18 Janeiro 2016
A diversidade de gênero entre os funcionários das gigantes de tecnologia no Vale do Silício é um assunto que ainda está muito longe de chegar a um fim. Algumas companhias tem demonstrado seu esforço na contratação de mais mulheres, como é o caso da Intel, que aumentou a contratações de mulheres e minorias em 41%, e da Apple, que anunciou investimento de 50 milhões na diversidade de profissionais.
O Facebook, por sua vez, em sua última revelação, mostrou que houve uma mudança de 1% em número de funcionárias femininas, e a predominância na companhia ainda é de homens brancos. Entre todos os contratados da rede social nos EUA, 68% são homens e 32% são mulheres. Em 2014, eram 69% de funcionários masculinos.
Essa mudança de 1% indica um progresso pequeno para a empresa, uma vez que, segundo a sua Diretora Global de Diversidade, Maxine Williams, este não é o resultado que a companhia quer atingir em sua separação de forças de trabalho. Ela escreveu no Newsroom da empresa que o Facebook quer atingir um nível de diversidade amplo, para representar seus usuários.
Há mais trabalho a ser feito. Nós permanecemos profundamente comprometidos a construir um local de trabalho que reflita a ampla gama de experiência, pensamento, geografia, idade, origem, sexo, orientação sexual, idioma, cultura e muitas outras características
Para alguns pode parecer que a taxa de 32% de mulheres contratadas pode indicar algum avanço. Porém, o Facebook divide suas avaliações em dois segmentos que podem levar a uma reflexão interessante: os cargos tecnológicos e os não-tecnológicos.
Entre os cargos tecnológicos, são 84% de empregados homens, enquanto 16% são mulheres, números que correspondem à realidade nas empresas, em geral.
Na divisão não-tecnológica, o Facebook conseguiu maior progresso, com 48% de trabalhadores homens e 52% de funcionárias mulheres. Em 2014, nessa divisão, havia 53% de homens e 47% de mulheres contratadas.
Já entre as lideranças e cargos sênior, o Facebook tem sua diversidade de gêneros dividida entre 77%de homens e 23% de contratação de mulheres, e não houve mudanças desde 2014.
Quanto à diversidade étnica, o Facebook enfrenta ainda mais dificuldades. Entre seus funcionários, são 55% de brancos, 36% de asiáticos, 4% de hispânicos e 2% são negros.
É interessante observar empresas como o Facebook expor seus números e esforços para aumentar a diversidade de gêneros e etnias em suas contratações, e todos podem aprender muito com isso, através de uma discussão saudável sobre as questões sociais que envolvem uma divisão mais justas de cargos, principalmente no setor tecnológico. Por exemplo, algumas empresas começam a investir na formação de profissionais em regiões onde prevalece a população negra, com o objetivo de contratar alguns desses novos especialistas.
Além disso, é notável que esses esforços se refletem também em possibilidades para que as empresas atinjam novos mercados e públicos, uma vez que diversidade invariavelmente leva também à diversidade de pensamento, o que contribui bastante em novas soluções, inovação, e mudanças de paradigmas. O que, claro, é fundamental para qualquer empresa de tecnologia que pretende ocupar uma posição de pioneirismo.
Comentários