Ontem, em uma ocasião rara, Edward Snowden escreveu para o editorial do The New York Times e falou sobre os avanços na luta para reverter a vigilância em massa, através de novas tecnologias nos dispositivos e mudanças nos protocolos de Internet. Em especial, Snowden elogiou a Apple, como pioneira na proteção da privacidade dos usuários.

Salvaguardas técnicas básicas, tais como criptografia - uma vez considerada esotérica e desnecessária - estão agora habilitadas por padrão nos produtos das empresas pioneiras como a Apple, assegurando que mesmo se o telefone for roubado, sua vida privada permanece privada

A Apple tem sido alvo de vários oficiais de segurança do governo dos Estados Unidos devido às medidas adotadas no iOS 8, como um caso infame ocorrido em 2014, em que o Procurador-Geral Adjunto James Cole disse que a companhia estaria vendendo seus produtos a criminosos, e que a sua tecnologia poderia algum dia "levar à morte de uma criança", caso a polícia não fosse capaz de extrair as informações necessárias de um iPhone.

O sistema recente da Apple não apenas oferece criptografia, mas impede que a própria empresa tenha meios de obter acesso às informações sobre seus usuários, mesmo que seja obrigada a isso por meio de mandatos oficiais da justiça.

Apesar disso, em março, um documento vazado pelo delator da NSA revelou que a CIA ainda buscaria meios de espionar os iPhones. O meio que a agência utilizou para isso foi a criação de uma versão modificada do Xcode, o ambiente de desenvolvimento integrado da Apple, que possui ferramentas para criar aplicativos.

Recentemente, Steve Wozniak, co-fundador da Apple e defensor da liberdade e privacidade dos usuários, disse que Snowden é um "heroi" por arriscar a vida para ajudar outras pessoas.