Apple 17 Jan
Desde a morte de Steve Jobs, a Apple tem se tornado uma empresa diferente.
O ex-CEO da Apple, visionário como era, apesar de ser considerado por muitos como um megalomaníaco, tinha atenção extra para detalhes, e colocava a qualidade à frente do lucro.
Com a companhia nas mãos de Tim Cook, essa essência vem, aos poucos, se perdendo e uma declaração recente feita por um ex-engenheiro da maçã reforça parte desa transformação.
Bob Burrough 'acusou' Tim Cook de ter transformado a Apple "de uma empresa dinâmica criadora de mudanças a uma companhia chata de operações."
@JohnKirk @asymco The very first thing Tim did as CEO was convert Apple from a dynamic change-maker into a boring operations company.
— ᴮᵒᵇ ᴮᵘʳʳᵒᵘᵍʰ (@bob_burrough) 16 de janeiro de 2017
O ex-empregado frisou que visando "evitar o conflito entre as equipes", a gigante de Cupertino acabou perdendo o dinamismo que a levou a criar produtos revolucionários, como o iPhone. Em suas palavras:
Em 2007 a Apple, organizacionalmente falando, era como o "oeste selvagem. Fui contratado por um gerente em particular, mas pelos primeiros dois anos trabalhei em projetos que virtualmente não tinham nada a ver com a função principal do gestor.
Isso porque a organização não era a prioridade, os projetos eram. Era exatamente o oposto de "isso não é minha função". Era algo como "estou aqui para resolver qualquer problema que eu puder, independente de meu cargo, título, ou a quem devo explicações.
Era selvagem. Mas era também muito recompensante, porque tudo o que você fazia tinha impacto máximo sobre o produto.
Mas hoje, a 'dinâmica tem clara e distintamente mudado, e a Apple está muito mais parecida com meu antigo trabalho na Palm, onde há um senso claro de que 'cada pessoa tem uma responsabilidade, e raramente é desviado dela.
Quando você tentava recorrer a alguém para pedir ajuda com algum problema 'Não é meu trabalho' era uma resposta comum.
O analista Horace Dediu da Aysmco, que recentemente discutiu esse caso da Apple em uma conferência, não concorda com Burrough — em sua opinião, a empresa está apenas tentando se livrar da imagem de uma companhia guiada por produtos que são um hit.
Dediu reitera que, em sua perspectiva, a Apple está empenhada não em lançar produtos revolucionários, mas sim em se focar em aumentar seus lucros, pois assim é mais fácil de crescer do que investindo em novas categorias de produtos.
Tony Fadell, considerado por muitos como o "Pai do iPod", também discordou da opinião do ex-empregado, dizendo que na era Jobs a empresa não operava sob conflito interno, algo que publicou recentemente em um de seus tuítes:
Wrong!!! There was never a competition. We, together, were searching for the best solution. Steve asked us to test all the possibilities... https://t.co/DNkT2WZnqV
— Tony Fadell (@tfadell) 11 de janeiro de 2017
Uma coisa é certa: Steve Jobs sabia (como ninguém) convencer as pessoas de que elas precisavam comprar algo que muitas vezes sequer conheciam/tinha ouvido falar.
Será que essa "magia" ainda se mantém na Apple atualmente, ou a empresa sobrevive hoje graças aos milhões de fãs conquistados na era Jobs? Compartilhe sua opinião com a gente através do espaço abaixo destinado a comentários.
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