12 Novembro 2014
Quando os serviços de streaming de música foram criados, houve uma mudança brusca no mercado do gênero. Ao invés de pagar por cada título, consumidores foram agraciados com a possibilidade de desembolsar uma taxa mensal para ter acesso a um grande acervo de itens. Em teoria, há mais vantagens em gastar um valor fixo e ouvir milhares de canções do que adquirir álbuns individuais por quantias variadas.
Então, as lojas que costumavam comercializar faixas de modo singular, como o iTunes, começaram a apresentar quedas consideráveis nos lucros. Porém, o Google Music abraça os dois lados da moeda. O aplicativo da gigante de Mountain View oferece tanto a opção de inscrição quanto a individualista. É aí que há a surpresa. Ao contrário dos concorrentes, a ferramenta apontou um aumento no número dos dowloads de músicas, superando até mesmo a quantidade de assinantes.
De acordo com o Vice-presidente de Parcerias Globais de Música da Google, Zehavah Levine, um serviço não canibaliza o outro, havendo meios para atingir a coexistência e a progressão de ambos os vieses do segmento. Em uma conferência realizada em São Francisco, Califórnia, o executivo da empresa comenta pontos fundamentais do Music:
Nós lançamos nossa loja um ano e meio após o serviço de inscrição. Se olhar para nossos assinantes que vieram antes de nossa loja, a maioria compra música depois de assinar o serviço do que o contrário. Nós não estamos vendo canibalização... Nós ainda estamos em um mundo onde a maioria das pessoas estão comprando as faixas do que se inscrevendo. Estaremos em um mundo que suporta ambas as categorias por muitos anos. Há espaço para os dois modelos. — diz Zehavah Levine.
Ainda nas palavras do figurão da companhia, 67% da receita oriunda do aplicativo veio de compras, sendo que as propagandas e as assinaturas foram responsáveis pelo restante. Para manter os preços baixos, os serviços de streaming fazem acordos com gravadoras e artistas para determinar qual será o montante de lucro recebido pelos autores. O número pode não agradar alguns deles, como é o caso da Taylor Swift, que saiu do Spotify, pois considera US$ 6 milhões insuficiente. Consequentemente, todas as canções da americana serão removidas da aplicação. É interessante observar que o Google Music está nadando contra a maré e foi uma das únicas a apontarem um crescimento no número de downloads. Será que a situação permanecerá assim pelos próximos anos? Somente com o tempo descobriremos.
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