O Edge 50 Fusion é o modelo mais acessível da linha mais avançada da Motorola. A novidade estreou no mercado brasileiro em maio deste ano com preço inicial de R$ 3 mil. Será que o Fusion garante um melhor custo-benefício que os demais membros da família? É isso que vamos descobrir nesta análise do TudoCelular.

O Motorola Edge 50 Fusion vem em caixa clara feita de papel reciclado. Você encontra os seguintes acessórios:

• Carregador com 68W de potência
• Cabo USB no padrão C
• Guia do usuário
• Chavinha da gaveta do cartão SIM

Antes de entrarmos em detalhes é bom deixar claro que o Edge 50 Fusion possui duas versões com pequenas diferenças no hardware. O modelo internacional traz processador mais potente e tela com taxa de atualização superior. Em termos de design, eles são iguais.

Apesar de ser o mais básico da linha, ainda é notável o capricho da Motorola na escolha dos materiais e acabamento. Temos um celular grande que não chega a ser desconfortável de segurar por ser mais fino que outros do segmento e ter bordas curvas com cantos arredondados para uma experiência agradável ao ser usado com uma mão.

Há três opções de cores e em cada foi adotado um tipo de acabamento diferente. Esse que testamos é o azul claro que tem textura estilo couro vegano com toque suave e agradável. O modelo na cor rosa tem acabamento tipo tecido e o azul escuro traz um plástico fosco. As laterais seguem as cores da traseira e são feitas em plástico com pintura metálica.

É bom ver que a Motorola não fez cortes nas proteções do seu aparelho e ainda há certificação IP68 para garantir boa resistência contra água e poeira, sendo possível mergulhar o celular em até 1,5 metro de profundidade por no máximo 30 minutos. O vidro frontal conta com Gorilla Glass 5 para boa resistência a riscos e impactos.

A frente exibe uma grande tela com bordas finas e a traseira tem uma pequena elevação na parte onde ficam localizadas as duas câmeras e flash de LED. O leitor biométrico vem incorporado à tela e responde bem. Não há entrada padrão para fones de ouvido e a gaveta na parte inferior fica devendo slot para microSD ou mesmo segundo chip. Para ter uma linha secundária só com eSIM.

Em conectividade temos Wi-Fi de quinta geração com suporte a redes de 5 GHz, Bluetooth 5.2, NFC e 5G.

A Motorola adotou um painel pOLED de 6,7 polegadas com resolução Full HD+ e taxa de atualização de 120 Hz. O nível de brilho máximo fica próximo de muito celular topo de linha, o que o deixa acima de boa parte dos intermediários premium.

Infelizmente, não há qualquer tipo de HDR e seu painel é apenas do tipo 8-bit, o que limita a quantidade de cores reproduzidas, diferente dos modelos superiores que exibem mais de 1 bilhão de tons diferentes. Pelo menos em termos de contraste e ângulo de visão, temos a mesma boa experiência dos demais.

Há alguns perfis para escolher o nível de saturação das cores e também regular a temperatura do branco. A taxa de atualização vem em modo automático por padrão que reduz até 60 Hz em conteúdo estático para salvar bateria. Você pode travar a velocidade caso priorize fluidez ou autonomia.

Aqui temos uma configuração padrão de som estéreo com o alto-falante de chamadas servindo de canal secundário. Ele não chega a ser tão potente quanto a saída de som principal na parte inferior do aparelho, mas ainda garante uma experiência multimídia imersiva.

O áudio é bem equilibrado e não apresenta distorção com o volume máximo. É notável que há uma maior presença de graves comparado à geração anterior e a potência chega até a superar outros celulares mais caros da Motorola. Também há equalizador com suporte a Dolby Atmos.

O Edge 50 Fusion vendido no Brasil vem equipado com o chipset Snapdragon 6 Gen 1 e traz 8 GB de RAM que pode ser expandida usando parte do armazenamento para no máximo 16 GB. Já a memória interna vem com 256 GB.

Ele não chega a ser o mais rápido do segmento no uso com vários apps, mas consegue segurar muitos aplicativos abertos ao mesmo tempo. Esse chip da Qualcomm também não vai empolgar em benchmarks e no AnTuTu registramos média pouco acima dos 500 mil pontos.

Ele vai bem em jogos e no PUBG podemos jogar na opção HD com qualidade Alta e todos os recursos gráficos ativados. No Call of Duty ainda é possível escolher a opção gráfica Alta sem sofrer com lentidão, mas boa parte dos extras gráficos ficam desabilitados.

A bateria tem capacidade tradicional de 5.000 mAh, um bom tamanho para garantir duração para o dia todo em hardware eficiente. É basicamente isso que temos aqui com uma ótima autonomia de 34 horas em uso moderado.

O nosso teste é feito incluindo alguns jogos. Em uso mais leve será possível até ter bateria para dois dias facilmente. Outro ponto positivo fica para o rápido tempo de recarga que leva menos de 50 minutos para encher a bateria graças ao carregador TurboPower de 68W que acompanha o aparelho.

