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Retina Artificial pode ser a solução para problemas que atingem milhões de pessoas

20 de março de 2017 3

A novidade foi apresentada na última segunda-feira (13) por uma equipe de cientistas do Italian Institute of Technology (Instituto Italiano de Tecnologia). O implante já foi capaz de demonstrar avanços importantes ainda na fase de testes iniciais conduzidos em ratos.

Mesmo com o resultado positivo, os roedores voltaram a perder gradualmente a visão após 10 meses de cirurgia. Segundo os cientistas isso se deve ao fato de idade mais avançada de alguns animais, não comprometendo diretamente a eficácia da retina artificial. Relacionado diretamente a melhora na visão, está ainda o aumento de atividade cerebral no córtex visual primário, porção do cérebro responsável pelo processamento de informações visuais.

Como funciona

O implante artifical vai funcionar da seguinte forma: a retina criada em laboratório será capaz de converter a luz em pequenos sinais elétricos. Esses sinais são capazes de estimular as células do sistema nervoso presentes na retina do paciente, o que pode se converter na restauração da visão mesmo em retinas totalmente comprometidas por problemas degenerativos.

Vale destacar que a retina é uma das principais membranas presentes em nossos olhos, e é de vital importância para o funcionamento pleno da visão. Composta por cerca de 120 milhões de micro fotorreceptores, a retina é a principal responsável por capturar a luz que chega até os nossos olhos. Funciona basicamente como uma tela onde se projetam as imagens que enxergamos.

Quando ocorre uma degeneração completa dessa membrana, quase todas as células da retina acabam morrendo, impactando de forma direta na visão periférica , central e na percepção geral das cores. Para a sorte dos pacientes que sofrem com danos na retina, as células nervosas que circundam a membrana continuam intactas, o que faz com que implantes como esse possam funcionar como uma possível solução até mesmo para doenças mais graves.

Testes em humanos

Mesmo com todo o prognóstico inicial positivo, ainda é preciso ter calma e mais tempo para entender melhor como seria a aplicação prática do implante no corpo humano, e o principal, quais seriam os seus possíveis efeitos secundários.

A previsão, segundo a oftamologista Grazia Pertie, é iniciar os testes em humanos ainda este ano.

Nós planejamos seguir com os primeiros testes em humanos no segundo semestre deste ano, reunindo resultados preliminares no decorrer de 2018. Isso poderia ser o ponto de virada no tratamento de doenças da retina extremamente debilitantes.

Se os resultados dos testes em humanos forem positivos, a pesquisa pode ser pioneira e diretamente responsável por devolver a visão para milhões de pessoas que sofrem com problemas até então irreversíveis.


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