05 Maio 2016
Representantes do WhatsApp nos EUA devem se reunir nos próximos dias com autoridades do país para explicar como o aplicativo funcionar e esclarecer porque a empresa não entrega dados de usuários. Segundo informações da Folha de São Paulo, o objetivo é evitar que mal-entendidos provoquem bloqueios do serviço.
Para impedir problemas como o que suspendeu o funcionamento do aplicativo entre os dias 2 e 3 de abril, o diretor de comunicações da empresa, Matt Steinfield, se uniu a uma comitiva de funcionários e viajou ao Brasil para participar de reuniões com a Polícia Federal e outros órgãos nacionais.
O executivo disse à Folha que:
O objetivo dessa viagem é abrir um diálogo aberto e construtivo, de longo prazo, para evitar que [novos bloqueios] aconteçam no futuro.
Os enviados do WhatsApp devem explicar a autoridades locais que o aplicativo não guarda informações além dos números de telefone dos usuários. Além disso, deve esclarecer como opera a criptografia de ponta-a-ponta, implementada recentemente e que impede que o conteúdo de conversas sejam lidos por ninguém além dos donos das mensagens.
Ainda segundo Steinfield:
Desde a prisão [do vice-presidente do Facebook, em março] nós não soubemos de nada do processo. Não houve um pedido de informação ou algo assim. É uma medida que veio do nada e afeta 100 milhões de pessoas que usam o aplicativo em suas vidas.
O WhatsApp foi bloqueado na última segunda-feira (2), seguindo a decisão do juiz de primeira instância de Lagarto (SE), Marcel Montalvão, que deverá prestar esclarecimentos ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O aplicativo voltou a funcionar um dia depois, graças a uma liminar aceita pelo desembargador Osório de Araújo Ramos Filho, do Tribunal de Justiça de Sergipe.
Hoje (4), Mark Zuckerberg se pronunciou sobre o caso, convidando brasileiros a participarem de ato em Brasília em favor da internet livre - na prática, contra o bloqueio de serviços e aplicativos no país.
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