A Apple têm se manifestado já há algum tempo a favor da proteção de dados e da privacidade de seus usuários e contra as manobras de vigilância e espionagem do governo e agências de inteligência. Esta noite, a companhia continuou com a mesma atitude quando se trata da proteção dos direitos dos usuários por privacidade.

O Washington Post informa que a empresa se pronunciou contra um projeto de lei de cibersegurança controversa que, se aprovada, daria ao governo uma variedade de novos poderes para acessar dados dos usuários. Os defensores do projeto dizem que ele iria proteger estes mesmos usuários de hackers, a longo prazo, mas a Apple não compartilha desse mesmo ponto de vista.

Conhecida como a Lei de Compartilhamento de Informações de Segurança Cibernética (tradução livre para Cybersecurity Information Sharing Act, ou na sigla, CISA), espera-se que o projeto seja votado na próxima terça-feira e traz apoio de ambos os principais partidos políticos dos EUA. A Apple, no entanto, diz que não acredita que a segurança do usuário deve vir em detrimento da privacidade. Portanto, a companhia de Cupertino não apoia o projeto CISA.

Nós não apoiamos a proposta atual CISA. A confiança de nossos clientes significa tudo para nós e nós não acreditamos que a segurança deve vir em detrimento da sua privacidade.

Uma série de outras empresas de tecnologia também se manifestaram contra o projeto de lei, bem como, incluindo Yelp, Reddit, Twitter, Wikimedia, Google, Facebook e Yahoo. O senador de Oregon, Ron Wyden, diz que o número de empresas de tecnologia falando em oposição ao projeto de lei deve mostrar aos legisladores que ele ainda não está pronto ou ainda não é o ideal.

O compartilhamento de informações sobre as ameaças de segurança cibernética é um objetivo digno. No entanto, se você compartilhar mais informações, sem fortes proteções de privacidade, milhões de americanos vão dizer: Isso não é um projeto de lei de segurança cibernética. É um projeto de lei de vigilância.

O CISA é uma proposta de lei para alegadamente "melhorar a segurança cibernética nos Estados Unidos através do reforço do compartilhamento de informações sobre ameaças de segurança cibernética, e para outros fins". A lei visa o compartilhamento de informações de tráfego da Internet entre o governo dos Estados Unidos e as empresas e fabricantes de tecnologia.

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O projeto foi apresentado no Senado dos EUA em 10 de Julho, 2014 e um dos argumentos dos opositores é que a lei passaria a responsabilidade de empresas privadas para o governo, o que aumentaria a vulnerabilidade da informação pessoal e privada. Outro ponto é que ela dispersa informações particulares e pessoais em sete agências governamentais, incluindo a NSA e a polícia local.

Ainda ontem, o CEO Tim Cook, disse que não há nenhuma razão para que haja uma backdoor para o governo acessar os dados do usuário. "Ninguém deveria ter que decidir entre a privacidade ou a segurança", disse Cook. "Nós devemos ser inteligentes o suficiente para fazer as duas coisas."