Tech 27 Jul
O Google anunciou nesta quarta-feira (03/08) que dos 24 projetos acadêmicos vencedores do programa de Bolsas de Pesquisa Google para a América Latina, 17 são brasileiros. Pesquisas da Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru também foram contempladas. Ao todo, concorreram 473 projetos de toda a América Latina.
Todos os projetos vencedores buscam aplicar a tecnologia na resolução de problemas da sociedade, em áreas como saúde, meio ambiente, cultura e acessibilidade. Dos 17 vencedores, 15 são projetos de estudantes de Universidades públicas, com destaque para UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
O Google destacou cinco áreas de estudo:
Machine Learning aplicado a projetos de saúde
Dois projetos provenientes da Unicamp pretendem usar Machine Learning para a triagem de doenças a partir de imagens. Um deles é para o diagnóstico do Melanoma, a principal causa de morte por câncer de pele, e a Retinopatia Diabética, uma complicação do diabetes que pode levar à cegueira. As duas doenças podem ser curadas caso detectadas em estágios iniciais.
Medição dos impactos de mudanças climáticas
Pesquisadores da UFRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) querem criar estações autônomas de baixo custo para medir os impactos das mudanças climáticas nas geleiras, que estão em constante processo de derretimento. O objetivo é desenvolver um sistema com um preço que corresponde a 5% do valor das opções convencionais.
Big Data e dengue
Estudantes da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) pretendem usar big data para determinar "zonas quentes", como as regiões de infecção de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Em geral, a investigação de transmissão da dengue se concentra na região da casa e do trabalho do indivíduo doente. O plano é determinar "zonas quentes" a partir de big data de caminhos feitos pelos usuários. A detecção dessas "zonas quentes" é um desafio em várias áreas, como epidemiologia e segurança pública, entre outras.
Mapeamento de grafite com Street View
Alunos de pós-graduação da UFPE (Universidade Federal de Pelotas) criaram um sistema para localizar e classificar grafites em fotografias do Google Street View, utilizando atributos extraídos das imagens para agrupar grafites de acordo com estilos. Mapear e agrupar grafites permite compreender a relação geográfica entre diferentes tipos de grafite.
Acessibilidade
O Google destaca um projeto da USP de São Carlos que pretende resolver o problema que pessoas com deficiências motoras, como a ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) e a Distrofia Muscular de Duchenne, têm em se comunicar. Em alguns estágios dessas doenças, as pessoas que não conseguem falar nem se mexer podem usar ferramentas de entrada de texto pelo olhar. A pesquisa contemplada pretende deseja melhorar os sistemas de inserção de texto pelo olhar com base em modelos de erro, para alcançar a taxa de entrada do usuário mais rápido e reduzir a fadiga ocular devido a erros de digitação.
Como prêmio, os vencedores, estudantes de pós-graduação, terão uma bolsa de estudo mensais durante um ano para conduzir pesquisas em áreas relacionadas à Ciência da Computação. O Google informa que irá destinar US$ 600 mil dólares à premiação - quase R$ 2 bilhões. Os prêmios incluem ajudas mensais tanto para o estudante quanto para o professor que assessora o projeto. Os estudantes de doutorado recebem US$ 1.200 (cerca de R$ 3,9 mil) e os professores recebem US$ 750 (ou R$ 2,5 mil) pela orientação. Os estudantes de mestrado recebem US$ 750 mensais e os professores ficam com US$ 675 (cerca de R$ 2,2 mil).
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