06 Setembro 2013
Google e Motorola finalmente revelam o Moto X, seu primeiro smartphone criado em parceria, que aponta para o futuro do que a fabricante americana está querendo construir e tenta responder a questão: por que a Google gastou US$ 12,5 bilhões na Motorola?
Especificações
Para já tirarmos isso da nossa frente, eis aqui as especificações. O Moto X tem tela de 4,7" AMOLED com resolução 720p, câmera de 10 MP com tecnologia Clear Pixel, flash LED e capaz de gravar em 1080p (30 fps), 2 GB de RAM, 16/32 GB de armazenamento, Bluetooth 4.0 LE + EDR, Wi-Fi 802.11 a/g/b/n/ac, 4G LTE, Miracast, NFC e uma bateria de 2.200 mAh.
O chipset é o novo Motorola X8 Mobile (a Motorola faz processadores também, a Apple utilizava eles em seus computadores antes de mudar para Intel). Por dentro deste SoC, temos um processador Snapdragon S4 Pro de 1.7 GHz com arquitetura Krait, 2 GB de memória RAM e uma GPU de quatro núcleos Adreno 320.
Ele vem com o Android 4.2.2 ligeiramente customizado pela Motorola, mas ao menos nos EUA ele não receberá crapwares de operadoras. Além disso, quem comprar o Moto X ganha 50 GB de espaço no Google Drive.
Um smartphone com o dedo da Google
A linha Nexus sempre recebeu o logo da Google, mas na verdade sempre foi fabricado e projetado por outras fabricantes. A Motorola, no entanto, agora pertence à Google e este é o primeiro smartphone realmente feito 100% entre as duas empresas. Em outras palavras, é com o Moto X que finalmente vemos o que a Google é capaz de fazer em matéria de hardware.
Mas o que isso significa na prática?
Centenas de Moto X diferentes
Quando a Motorola disse que seu smartphone Moto X poderia ser personalizado, muito foi jogado no ar como possibilidade. Pois bem, este smartphone poderá ter até 504 versões diferentes. Isso mesmo, QUINHENTOS E QUATRO versões diferentes (na verdade, a Motorola fala em até 2.000 combos, incluindo algumas texturas na parte traseira!).
O aparelho apareceu em um monte de rumores, várias fotos publicadas sem caráter oficial e até o CEO do Google, Eric Schmidt, posou para fotos com o dispositivo em mãos. Ele é o Moto X, ele é lindo e poderá vir em até 504 versões diferentes.
O Moto X é, sem dúvidas, o smartphone mais "personalizável" já visto. O consumidor poderá escolher se quer a parte frontal branca ou preta. Depois, pode escolher entre 18 cores (!!!) diferentes para a parte traseira e se quer 16 ou 32 GB de armazenamento.
Mas há mais: é possível customizar a borda da câmera, botões laterais, o papel de parede e a conta Google que virá pré-instalada e até incluir uma mensagem curta na parte de trás do celular, como a Apple faz com alguns produtos. Iguais, mas diferentes.
Infelizmente, todas essas opções estarão disponíveis, ao menos por enquanto, apenas para consumidores da operadora norte-americana AT&T.
Esperamos, do fundo dos nossos corações, que ao menos metade disso possa ser escolhido aqui no Brasil, onde os smartphones raramente passam do preto e branco, mesmo com versões coloridas disponíveis no exterior.
O preço da customização
Para que tenha tantos "opcionais", a Motorola traz componentes do Moto X de 16 estados e países diferentes ao redor do mundo e aloca 2.000 funcionários no Texas para montar os aparelhos. Propositalmente, não há nenhum componente vindo da China, o que acelera o processo de produção, já que as partes não precisam cruzar todo o oceano para chegar no Texas.
No entanto, após fazer o pedido, o cliente terá que esperar 4 dias para que seu aparelho chegue. Na verdade, é um período bem pequeno para quem quer realmente um smartphone personalizado do seu jeito.
Um belo design
Segundo a Motorola, o Moto X é "quente e convidativo". Ele é realmente bonito, ao mesmo tempo que simples. Ponto para a Motorola que conseguiu reduzir bastante as bordas do aparelho e tornar suas dimensões mais enxutas. Ele tem 129,3 x 65,3 mm para uma tela de 4,7". Comparativamente, o Nexus 4, que já tem dimensões bem aceitáveis, tem os mesmos 4,7" com dimensões de 133,9 x 68,7 mm. Já o HTC One tem 137,4 x 68,2 mm.
Quanto à resolução da tela, segundo Jim Wicks, responsável pelo design na Motorola, eles preferiram manter o 720p ao invés do Full HD, pois o Full HD não faria assim tanta diferença e consumiria muito bateria.
"Nós poderíamos ter uma resolução superior na tela. Mas isto drenaria a bateria com mais velocidade e poucos usuários notariam a diferença no display".
Alguns truques interessantes
A escolha de AMOLED ocorreu pela possibilidade de iluminar apenas parte da tela, que é onde ficam as notificações. Apenas um ponto ganha luz nos pixels, o que ajuda a economizar a bateria - você não precisa de toda a tela iluminada, quando a notificação está apenas em um canto. Certo?
A Motorola pesquisou e descobriu que as pessoas chegam a bloquear e desbloquear seus celulares até 60 vezes ao dia apenas para ver as horas ou notificações. Por isso, o Moto X tem a funcionalidade de vibrar quando você perde uma ligação ou recebe uma mensagem e um pequeno quadrado no centro da tela exibe a notificação. Tocando em qualquer lugar na tela você vê a notificação sem precisar desbloquear o celular.
Além do processador Snapdragon, há mais dois processadores próprios da marca para manter o reconhecimento de voz e gestos da tela ativos o tempo todo. Wicks afirma que o S4 aqui está otimizado para tudo o que o aparelho necessita, o que garante uma velocidade grande, mesmo para um processador do ano passado.
Preço e disponibilidade
O que se imagina ser o ponto forte do Moto X será na verdade um ponto fraco. O aparelho custará US$ 199 em um contrato de dois anos nos EUA (a versão de 32 GB sairá por US$ 249). Este é o mesmo preço de HTC One ou um iPhone 5 por lá, sendo que o Moto X não bate de frente com esses concorrentes em termos de hardware.
A Motorola parece confiante que o bonito design e as opções de personalização serão suficientes para conquistar os consumidores. A empresa não disse nada sobre o lançamento fora dos EUA, mas a página brasileira da Motorola já exibe o aparelho e oferece um pequeno cadastro para quem quiser receber informações do lançamento.
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