Assim como a realidade virtual, hologramas estão saindo dos filmes de ficção científica para chegar ao mundo real, cada vez mais convincentes. Um projeto da Universidade do Sul da Califórnia agora quer criar hologramas capazes de conversar com as pessoas.

O projeto recebeu o nome de "New Dimensions in Testimony" (Novas Dimensões para Depoimentos, em tradução livre). Ele grava entrevistas e conversas com diversas pessoas e depois esse conteúdo será preservado em hologramas tridimensionais capazes de interagir com pessoas reais.

Pinchas Gutter, um sobrevivente do Holocausto, foi convidado a contar sua história de vida dentro de uma câmara. Em frente a uma tela verde, daquelas usadas em filmagens cinematográficas para chroma key, ele respondeu perguntas sobre a Segunda Guerra, campos de concentração e outras histórias.

A gravação busca incluir respostas para todas as perguntas possíveis sobre o tema, assim o sistema poderá ser capaz de capturar as perguntas do público e buscar em seu banco de dados o trecho da gravação que oferece a resposta mais adequada. Assim, cria-se a ilusão de que o holograma está de fato conversando com as pessoas.

Foram mais de 50 câmeras cercando o veterano para filmá-lo de todos os ângulos possíveis, e assim criar um holograma realista. As imagens passam por um processo de mapeamento em 3D que preserva cores, iluminação, profundidade e outras informações visuais.

Depois disso, o holograma é gerado e reproduzido para a plateia. A experiência com Gutter, que foi o primeiro a ter seu holograma criado através do New Dimensions in Testimony, foi apresentada para uma classe de estudantes. A projeção ainda considera as medidas do ambiente e oferece a experiência holográfica, como se o polonês estivesse ali, ou melhor, como uma verdadeira transmissão holográfica no melhor estilo Star Wars.

Os jovens então fazem perguntas ao holograma, que as responde com eficiência suficiente para dar a impressão de uma interação ao vivo. Confira o vídeo abaixo.

O potencial dessa tecnologia pode ser de grande contribuição para a preservação da história. Os cientistas da Universidade do Sul da Califórnia acreditam que os hologramas podem ser usados para "eternizar" personalidades históricas para que possam ser consultados mesmo após sua morte.