou uma maneira de "sequestrar" os sensores. A técnica usada pode danificar a integridade digital do acelerômetro e uma falsificação causada pela interferência acústica intencional permite um meio para que os atacantes entreguem valores digitais escolhidos por eles próprios.
Microprocessadores e sistemas embutidos que confiam cegamente na integridade das saídas de sensores não validadas podem ser enganados, causando sérias consequências.
Para a demonstração, eles criaram vídeos com seus áudios originais mesclados com tons especiais capazes de enganar os acelerômetros. Os "barulhinhos", quase inaudíveis, conseguem fazer o acelerômetro de um smartphone produzir um sinal de movimento.
Isso pode funcionar mesmo com clips de músicas, que poderiam ser facilmente espalhados por redes sociais e atuar nos dispositivos de muitos usuários.
Isso acontece porque acelerômetros são compostos por uma pequena estrutura composta de massa e molas, cujo movimento mínimo é usado para medir a aceleração. Quando sujeito a forças de aceleração, a massa de detecção muda, o que é convertido em um sinal de tensão analógica.
As ondas de pressão acústica exercem força em objetos físicos que estiverem em seu caminho, e o acelerômetro não é exceção à regra. Submeter a estrutura de detecção à interferência acústica na frequência certa pode deslocar a massa de detecção o suficiente para falsificar sinais de aceleração.
Essa técnica não representa perigo real para os donos de smartphones, mas pode ser crítica para outros aparelhos, como máquinas industriais inteligentes, drones e carros autônomos, pois o funcionamento de recursos vitais desses produtos depende da precisão dos acelerômetros.
Drones de entrega da Amazon, por exemplo, podem ter suas operações facilmente comprometidas e até mesmo se tornar alvos de roubos. Carros autônomos podem se envolver em acidentes, inclusive tendo alvos específicos.
Felizmente, os pesquisadores afirmam que é possível corrigir a vulnerabilidade e eles já criaram uma solução de software que contorna o problema. Eles também já entraram em contato com alguns fabricantes como a Samsung e Fitbit para informar a respeito.
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