27 Janeiro 2014
Samsung
A Samsung teve um crescimento enorme no mercado móvel nos últimos anos. Ela passou a Apple e se tornou há tempos e por uma grande margem a maior fabricante de smartphones do mundo. Mas não é só a Apple que está preocupada com o crescimento da companhia sul coreana.
Representando mais de 60% dos smartphones com Android instalados, a própria Google se preocupa na monopolização do sistema operacional pela Samsung. Estatísticas recentes mostram que cerca de 50% de todos os smartphones em circulação no mundo são fabricados pela Samsung.
Alguns analistas já sugeriram que a Samsung poderia ter uma força tão grande no Android que poderia acabar a controlando totalmente. Porém, outro lado também pode ser considerado. Que tal um sistema operacional próprio?
É o que a Samsung está fazendo com o Tizen, o sistema operacional baseado em Linux e sendo co-desenvolvido com a Intel. Ou seja, com o Tizen ela seria algo como uma mistura da Apple e a Google. Rodando um sistema com Linux por trás, como o Android e fabricando aparelhos com seu próprio sistema operacional, como a Apple.
Porém, de novo, essas informações todas não tem nada. Mas agora, em uma conferência para desenvolvedores do Tizen, foi anunciado que novos 36 parceiros estarão a bordo. Eles compõe todos os segmentos mobile, o que ajudará e muito a popularização e desenvolvimento do sistema operacional. Entre novos parceiros, temos grandes nomes como Ebay, McAffe, Panasonic, Sharp, KONAMI e o TuneIn Radio.
Junto ao anúncio dos novos parceiros, a Tizen Association afirmou que "o Tizen OS promete ser a plataforma mais aberta disponível para companhias que queiram focar consumidores de aparelhos conectados. O comprometimento da Associação (Tizen) em suportar aplicações HTML5, combinado com a visão além de smartphones e tablets para uma gama maior de aparelhos conectados, torna o Tizen atrativo para todos os tipos de companhias".
O que isso significa é que a Tizen já conseguiu muito, está atraindo bastante atenção e está aberta a novas possibilidades, como a "internet das coisas", ou seja, diversos itens comuns conectados à internet, como um ar condicionado por exemplo.
Com essa visão, ajuda de dezenas de outras gigantes do segmento e claro, toda a base econômica, logística e tecnológica da Samsung, é bem capaz de ela conseguir tornar o Tizen a plataforma do futuro.
Talvez a Samsung seja a única atualmente em posição de desafiar de forma tão agressiva plataformas tão populares como o Android e iOs. Batendo lucros recordes e contando com uma base de usuários tão grande, é apenas uma questão de quanto esforço, talento e criatividade será dedicado ao Tizen. Mesmo que pouco, uma parcela do mercado com certeza ela conseguirá abocanhar.
Por tudo isso, não é difícil imaginar por que a Apple e a Google estão preocupadas com o crescimento e semi monopólio da Samsung no mercado móvel. Além disso, apostando alto na "internet das coisas" também pode ser algo muito vantajoso, já que essa indústria é prevista para se tornar incrivelmente grande em alguns anos.
Também devemos lembrar que a Samsung é uma enorme fabricante de uma diversidade de outros produtos. Ela vende milhões de aparelhos televisivos, por exemplo. Sendo que o Tizen tendo uma visão de conectividade entre diversos aparelhos, a Samsung tem uma vantagem enorme frente a outras companhias por ser uma grande fabricante de eletrônicos em geral, podendo entregar os produtos já rodando Tizen e claro, tendo amplo conhecimento de cada um dos mercados.
Por fim, teremos que esperar para ver. A Samsung afirmou que planeja lançar o primeiro smartphone Tizen no começo do ano que vem. Ele provavelmente irá focar em mercados emergentes de começo, mas com certeza o plano é expandir cada vez mais.
Alguns smartphones rodando o sistema operacional Tizen já aparecem por aí, mostrando uma plataforma um tanto quanto degradada. Porém, não sabemos o quão longe o desenvolvimento foi desde então. Pode ser que (provavelmente), o Tizen será focado em aparelhos de baixo custo, como o Firefox OS. Mas novamente, apenas no começo.
Por outro lado, a Samsung definitivamente não é conhecida por sua habilidade de desenvolver plataformas. O TouchWiz por exemplo, apesar de sempre trazer nova funções interessantes a cada lançamento, é um dos grandes alvos de críticas se tratando de aparelhos Samsung.
Mas no Tizen o foco é outro. Começar algo do zero podendo adaptá-lo perfeitamente para seu próprio aparelho significa melhoras significativas, como vemos com os iPhones da Apple que apesar de não contar com especificações tão incríveis, tem grande rendimento.
Será que a Samsung está construindo lentamente a base para conquistar completamente o mercado móvel? Não é uma ideia tão ridícula de se pensar, levando em consideração o quão grande e ambiciosa é a companhia sul coreana.
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