22 Agosto 2014
Os primeiros planos 4G começaram a ser liberados em 2012, através da prestadora Claro. Na época, a empresa informou que os clientes que desejassem migrar para os seus planos 4G não pagariam taxas de migração. Logo mais, as demais companhias de telefonia móvel começaram a lançar seus inúmeros planos e ofertas. A cobrança exercida pelas prestadoras era e ainda é muito alta. Existem planos 4G que ultrapassam R$ 500,00! Claro, existem aqueles que utilizam tudo ou quase tudo que o plano lhe oferece, mas R$ 500,00 em um plano foge da realidade [da maioria] dos brasileiros.
A grande massa populacional utiliza planos pré-pago e, conforme as operadoras informam, para utilizar a sua rede 4G, os clientes deverão possuir um plano pós-pago. Mas por que isso acontece? Porque o 4G é uma tecnologia cara. Para adquirir os lotes de 4G, as prestadoras gastaram bilhões e não há método mais eficaz de se obter lucros do que lançando um plano relativamente bom com preços nas alturas. Bem, existe uma vantagem nisso, que é a não sobrecarga da rede de telefonia. O número de clientes com acesso à rede 4G é ínfimo se comparado ao 3G. Por sinal, em janeiro deste ano, a Associação Brasileira de Telecomunicações registrou que aproximadamente 111,4 milhões de pessoas acessaram a internet através de conexões de dados móveis! Um volume absurdamente alto se comparado a quantidade de antenas de transmissão que possuímos.
Como citado, a não liberação da rede para clientes pré-pago é também uma maneira de conter o volume de dados que serão transmitidos pela rede. A rede 4G permite uma navegação ultra veloz porque possui uma banda maior. A banda representa a quantidade de pessoas que podem utilizar os serviços daquele servidor. Como possui uma banda muito maior que o 3G e existem relativamente poucas pessoas com acesso ao 4G, a rede não sobrecarrega e lhe dá conexão estável e veloz o tempo inteiro. Uma solução efetiva seria instalar mais antenas de transmissão, mas como sabemos, o Brasil é muito burocrático e as empresas devem cumprir cerca de 250 regulamentações para instalar apenas 1 antena!
A Claro, que possui a rede 4G mais rápida do mundo, liberou o acesso a todos os seus clientes em abril deste ano à rede 4G. A empresa foi a primeira a tomar esta decisão que aparentemente tem dado certo. A companhia tem conseguido atrair milhares de clientes que não possuem dinheiro para disputar a "pista premium" das demais operadoras. A Claro informou que a velocidade máxima que se pode atingir numa rede 4G é de 100Mbps! Já na rede 3G, apenas 21Mbps.
Nem todos possuem dispositivos compatíveis
Um outro grande problema para o consumidor é a incompatibilidade dos gadgets ultrapassados com a tecnologia. Nem todos os gadgets são capazes de suportar a rede 4G, para isso, faz-se necessário a troca do smartphone. Nem todos possuem dinheiro para comprar um novo celular ou um celular 4G, uma vez que os preços ainda são relativamente salgados no Brasil. A LG e a Samsung estão apostando em smartphones de entrada para esta classe de usuários, mas nem sempre é fácil trocar o celular.
Cobertura
Outro grande problema. De acordo com o Teleco, as metas estabelecidas pela ANATEL em relação a área de abrangência da prestadora possuem prazos longos para serem cumpridas. Se você mora em cidades que foram Sede da Copa, certamente possui cobertura 4G em boa parte da cidade (pelo menos 50% da cidade deve ser coberta). Se você mora em cidades sub-sedes da copa ou com mais de 500 mil habitantes, também possui cobertura. Mas se você mora em uma cidade com mais de 200 mil habitantes, sua espera poderá durar até dezembro de 2015. Se sua cidade tem mais de 100 mil habitantes e menos de 200 mil, poderá ter de esperar até dezembro de 2016. E por fim, se você mora num município que possui entre 30 mil e 100mil habitantes, deverá esperar até dezembro de 2017 para poder acessar a rede 4G.
Até lá, os usuários já terão acesso fácil a smartphones 4G e provavelmente as prestadoras liberarão a tecnologia para clientes pré-pago e ela ficará tão congestionada quanto o 3G é atualmente.
Em suma, as prestadoras (exceto a Claro), não liberam o 4G para todos porque é uma tecnologia cara e a liberação dela para clientes com celulares compatíveis (inclusive pré-pago), sobrecarregaria a sua rede e tornaria o serviço tão congestionado quanto o 3G é. Obviamente isso não seria do dia para a noite, mas iria acontecer inevitavelmente. João Moura, presidente da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas, afirmou que os planos vinculados ao 4G são benéficos para os clientes, já que o perfil destes usuários indica que eles gostam de celulares ofertados por prestadoras. Além disso, concluiu dizendo que os clientes pré-pago utilizam mais ligações e SMS.
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