26 Fevereiro 2014
A Nokia estava feliz - aparentemente - com o resultado que tinha com os smartphones Lumia, que trazem o Windows Phone embarcado. A relação entre Microsoft e Nokia estava tão próxima, que nesta madrugada a empresa dos Estados Unidos assinou um cheque de US$ 7,2 bilhões - quase R$ 17 bilhões - para trazer a Finlândia mais próximo de Redmond. Em outras palavras, a Microsoft comprou boa parte da Nokia.
Stephen Elop e Steve Ballmer
Esta quantia está dividida em US$ 5 bilhões para a parte de serviços, como o pacote de mapas HERE, e US$ 2,18 bilhão para comprar a enorme lista de patentes que a Nokia tem. Isso significa que a proximidade entre Nokia e Microsoft será ainda maior, algo provavelmente maior do que é a Motorola com o Google atualmente. A quantia em dinheiro não será entregue da noite pro dia, mas será finalizada lá em 2014, durante o primeiro trimestre daquele ano. A parte de patentes saiu bem mais barata do que a Microsoft pagou pelo Skype em 2011, quando o cheque foi assinado com cifra de US$ 7 bilhões.
E o futuro da Nokia?
Uma das grandes forças que pode ter motivado a Microsoft a trazer a Nokia para dentro de casa é a linha Asha de feature phones. Eles vendem muito bem e estão com ótima aceitação em mercados emergentes. Aparentemente a Microsoft dará continuidade e licenciará a marca Asha. Faz sentido, já que estes celulares podem ser utilizados para dar um gosto do que pode ser um Windows Phone, fazendo com que estes consumidores não olhem para um Android ou um iOS na hora de entrar pela primeira vez no mundo dos smartphones.
Outra vantagem para a Microsoft é que a Nokia é, de longe, sua melhor parceira para criar smartphones Windows Phone. Ela é a que mais vende e a que mais aposta neste mercado - claro, as outras usam o Android para ganhar dinheiro, a Nokia não e por isso entrega todas as suas fichas no Windows Phone.
A linha de mapas do HERE receberá licenciamento da Microsoft por quatro anos, o que vai ajudar a entrar mais dinheiro para a fabricante finlandesa, mas tornará o nicho que ela criou ainda menor. É uma vantagem que o Google utiliza no Google Maps ao vender anúncios. É interessante o maior número possível de pessoas utilizando, que aumenta as visualizações, a relevância e também o custo da publicidade dentro do mapa. A Microsoft ajudará a Nokia nisso, já que todos os smartphones com a plataforma móvel da casa poderão receber esta suite de mapas - que é bem melhor que o atual Bing.
Stephen Elop é outro que muda por aqui. Com a aquisição, o então CEO da Nokia deixará de ser um chefão e ficará com o cardo de liderança na divisão de dispositivos que agora faz parte da Microsoft. Sua cadeira não é a única. Ele dividirá espaço com Julie Larson-Green e terá responsabilidade não somente para smartphones e tablets, mas para o Xbox One e o Surface.
Relação mais próxima e perigosa
A ideia é que ambas as marcas saiam ganhando deste assinar de cheques. Imagine que a Nokia deixará de sofrer com a dificuldade de brigar diretamente no mercado de smartphones, ao menos por enquanto. Do lado da Microsoft, a vantagem é o controle de toda a produção de alguns smartphones com Windows Phone. É algo que o Google está fazendo com a Motorola e o que a Apple e BlackBerry sempre fizeram. Criar software e hardware na mesma casa sempre foi uma solução superior ao de distribuir sua confiança em parceiros. O problema é que Esta proximidade pode afastar os já poucos parceiros que continuam apostando no Windows Phone.
Com informações da Nokia.
Texto em desenvolvimento...
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