07 Agosto 2013
O governo brasileiro não ficou satisfeito com as explicações do secretário de Estado americano, John Kerry, a respeito da interceptação das comunicações dos brasileiros. Com isso, o país mantém seus planos de discutir em fóruns internacionais as medidas possíveis para impedir o monitoramento realizado pelas autoridades americanas.
O secretário, que reuniu-se nesta quarta-feira (14/08) com a presidente Dilma Rousseff e com o chanceler Celso Amorim, confirmou que os EUA coletam informações de metadados para proteger os cidadãos americanos Ele ressaltou, porém, que, quando preciso, a agência de segurança NSA faz um aprofundamento no rastreio.
NSA monitora dados de brasileiros
"Ora, se eles podem fazer um aprofundamento, fica claro que eles não têm apenas os metadados. Ficou clara uma contradição", afirma o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Sobre as palavras de Kerry, o ministro interpretou o seguinte: “de maneira geral ele disse que os EUA cuidam da segurança americana e ninguém pode ser contra, a questão é como vamos preservar nossa privacidade."
O ministro defende a descentralização da Internet para evitar esse tipo de problema. "Hoje as grandes empresas de Internet estão nos EUA”, lembra Bernardo. E, de fato, isso é um problema para a privacidade dos brasileiros. Técnicos americanos informaram à comissão brasileira que foi aos EUA obter informações sobre as denúncias de espionagem, que a legislação de lá prevê que companhias americanas sediadas em outros países precisam ceder informações à NSA.
Outro ponto é o armazenamento de dados de navegação em território brasileiro, posição que foi solicitada ao relator do Marco Civil. "A Alemanha recentemente decidiu sobre a obrigatoriedade de guarda de dados em território alemão. A Coreia também. Alguém disse que isso não existe no mundo, mas isso não é verdade. E mesmo que não existisse, isso não significa que não podemos discutir", conclui o ministro. [Teletime]
Comentários