Planos 20 Out
Parece que as operadoras estão com dificuldades em continuar oferecendo gratuidade em serviços como WhatsApp. Ao menos essa é a opinião da TIM, emitida por seu presidente Stefano de Angelis. De acordo com ele, em sua fala durante painel na Futurecom nesta quarta, 19, a estratégia de parceria com serviços over-the-top (OTT) não foi acertada.
Antes de falar sobre a estratégia da TIM para os próxims anos, o CEO subiu ao palco para cobrar do setor, incluindo todas as operadoras, uma autocrítica em relação às parcerias firmadas com as provedoras de aplicações, as OTTs, e a forma como estabelece os seus preços finais.
Além de destacar que não existe uma obrigação no país para que as operadoras ofereçam WhatsApp de graça, de Angelis acrescenta que entre 2012 e 2015 as teles sofreram com uma queda no lucro anual de R$ 21 bilhões para R$ 18 bilhões, enquanto o Capex (investimento de capital) aumentou de R$ 12 bilhões para R$ 16 bilhões. "É importante ressaltar que a geração de caixa caiu", disse.
Ainda em 2012 as OTT já significavam a aproximação de um pesadelo para as operadoras móveis. Com a popularização dos smartphones, o tráfego de vídeo e serviços em nuvem começou a ser uma realidade naquela época, o que fazia dos serviços OTT ao mesmo tempo uma oportunidade e um grande desafio.
De acordo com uma matéria da Exame, em 2012, um problema apontado pelos engenheiros de telecomunicações é a quantidade de aplicativos que solicitam informações sobre a localização do usuário. Isso pode passar desapercebido pelos usuários mas é um tipo de comunicação extremamente danoso à rede pois acontece, muitas vezes, sem que o aplicativo esteja sequer sendo executado.
Claro, hoje a preocupação é ainda maior. Além da enorme quantidade de pessoas utilizando os serviços oferecidos gratuitamente pelas teles móveis, junto com mensagens e pedidos de geolocalização, aplicativos como o WhatsApp têm se tornado cada vez mais robustos, acrescentando recursos como a chamada de voz, para concorrer com os serviços análogos tradicionais. "Não dá para alavancar as ofertas de um serviço que come a receita tradicional da empresa", disse de Angelis a jornalistas.
Não acho que existe no País uma obrigação de dar WhatsApp grátis. O equilíbrio entre uso de dados e OTTs é uma alavanca que nós operadores precisamos provavelmente melhorar na formulação de tarifas.
Ainda assim, as expectativas para o futuro são otimistas - desde que tudo isso mude. "Olhando para o futuro, os indicadores macroeconômicos são positivos. A expectativa é de recuperação da economia, de reformas estruturais”, resumiu. As previsões da TIM são de queda de 0,8% da receita do mercado de telecom brasileiro, mas também de um retorno à expansão nos próximos anos, e em 2019 a taxa de crescimento será maior que a da inflação.
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