A Motorola promete metade da bateria com carga de apenas 15 minutos. Em nosso teste tivemos 43% recuperado neste tempo, o que ainda é um ótimo resultado. Com meia hora na tomada terá mais de 80% da bateria para usar.

O conjunto fotográfico é formado por sensor de 50 MP com estabilização do tipo óptica e um secundário de 13 MP com lente ultra-wide que possui foco automático, o que serve para quebrar o galho na hora de fazer uma macro ou desfocar o cenário.

A câmera principal vem com sensor LYT-700C da Sony, que a Motorola alega ser o mais avançado do segmento. Como é padrão em sensores de 50 MP, há compressão de quatro pixels por um, o que resulta em arquivos finais de 12,5 MP. Neste modo, temos fotos nítidas, com boas cores, contraste sem exagero e poucos ruídos em locais bem iluminados.

Padrão | 50 MP

O software da câmera tem IA integrada e oferece alguns estilos de captura de fotos, como o modo natural ou o automático que satura mais as cores para quem prefere imagens vibrantes. É possível capturar imagens sem compressão na resolução máxima, mas as fotos saem suavizadas e com menos detalhes, apesar de ocuparem mais espaço da memória.

O Edge 50 Fusion fica devendo uma câmera teleobjetiva. Assim, você terá que se contentar com o zoom apenas digital. Para fotografar algo não tão distante, ainda terá imagens nítidas ao aproximar em duas vezes. Ir além disso já gera imagens bastante suavizadas e com poucos detalhes.

Principal | Ultra-wide

A ultra-wide faz fotos bacanas sem perder muita a qualidade diante a limitação do sensor mais simples da fabricante SK Hynix. As fotos tendem a ser mais saturadas e escuras em locais com pouca luz. O foco automático ajuda bastante na hora de fazer macros e podemos capturar pequenos detalhes sem dificuldade. O efeito de desfoque é bastante acentuado e apresenta poucas falhas.

Zoom

Macro

A Motorola possui um modo noturno competente que prolonga a exposição durante a captura para registrar fotos mais claras sem deixar os ruídos aparentes. A ultra-wide é mais limitada neste ponto, então tente usar apenas a principal e terá boas cores e contraste, sem distorção de pontos luminosos.

Noturno

A câmera frontal traz um sensor ISOCELL da Samsung com resolução de 32 MP. As selfies registradas em locais bem iluminados apresentam muitos detalhes, bom tom de pele e desfoque de fundo eficiente com poucos erros. Há uma pequena queda de nitidez ao fotografar à noite, mas ainda temos ótimas fotos.

Selfies

A filmadora grava a no máximo 4K a 30 quadros por segundo com a traseira e frontal. Também é possível filmar em Full HD com o dobro de fluidez. Os vídeos exibem cores saturadas, a estabilização é eficiente em qualquer resolução e o foco automático não decepciona. A captura de som é estéreo e apresenta boa qualidade.

O Edge 50 Fusion sai da caixa com Android 14 e receberá duas atualizações do robozinho com três anos de patches de segurança garantidos. Seu suporte é mais curto que os modelos superiores da linha com uma versão do Android adicional e um ano extra.

O software vem com interface Hello UI que apesar de ainda ter uma pegada bem próxima do que vemos no Android padrão, traz alguns recursos de customização. Você pode alterar o tema e a fonte ao segurar na tela inicial.

Há a clássica barra lateral para adicionar seus apps favoritos e os gestos de ligar lanterna ou acessar a câmera ao sacudir o celular. Também é possível definir atalho para o botão de energia ou ao tocar duas vezes na traseira do aparelho.

O aplicativo Moto está presente com recursos focados em segurança como a Pasta Segura para adicionar uma camada extra de proteção para dados importantes. Você pode espelhar o conteúdo do celular para uma TV ou mesmo acessar seus arquivos no celular direto de um PC.

O Galaxy A55 talvez seja o seu maior rival no mercado nacional. O modelo coreano é mais espesso e pesado, tem tela menor, mas que conta com suporte a HDR e o som também é potente. O chip Exynos 1480 é mais ágil no multitarefas e consegue números maiores nos benchmarks, além de ir bem em jogos. A bateria rende quase o mesmo, porém leva muito mais tempo para recarregar. O conjunto fotográfico faz ótimas fotos e o suporte a software é superior com atualizações por mais anos.

O Redmi Note 13 Pro também seria uma boa alternativa. Ele perde na resistência à água, porém compensa com tela superior que exibe mais cores e tem suporte a Dolby Vision. Apesar de vir com o Snapdragon 7s Gen 2, que equipa a versão internacional do Edge 50 Fusion, ele foi mais lento no multitarefas por falta de otimização de software. O da Xiaomi perde em autonomia e empata na recarga de bateria. Em câmeras, ele não chega a ser superior apesar do sensor com maior resolução.

Pontos Fortes

• Tela de 120 Hz com brilho forte
• Som estéreo de qualidade
• Ótima autonomia de bateria
• Bom tempo de recarga

Pontos Fracos

• Poderia ter chipset mais potente
• Faltou zoom óptico
• Foco poderia ser mais ágil