No último trimestre de 2021, a marca Positivo Tecnologia anunciou uma parceria com a Transsion Holdings que resultou no lançamento dos celulares da marca Infinix em solo nacional de forma oficial. O modelo que deu início a essa jornada foi o Note 10 Pro. Ele promete ser um bom intermediário com tela de 90 Hz, plataforma Helio G95, 8 GB de RAM e quatro câmeras com até 64 MP. Será que ele vale os R$ 1.500 cobrados inicialmente? Vamos conferir.

O Infinix Note 10 Pro vem em embalagem escura com o novo estampando em tinta brilhante. Além do celular, você recebe:

• Carregador de 33W de potência
• Cabo USB-C
• Manuais
• Fone de ouvido
• Capinha rígida
• Película de vidro
• Chave para gaveta do SIM Card

A Infinix apostou no design para chamar a atenção dos consumidores para seu aparelho. A traseira do Note 10 Pro tem cada metade com padrão de cores diferentes: na superior vemos pintura espelhada lisa, enquanto na inferior há pequenas linhas que deixam o visual mais fosco, porém ainda brilhante.

Ele pode ser encontrado no mercado nacional nas cores preta e branca, sendo a mais escura um tom de cinza e a mais clara trazendo um efeito furtacor. Ambas possuem corpo de plástico com pintura metálica nas laterais. Na traseira temos o bloco de câmeras parecido com o de outros aparelhos e furo para câmera de selfies na parte frontal.

A Positivo trouxe o Infinix Note 10 Pro para o Brasil para enfrentar o Galaxy A72 e o Redmi Note 10 Pro, mas temos aqui um celular bem maior com quase 7 polegadas de tela. Se o tamanho não incomoda você, então ficará feliz em saber que ele é mais fino do que os rivais da Samsung e Xiaomi.

E por se tratar de um produto novo no mercado nacional, será difícil encontrar acessórios para ele. Pelo menos a Infinix manda uma caixa bem recheada que traz fone de ouvido, capinha e até película para a tela.

Há leitor biométrico integrado ao botão de energia na lateral direita, que funciona muito bem, sendo bastante ágil; logo acima há a tecla de controle de volume. Do lado oposto temos apenas a gaveta para dois chips e microSD. Na parte inferior há entrada USB-C, alto-falante, microfone e entrada para fones de ouvido.

Na parte de conectividade há Wi-Fi AC dual-band para redes de 5 GHz, Bluetooth 5.0 e NFC.

O Note 10 Pro da Infinix possui tela de 6,95 polegadas com resolução Full HD+ e painel IPS LCD de 90 Hz. É uma tela decente, mas que decepciona para a faixa de preço que ele tenta competir, sendo inferior em brilho e contraste a rivais com painel AMOLED. O nível máximo de brilho não é suficiente para entregar boa visibilidade em dias ensolarados.

O sensor de toque responde a 180 Hz, o que faz com que reduza o tempo de resposta em jogos. O ângulo de visão é amplo e as cores, apesar de não terem a calibração perfeita, vão agradar a maioria. Fica faltando suporte a HDR para reprodução de vídeos no YouTube e streaming, mas como o brilho não é forte também não faria muita diferença.

Se a tela não surpreende, podemos dizer o mesmo do som. A boa notícia é que há áudio estéreo graças ao alto-falante de chamadas que serve como canal secundário, porém a saída inferior é mais potente. Aliás, a potência no todo é apenas mediana e abaixo de outros do segmento com som estéreo, enquanto a qualidade sonora peca nos médios.

O fone de ouvido que vem junto é bem básico e ajuda a quebrar o galho na falta de um fone melhor. Pode parecer pouco, mas é melhor do que a Samsung que nem manda mais o acessório com seus celulares.

O Infinix Note 10 Pro vem com o Helio G95 da MediaTek, mesmo hardware encontrado em celulares como o realme 8 e Moto G60s. E como é seu desempenho? Em nosso teste de velocidade vimos resultado inferior ao rival da Motorola, o que é decepcionante diante o fato da alta quantidade de RAM e mesmo assim ainda recarrega alguns apps.

Em benchmarks temos resultados mais animadores, ficando acima do Moto G60s, Redmi Note 10 Pro e Galaxy A72 no AnTuTu. E nos jogos? O intermediário da Infinix consegue rodar PUBG na qualidade HD com gráficos em alto e extras ativados com boa fluidez. No Call of Duty foi possível ter bom desempenho na opção Muito Alta.

