Tech 19 Abr
A novela que envolve o uso da cloroquina e hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus parece ainda estar longe de um fim. O uso da medicação é bastante defendido pelo presidente norte-americano Donald Trump desde antes da COVID-19 se espalhar pelos Estados Unidos. O presidente, assim como o chefe de estado brasileiro, Jair Bolsonaro, acredita fielmente que as substâncias são eficazes no combate ao vírus.
No país norte-americano, o uso das drogas foi aprovado em casos emergenciais para tentar conter a disseminação da doença. Já no Brasil, Bolsonaro também autorizou o uso dos remédios em casos iniciais de contágio.
No entanto, apesar das duas autoridades autorizarem o uso dos fármacos, diversas entidades contestam sua eficácia, o que – inclusive – levou a The Lancet a publicar um estudo que refutava o uso das duas medicações e que, ainda, podia causar riscos de ataques cardíacos àqueles que a utilizassem para o tratamento da COVID-19.
Esse estudo levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a paralisar as pesquisas que estavam em andamento e estudavam a eficácia dos remédios no combate ao vírus. Porém, após alguns dias – e a não aprovação do estudo pela comunidade científica – a revista publicou uma nota invalidando o estudo e a OMS retomou as pesquisas com a cloroquina e hidroxicloroquina.
Vale destacar, entretanto, que mesmo após a primeira publicação da revista, tanto o governo norte-americano quanto o governo brasileiro ainda insistiram no uso dos remédios no tratamento da doença.
Agora, no entanto, isso mudou para o país ao norte do globo. Após as diversas controvérsias e as polêmicas envolvendo o uso das substâncias, a FDA (Food and Drug Administration, órgão dos Estados Unidos equivalente à Anvisa) revogou o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para tratamento emergencial de pacientes infectados com a COVID-19 no país.
De acordo com a instituição, "não é mais razoável acreditar que as formulações orais de hidroxicloroquina e cloroquina possam ser eficazes no tratamento da Covid-19, nem é razoável acreditar que os benefícios conhecidos e potenciais desses produtos superam seus riscos conhecidos e potenciais"
A agência destacou que, de acordo com a “revisão de novas informações e na reavaliação das informações disponíveis”, não é provável que os medicamentos possuam um efeito antiviral.
Com isso, os lotes recebidos pelo governo norte-americano não serão mais repassados às autoridades de saúde estaduais e locais. No entanto, os médicos ainda poderão receitar as drogas para o tratamento de outras doenças.
A cloroquina e a hidroxicloroquina já são utilizadas há anos para o tratamento da lúpus e da artrite reumatoide.
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