14 Abril 2015
Um especialista em aviação questionou se o avião da Germanwings, que caiu nos alpes na semana passada, poderia ter sido vítima de um hacker externo, matando todos os 150 a bordo.A teoria veio à tona em uma carta ao jornal Financial Times e foi escrita pelo chefe de aviação Matt Andersson, o atual presidente da Indigo Aerospace comsede em Chicago.
A tragédia nos alpes franceses, que ocorreu no vôo entre Barcelona e Dusseldorf foi amplamente atribuída ao co-piloto Andreas Lubitz, de 28 anos. Acredita-se que ele teria barricado a entrada do cockpit no Airbus A320 GermanWings, para logo depois voar o avião lotado para a encosta da montanha. Os investigadores apontam para uma história de doenças mentais, que foram escondidos do seu empregador, mas que poderiam ter resultado na tragédia.
Na carta, Andersson diz que os investigadores do acidente na França deixaram claro que o avião acelerou em sua descida. Segundo ele isso poderia ter sido fruto de"de qualquer número de causas, incluindo hacking eletrônico externo do controle e sistemas de navegação da aeronave através de malwares ou intercepção eletromagnética. Esta é uma razão pela qual aviões militares e chefes-de-estado geralmente são criados com blindagens específicas e medidas de proteção ativas adicionais", e ele insiste: "Aeronaves civis não apresentam segurança contra esse tipo de ataque".
Matt Andersson diz que o público deve reservar seu julgamento final até que os investigadores tenham concluído suas investigações para chegar a uma conclusão firme. Por enquanto, "tanto o gravador de voz do cockpit (CVR) quanto o gravador de dados de voo (FDR) Germanwings 9525 ainda têm de ser sujeitos a inspeções que cumpram as normas internacionais".
"Até que isso seja feito, muitas afirmações atualmente apresentadas ao público podem vir a ser errôneas, enganosas ou em alguns casos, levar a reações reguladoras e punições que não condizem com a realidade da questão ou com os verdadeiros culpados."
Desde o acidente, os chefes europeus de segurança aérea recomendam que duas pessoas devem permanecer em todos os momentos na cabine de pilotagem, exigindo que um membro da tripulação de bordo intervenha se um dos dois pilotos deixar o cockpit.
Andersson escreve no Financial Times que o "lento gotejamento de decisões parciais e avaliações preliminares de dados pode ser contraproducente. A Associação de Pilotos Européia, que representa cerca de 40.000 profissionais, tem justamente criticado a liberação prematura das gravações de voz na cabine da aeronave".
Os investigadores dizem que este áudio destaca a respiração estranha do co-piloto enquanto ele bloqueava o cockpit, também é possível ouvir o piloto batendo na porta do lado de fora.
A polícia realizou buscas forenses em Lubitz, na casa dos pais do co-piloto, palavras como suicídio e cabine de segurança foram o foco da busca.
O especialista acredita que a libertação prematura "sem dúvida poderia prejudicar uma avaliação técnica formal" e Andersson não é o único especialista em aviação a especular sobre hackeamento dos sistemas de vôo. O ex-piloto comercial Jay Rollins disse no canal de televisão MSNBC no mês passado: "Esta aeronave é altamente informatizada. Há uma possibilidade de que ninguém trouxe à tona. Eu me pergunto - isso poderia ser um incidente de hacking?"
Ele traçou um paralelo com a perda de um avião não tripulado dos EUA sobre o Irã, que alguns atribuíram a pirataria eletrônica: "De repente, a aeronave parou de responder a forças externas. Se algo assim tivesse acontecido, seria muito perturbador para o piloto."
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