O que esperar de um celular com tela gigante e bateria de apenas 5.000 mAh? É aqui que a Infinix nos surpreende com uma boa otimização de software e mesmo com a tela em modo 90 Hz ainda conseguimos a marca de 25 horas de autonomia em nosso teste padronizado. Na prática, isso deixa claro que ele aguenta o dia todo longe de tomadas em uso moderado.

O aparelho vem com carregador de 33W na caixa que faz a bateria ir de 0 a 100% em pouco mais de uma hora e meia. Chega a ser um pouco lento comparado a outros do segmento que carregam em um hora. De qualquer forma, uma carga rápida de 15 minutos recupera 27% e chega a 51% com meia hora na tomada.

O Note 10 Pro traz conjunto quádruplo de câmeras com a principal equipada com sensor de 64 MP, a secundária com 8 MP e lente ultra-wide e demais com 2 MP focadas em macro e monocromático.

O que esperar do desempenho fotográfico do intermediário da Infinix? Podemos dizer que temos resultados mistos. É um aparelho que não vai impressionar e até consegue capturar imagens satisfatórias para compartilhar nas redes sociais, porém basta ampliar uma foto para perceber as limitações de sua câmera.

Principal | Ultra-wide

A ultra-wide registra menos detalhes e apresenta leve distorção nos cantos, mas resulta em imagens com cores, brilho e contraste até mais equilibrados do que vemos na principal. Seu ponto fraco fica ao fotografar à noite com imagens bastante escuras e com baixa nitidez.

E por falar em fotos noturnas, o Infinix Note 10 Pro sofre em locais escuros, mas tem modo noturno bastante eficiente que melhora consideravelmente não apenas o brilho, mas cores e nitidez das fotos. Vale a pena deixar o recurso sempre ativado.

Noturno

Macro

A macro faz apenas o básico como esperado de um sensor de baixa resolução, enquanto o modo retrato gera um desfoque artificial e com bastante falhas. A frontal exagera no efeito de suavização de pele e deixa as selfies artificiais; esse modo é desativado quando se usa o efeito retrato. Selfies noturnas saem bastante escuras e granuladas, mas o modo noturno ajuda bastante.

Selfies

A filmadora grava em 4K a 30 fps ou Full HD a 60 fps com a traseira e frontal. A qualidade dos vídeos é similar à das fotos, com filmagens mais escuras com a ultra-wide. O foco não chega a ser lento, mas a falta de estabilização eletrônica deixa tudo bastante tremido. Talvez o ponto mais decepcionante é ver um celular filmar em Ultra HD com captura áudio apenas mono e de baixa qualidade.

A interface da Infinix recebe o nome xOS e no momento que testamos estava na versão 7.6 baseada no Android 11. Ela é bem diferente do que vemos na One UI, MIUI e outras mais tradicionais que estamos acostumados e traz muitos atalhos para o WhatsApp e redes sociais, como uma espécie de central de recursos para melhorias de voz e vídeos.

Há modo jogo que bloqueia chamadas, mensagens, trava o brilho da tela e outras funções para não atrapalhar na jogatina. Também temos um painel lateral com vários atalhos no estilo do Tela Edge da Samsung. Aqui há atalho para tirar print de uma parte específica da tela ou usar o modo turbo para limpar memória e agilizar desempenho.

Também encontrará na interface o Modo Infantil para controlar o que seu filho pode acessar e até quanto tempo ele poderá usar o celular. E se você é paranóico com privacidade, há um recurso que borra partes da interface com dados sensíveis.

A Positivo chegou mirando no Galaxy A72 e Redmi Note 10 Pro. Será que o intermediário da Infinix é realmente tão bom quanto os rivais da Samsung e Xiaomi?

O Galaxy A72 foi um pouco mais lento em nosso teste multitarefas, mas vence em bateria, tem melhor tela e som, além de câmeras muito mais competentes. Sem falar que o modelo coreano tem resistência IP67 como extra e atualizações garantidas por muitos anos.

E o Note 10 Pro da Redmi? Esse é ainda mais lento no multitarefas e perde em bateria, mas vence em recarga. O da Xiaomi é melhor para multimídia com tela com brilho mais forte e som estéreo mais potente e de melhor qualidade. O conjunto fotográfico também vence o da Infinix, tanto em fotos quanto em vídeos.

Pontos fortes

• Desempenho superior a modelos mais avançados
• Boa autonomia de bateria

Pontos fracos

• Tela tem brilho baixo
• Som estéreo não é dos melhores
• Tempo de recarga poderia ser mais ágil
• Câmeras são fracas para o segmento