09 Maio 2016
O CEO da Vivo afirmou, nesta quinta-feira (28), que a operadora não recuar na sua posição de adotar franquias de dados para os seus serviços de internet fixa. Ele ainda elogiou a postura da Anatel em ter “tomado a frente do debate público sobre o assunto”.
As afirmações foram dadas por Amos Genish, que também lidera a Telefônica. Ele falou sobre o assunto após a divulgação do resultado financeiro da companhia no primeiro trimestre desse ano. A dona da Vivo aumentou o lucro em 179% nesse período.
Durante a conversa, o executivo afirmou ainda que a legislação brasileira permite a adoção da franquia de dados na banda larga fixa. Há, no entanto, quem conteste e diga que o modelo de limitação no consumo de dados fere o Marco Civil da Internet e o Código do Consumidor.
Genish disse também que as regras para essa implantação precisam ser mais claras. “Por exemplo, para usuários low end, deveria ter limite? São várias questões que o debate vai esclarecer. E tenho certeza que as operadoras serão sensíveis. O consumo de banda está crescendo e as operadoras percebem que seria melhor para todos ter ofertas diferentes conforme o uso”, explicou.
GVT
O CEO da Vivo também falou da GVT. O executivo disse que pretende expandir pouco a rede de fibra da operadora em 2016. Apenas duas ou quatro novas cidades devem receber a infraestrutura.
Já em 2017 essa expansão deve crescer, para mais 10 cidades. O objetivo é tornar a tecnologia o carro forte da operadora e propor a migração dos usuários que não possuem o serviço atualmente.
A vida da Anatel. inclusive, não tem sido fácil depois que revelou sua posição em relação a franquia de dados na internet fixa. De lá para cá, o site da entidade já foi hackeado, o Ministério Público Federal já se envolveu na história, o Ministério das Comunicações já deu bronca na reguladora e até o Senado vai abrir uma CPI para apurar o que está acontecendo.
Reação dos internautas
As informações da Vivo chegam após uma série de ações tomadas pelos internautas e por entidades de defesa do consumidor. Um abaixo-assinado, por exemplo, reuniu mais de 1 milhão de assinaturas. A operadora Vivo passou ainda a ser boicotada nas redes sociais.
Após tanta pressão, a Vivo afirmou que vai manter a oferta de planos ilimitados, mas isso provavelmente vai custar mais ao bolso dos internautas.
A Anatel, inclusive, já se posicionou sobre o caso. A agência bloqueou a utilização de franquias até que suas exigências sejam atendidas.
Além disso, um novo projeto de lei poderá impedir que qualquer adoção de franquias entre em vigor no Brasil. A iniciativa parte do Portal e-Cidadania, que inicia projetos populares muito diferentes das petições tradicionais, sendo levado diretamente para senadores quando atingir uma quantidade expressiva de assinaturas dos brasileiros
A Proteste, organização que sempre luta pelos direitos dos consumidores, alega que a mudança é ilegal e não trará benefícios para o usuário. Além disso, ela também criou uma petição online para analisar a opinião dos usuários sobre o assunto.
Outra iniciativa contra a imposição dos limites surgiu no Facebook e Twitter. A página Movimento Internet sem Limites divulga informações e tenta avisar aos internautas o que está acontecendo. Com apenas alguns dias de existência, a página já possui mais de 370 mil curtidas no Facebook.
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