
03 Agosto 2022
A Motorola vem ampliando a linha Moto G e trouxe recentemente o G71, um aparelho que não chega a ser um sucessor de outro lançado anteriormente, já que depois do Moto G60 pulava direto para o G100. Isso coloca a Motorola em uma situação arriscada, pois ela precisa competir com intermediários premium e cobrar um preço justo para ganhar espaço no segmento mais concorrido. Será que acertou com o G71? Vamos descobrir.
O Moto G71 vem em embalagem escura com o logo branco da Motorola e o nome do aparelho em verde. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:
O design do Moto G71 não tem nada de especial. Na parte frontal há entalhe em furo central para a câmera de selfies com bordas mais largas que outros da categoria. Na traseira temos três câmeras em bloco levemente saltado e leitor biométrico incorporado ao logo clássico da empresa. O sensor de digitais não é dos mais ágeis, mas não falha.
É curioso ver que a Motorola vem incorporando o leitor biométrico no botão de energia na lateral em modelos mais baratos, mas no G71 seguiu o padrão mais antigo. A traseira e as laterais são feitas de plástico liso disponível em duas opções de cores: azul ou verde. Em ambas temos efeito cromático para passar uma sensação de celular caro.
Na lateral direita temos três botões: o que fica mais ao topo é dedicado ao Google Assistente, seguido pelo maior para controle de volume e de energia. A gaveta para dois chips está do lado esquerdo e não permite expandir o armazenamento. Na parte inferior há a entrada para fones de ouvido, USB-C e alto-falante. O Moto G71 possui dois microfones para captura de som estéreo.
Na parte de conectividade temos Wi-Fi AC para conexão com redes 5 GHz, Bluetooth 5.1, NFC, conectividade 5G e rádio FM.
A Motorola finalmente vem dando mais atenção à tela da linha Moto G. Enquanto os modelos anteriores traziam painel LCD com brilho fraco, o G71 vem com tela OLED com brilho forte para garantir boa visibilidade fora de casa. As cores são vibrantes e o ângulo de visão é bastante amplo.
Porém, nem tudo é perfeito no Moto G71. A empresa economizou e adotou um painel de apenas 60 Hz, enquanto tem celulares muito mais básicos com tela de 90 Hz, mas com painel LCD. A Motorola não deveria obrigar o consumidor a ter que escolher entre brilho alto ou maior fluidez, mas parece que só é possível ter os dois na linha Edge.
Outro ponto que decepciona para a categoria do Moto G71 é o seu áudio apenas mono. O único alto-falante na parte inferior não se destaca em potência sonora e muito menos na qualidade do som. Os médios ficam perdidos e notamos apenas os graves e agudos na maior parte do tempo.
O fone de ouvido que vem junto com o celular é o mesmo de modelos mais básicos da linha Moto G.
O G71 traz o Snapdragon 695, mesmo hardware encontrado em aparelhos como Poco X4 Pro 5G e realme 9 Pro. Este é um chip intermediário que garante ao G71 desempenho ágil no uso com vários apps. O que deveria ser melhor é o gerenciamento de RAM da Motorola que faz com que o celular recarregue alguns aplicativos mesmo com 6 GB de memória.
Em benchmarks temos bons números para o segmento e chegando próximo do Dimensity 800 da MediaTek. No AnTuTu, o G71 até superou por pouco o Edge 20 Lite, um aparelho de linha superior da Motorola.
E nos jogos? Call of Duty rodou liso na qualidade gráfica Muito Alta e no PUBG tivemos boa fluidez na opção HD com taxa de quadros em Alta. O G71 faria bom uso de uma tela de 90 Hz para rodar jogos mais casuais a 90 fps, mas ainda assim é um bom celular para quem busca jogar nas horas livres.
Bateria de 5.000 mAh é bastante comum nos celulares da Motorola e no Moto G71 temos ótima autonomia. É bom ver que a fabricante não precisa apelar por capacidade imensa para oferecer autonomia para mais de um dia.
O carregador de 33W que vem na caixa demora 1 hora e 17 minutos para recarregar a bateria do G71. É uma tempo razoável, considerando que há celulares mais rápidos com a mesma potência. De qualquer forma, uma recarga rápida de 15 minutos recupera um terço da bateria e com apenas 30 minutos já terá mais da metade para usar, o que rende bastante.
O Moto G71 possui conjunto fotográfico com três câmeras na traseira: a principal traz sensor de 50 MP, a secundária de 8 MP é híbrida e serve como ultra-wide e sensor de profundidade; e temos uma terceira para macros com sensor de 2 MP. A frontal possui 16 MP para selfies.
A câmera principal do G71 deveria ser melhor pela categoria que o aparelho briga. Ela peca em contraste e saturação e deixa as fotos com cores lavadas. Já quando você muda para a ultra-wide temos o efeito oposto com contraste tão exagerado que mata todos os detalhes das sombras, além das fotos saírem mais escuras.
Em cenários noturnos temos fotos decentes. O modo noturno prolonga a exposição e deixa pontos luminosos estourados e os ruídos mais visíveis. A ultra-wide é usada pelo software para fazer o desfoque de cenários, mas o resultado não é dos melhores. A macro é tão limitada quanto outros modelos mais baratos da Motorola e é preciso ter paciência para conseguir boas fotos.
A frontal faz boas selfies em dias ensolarados e até consegue fotos nítidas à noite, desde que fique próximo de um ponto de luz. O modo retrato desativa o HDR e com isso temos fundo de luz estourado, mas o recorte é bem feito.
A filmadora grava apenas em Full HD com a câmera traseira e frontal. É decepcionante ver um celular desta categoria não filmar em 4K. A captura de áudio é estéreo com qualidade decente e sofre um pouco para filtrar barulhos próximos.
O Moto G71 é mais um da marca a sair da caixa com Android 11 e deve receber apenas uma atualização para o Android 12, já que a Motorola não vem se comprometendo com sua linha intermediária, mas garante que ele receberá os patches de segurança por algum tempo. Inclusive, quando testamos ele estava relativamente em dia.
Os recursos são os mesmos de outros da linha com os gestos para acionar rapidamente a câmera ou ligar o celular. O Android da Motorola é bastante limpo e vem com o básico do Google, além de algumas poucas opções nativas de customização da interface que serão aprimoradas com o Material You do Android 12.
O Moto G71 é um celular caro para o que se propõe e há até opções melhores da Motorola na mesma faixa de preço, como o Edge 20 Lite. Ele possui tela OLED de 90 Hz, câmeras melhores e grava em 4K. Até pode perder por pouco em bateria, mas ganha em desempenho.
Da Samsung há o Galaxy A72 por volta dos R$ 2 mil e também possui tela de 90 Hz, traz som estéreo, resistência à água e melhores câmeras. Ele perde no multitarefas e fica um pouco abaixo em bateria, mas ainda assim entrega uma melhor experiência no geral com Android mais completo e atualizado.
O custo-benefício é baixo, já que há opções melhores da Motorola
Embalagem vem com capinha, fone de ouvido e carregador potente
Celular grande e escorregadio, mas vem com capinha na caixa
É o mesmo Android simples de outros aparelhos da Motorola
Tela OLED tem brilho forte, mas faltou som estéreo para aprimorar a experiência multimídia
O Moto G71 não é um celular ruim, mas ele custa muito caro pelo que entrega
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Motorola Moto G71