12 Novembro 2015
Se depender do ministério da Justiça alemão, o Facebook terá que seguir algumas determinações do país, que visam banir os sentimentos racistas mesmo que certos conteúdos sejam permitidos nos EUA devido ao que o país considera por liberdade de expressão.
O Ministro da Justiça Heiko Maas disse em uma entrevista à Reuters que a Alemanha tem tolerância zero para tais expressões e espera que a empresa norte-americana a seja "mais vigilante". Maas acusa o Facebook de fazer pouco para impedir mensagens racistas e de ódio em sua plataforma de mídia social, e disse que para manter-se atuante na Alemanha, a empresa tem que seguir suas regras.
Uma coisa é clara: se o Facebook quer fazer negócios na Alemanha, então ele deve respeitar as leis alemãs. Não importa que nós, por causa de razões históricas, temos uma interpretação mais rigorosa da liberdade de expressão do que os Estados Unidos. Negação do Holocausto e incitação ao ódio racial são crimes na Alemanha e não importa se eles são publicados no Facebook ou proferidas em público na praça
O país já havia feito algumas exigências à rede social, como por exemplo permitir que usuários possam utilizar pseudônimos. A proibição dessa possibilidade é uma violação das leis de privacidade do país.
Mass enviou uma carta ao diretor de políticas públicas do Facebook, Richard Allan, dizendo que ele recebeu muitas reclamações de usuários, afirmando que suas reclamações sobre mensagens racistas têm sido ignoradas. Ele sugeriu uma reunião em Berlim, em 14 de setembro.
Devido a violentos confrontos na semana passada com militantes de extrema-direita, que protestaram contra a chegada de cerca de 250 refugiados em um abrigo local, inclusive alguns gritando "Heil Hitler", Mass reforça a preocupação com que alguns usaram o Facebook para espalhar o ódio contra os refugiados e os alemães que os ajudavam.
A internet não é um lugar onde as leis são ignoradas, onde os comentários ofensivo podem ser espalhados com impunidade. Não há espaço para a tolerância equivocada em relação aos usuários de internet que difundem uma propaganda racista. Este é especialmente o caso à luz da nossa história alemã.
Um porta-voz do Facebook disse que a empresa levou a sério as preocupações alemãs e estão interessados em se encontrar com o ministro da Justiça na ocasião sugerida. Maas disse que estava ansioso para a reunião e acrescentou que é do próprio interesse do Facebook que ele "não seja usado como uma plataforma para conteúdos racistas".
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