Os mais entusiastas da tecnologia de VR sabem das possibilidades que os novos dispositivos podem trazer, e um dos mais interessantes é a interação social em um mundo virtual. Parece lógico supor que o Facebook, uma empresa voltada para serviços de redes sociais, desenvolva aplicações nesse sentido uma vez que adquiriu a Oculus, e o próprio Mark Zuckerberg já declarou que busca novas formas de interação social.

Além disso, a companhia desenvolvedora do Rift também já está realizando algumas experiências para reproduzir as expressões faciais dos usuários nos avatares 3D, em tempo real. Agora, segundo o site Engadget, podemos ter certeza de que o próximo passo da Oculus será trazer uma experiência social para o mundo virtual. E o que é melhor, tudo isso pode ser feito em um universo lúdico e fantástico.

No início desse ano, a Oculus apresentou ao público do Sundance uma experiência de VR dentro de um curto filme, chamado Lost. A produção, realizada pelo Oculus Story Studio, que ganhou o apelido de "Pixar da realidade virtual", mistura os conceitos de filme e jogos, a fim de proporcionar uma completa imersão do usuário, da forma que um dispositivo de VR deve fazer. Porém, ainda assim é uma experiência solitária.

Para mudar isso, a Oculus está testando uma nova versão do filme, chamado de Lost Director's Cut, que agora permite duas ou mais pessoas dentro do mesmo local, cada um com seu aparelho na cabeça, compartilhando a mesma visão e interagindo entre si, o que o estúdio chama de "experiência compartilhada".

A aplicação transforma os usuários em vagalumes, capazes de se olhar, voar ao redor um do outro e interagir, enquanto as cenas se desenrolam à sua volta. Max Planck, supervisor de direção técnica da Story Studio, e sua equipe dizem que o objetivo é mostrar a cineastas quão longe eles podem ir com VR, de modo que eles não estão pensando sobre a criação da experiência de um única pessoa, mas algo que pode ser em conjunto, compartilhado simultaneamente.

VR é muito isolacionista: Você pode colocá-lo e você esquecer o seu entorno, você esquece as pessoas ao seu redor. Nós queremos contar histórias que as pessoas possam sair e ter bons momentos juntos. Assim como você pode estar em torno da fogueira enquanto alguém conta uma história, ou quando você vai a um filme ou uma peça de teatro que assiste com outras pessoas, e você sai e quer falar com as pessoas.

Para Edward Saatchi, produtor do Story Studio, a realidade virtual não precisa ser algo isolado, mas ao contrário, pode ser algo que possamos experimentar com amigos, onde caminhamos uns com os outros e descobrimos os mundos virtuais juntos. Ele acredita que o futuro da VR é algo como um cinema social, onde a linha que separa o cinema e o MMO (massive multiplayer online) começa a desaparecer.