O CEO da Salesforce, Marc Benioff, acredita que tem uma incrível proposta para todas as empresas de tecnologia. De acordo com ele, é importante que todos os profissionais da indústria se comprometam com uma causa de engajamento civil com atividades filantrópicas.

A Salesforce propõe que 1% de tudo dentro das empresas deste ramo, 1% dos lucros, 1% do tempo dos funcionários e 1% dos produtos da empresa sejam utilizados para caridade. O esforço, lançado no ano passado tem tentado incentivar que diferentes companhias, das menores às maiores. A Salesforce diz aceitar a responsabilidade, tanto burocrática quanto fiscal, para distribuir o dinheiro, especialmente através da Fundação Robin Hood, uma organização sem fins lucrativos e dedicada a investir em diferentes caridades ao redor do mundo.

"Quando eu falo para starups se preocuparem em fazer isso, minhas razões são: os empregados estão demandando, corporações tem que prestar contas com todos os seus sócios, porque esta é uma excelente forma de deixar um legado para o CEO, que estará criando algo maior," diz Suzan DiBianca, responsável pela fundação da Salesforce.

Ela alega que o pedido de 1% possui exemplos de modelos que funcionariam para qualquer escala de empresa. A principio, com startups e empresas iniciantes, é ainda mais fácil do que com companhias maiores, pois as contas são mais fáceis de se resolver. Conforme a escala vai aumentando, as coisas se complicam um pouco mais.

O problema com esse tipo de abordagem é a privatização das benesses sociais, dando a renda de uma empresa para outra criada apenas para administrar isso. A questão toda, é porque outros empresários deveriam acreditar que a Salesforce é mais apta para administrar a caridade do que eles mesmos. E este parece ser o principal problema com a proposta que muitos CEOs estão tendo.

A ideia do 1% é boa, talvez seu pior ponto é justamente ser limitado a apenas 1% quando poderia ser muito mais (5% parece ser um número mais apropriado). No entanto, uma carta de compromisso com este estatuto das empresas de tecnologia seria muito mais bem aceito do que a obrigação de usar uma instiuição privada como Salesforce para direcionar este dinheiro.

DiBianca, obviamente discorda dessa posição "As pessoas estão apenas reproduzindo um modelo de doar 5% ao ano. Nós acreditamos que você tem que colocar o seu dinheiro para trabalhar imediatamente. Nós não gostamos dessa idéia de diz que você deve doar metade da sua riqueza para caridade, e depois ficar apenas sentado em cima dela enquanto a mesma é esquecida em contas que vão para lugar nenhum. É preciso pensar este caminho."

Apesar dos bons pontos, a Salesforce acaba demandando responsabilidade demais para si, por mais que esta seja uma empresa de quase 30 anos no mercado. Esperemos que o seu manifesto ressoe de alguma maneira na indústria tecnológica, podendo ela capitanear ou não os seus resultados.