12 Julho 2016
E se você fosse processado por utilizar a senha que um amigo te forneceu para entrar no Netflix? Parece loucura, certo? Mas é isso que pode acontecer no futuro, de acordo com uma decisão da Nona Corte de Apelações dos Estados Unidos em um caso de compartilhamento de senhas.
O caso julgado não tem nada a ver com serviços de streaming ou qualquer outro serviço. Trata-se de um julgamento de David Nosal, que utilizou a senha de um ex-colega de trabalho para acessar o banco de dados de seu antigo empregador. Apesar de parecer estranha a ligação com senhas do Netflix, Stephen Reinhardt, juiz dissidente do caso, afirmou que a decisão pode pôr em risco todos que compartilham senhas, algo comum no dia-a-dia das pessoas.
Por outro lado, a juíza Margaret McKeown acredita que esse caso não se trata de um compartilhamento de senhas comum. Para ela, Nosal não possuía permissão da empresa para acessar o banco de dados da empresa e por isso classifica a ação do homem como criminosa.
Já para Stephen Reinhardt, não é claro quem deve autorizar quem. Nosal não possuía autorização da empresa para acessar o banco de dados, mas, para Reinhardt, seu ex-colega de trabalho lhe forneceu a senha, permitindo-lhe a entrada no sistema.
Se levarmos para o lado de serviços de streaming, o mesmo acontece. Um amigo ou parente pode lhe dar a senha de acesso à uma conta do Netflix, mas a empresa responsável não. Dessa forma, a decisão da Nona Corte de Apelações abre portas para que qualquer um seja processado por utilizar a senha de outra pessoa tanto no Netflix quanto em qualquer outro serviço.
E você, acha que compartilhar senhas é crime?
Comentários