23 Janeiro 2025
Temos em mãos o Edge 50 Neo, um modelo acessível dentro da linha avançada da Motorola. A novidade traz algumas evoluções, com tela do tipo LTPO, certificação militar para maior resistência, chipset mais potente, câmera teleobjetiva com zoom óptico e até carregamento sem fio. Isso faz com que seu custo-benefício fique mais atrativo, mas será que o Edge 50 Neo é uma boa compra? Vamos conferir.
O Motorola Edge 50 Neo vem em caixa clara feita de papel reciclado. Você encontra os seguintes acessórios:
- Carregador com 68W de potência
- Cabo USB no padrão C
- Guia do usuário
- Chavinha da gaveta do cartão SIM
A primeira mudança nesta geração está no design, que evoluiu para se adequar aos demais lançamentos recentes da Motorola. Não há mais aquele bloco separado para as câmeras, e temos apenas uma pequena elevação na traseira para um design mais fluido.
O corpo ainda é feito de plástico e a traseira traz acabamento macio ao toque que a Motorola chama de couro vegano. Há três opções de cores para escolher, todas feitas em parceria com a Pantone. Testamos o modelo na cor Grisaille, uma espécie de cinza, enquanto há as opções Latte (um tom de creme) e Poinciana (um tom entre o laranja e o vermelho).
O novo está mais compacto por conta da redução do tamanho da tela e perdeu a curvatura do vidro frontal, o que vai contra a proposta da linha Edge. Há Gorilla Glass 3 para boa proteção contra arranhões e certificação militar MIL-STD 810H que o protege contra variações bruscas de temperatura, resiste por horas em locais muito quentes ou frios, além da certificação IP68 para proteção contra poeira e água.
A Motorola garante que o display do Edge 50 Neo responde bem mesmo se a tela estiver molhada, o que nem sempre é o caso de todo celular com IP68. O leitor de digitais vem integrado ao painel, ficando bastante próximo da borda inferior. Pode ser desconfortável para quem tem mãos grandes, mas funciona bem.
Ele fica devendo entrada padrão para fones e slot para cartão microSD. A sua gaveta aceita apenas um chip. Para ter uma segunda linha, é necessário ativar por eSIM. Na parte de conectividade, temos Wi-Fi de sexta geração, Bluetooth 5.3, NFC e 5G.
Uma das novidades desta geração é o suporte a carregamento sem fio, algo normalmente encontrado apenas em celulares mais caros. Ele fica limitado a apenas 15W, sendo bem mais lento que o carregamento por fio, mas é um extra bacana.
A tela teve avanços e retrocessos. O painel adotado pela Motorola agora é um pOLED LTPO com 6,4 polegadas e resolução de 1200p. A taxa de atualização caiu para 120 Hz, mas ainda é suficiente para garantir ótima fluidez no uso com qualquer aplicativo.
O nível de brilho evoluiu e garante uma experiência de visualização confortável ao ar livre, mesmo em um dia ensolarado. Há suporte a HDR10+ e profundidade de cor de 10 bits, garantindo ao Edge 50 Neo reproduzir mais de 1 bilhão de cores diferentes.
A taxa de atualização vem em modo automático, reduzindo até 1 Hz por conta do painel do tipo LTPO. É possível limitar até 60 Hz para fazer a bateria render mais ou forçar 120 Hz o tempo todo em troca de menor autonomia. Ele vem configurado para exibir cores mais saturadas, mas há perfil com cores mais neutras, também sendo possível regular a temperatura.
A parte sonora agrada com áudio estéreo graças ao alto-falante de chamadas que atua como canal secundário. Há uma boa distribuição de som, com áudio bastante potente, mas que acaba apresentando um pouco de distorção no volume máximo.
Há bom equilíbrio entre graves, médios e agudos. Isso garante uma boa experiência com filmes, jogos e músicas. Há equalizador com vários perfis e suporte a Dolby Atmos para uma experiência mais espacial.
O Edge 50 Neo traz o chipset Dimensity 7300, uma versão atualizada do 7050 com processo de fabricação de 4 nm para menor consumo energético. O processador octa-core é composto por quatro núcleos da série A78 e mais quatro A55. A GPU é a Mali-G615. A versão nacional traz 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento.
A primeira má notícia vai para o desempenho. O intermediário premium da Motorola até consegue segurar muitos apps abertos ao mesmo tempo, mas ele não é dos mais rápidos, ficando até abaixo do antecessor em nosso teste multitarefas. Em benchmarks temos um pequeno salto, passando dos 600 mil pontos no AnTuTu.
Testamos Call of Duty Mobile na qualidade Muito Alta com todos os recursos ativados e PUBG na opção HDR em Ultra com tudo habilitado. Em ambos, tivemos uma boa experiência de jogo.
Com a redução do tamanho do celular, tivemos um corte de bateria. Agora com apenas 4.300 mAh, será que o Edge 50 Neo consegue alcançar autonomia para o dia todo ou vai precisar de uma segunda carga à noite?
Apesar do tamanho de bateria abaixo da média, o Edge 50 Neo rendeu bem em nosso teste, com autonomia de 32 horas de uso moderado. Isso garante carga para o dia todo com folga.
Ele traz carregador TurboPower com potência de 68W, que precisa de 45 minutos para encher totalmente a bateria. Uma carga rápida de 15 minutos é suficiente para recuperar 40% da bateria, que chega a 80% com meia hora na tomada.
O conjunto fotográfico conta com três câmeras: a principal traz um sensor LYTIA 700C da Sony com estabilização do tipo óptica; a secundária é um combo de câmera ultra-wide com macro e sensor de 13 MP; enquanto a terceira é uma teleobjetiva de 10 MP com zoom óptico de 3x e também traz estabilização óptica.
A qualidade fotográfica agrada em cenários bem iluminados. Há cores vibrantes e bom contraste, enquanto o alcance dinâmico é eficiente em muitos casos, mas pode apresentar limitações.
Principal | Ultra-wide
O sensor comprime as imagens em quatro por um, o que resulta em arquivos finais de 12,5 MP. Na maioria dos casos, nem vale a pena usar a resolução máxima, já que o pequeno ganho em nitidez não compensa o triplo do espaço do armazenamento ocupado.
Há atalho para zoom digital de 2x que apresenta resultados decentes com pouca perda de qualidade. A teleobjetiva captura imagens mais nítidas, apesar de pecar um pouco no contraste. O zoom digital vai até 10x, que combinado com o óptico, temos uma aproximação máxima de 30 vezes. Claro que, ao usar o zoom no máximo, terá uma queda drástica na qualidade.
Padrão | 50 MP
Zoom
A ultra-wide não fica acima de outros intermediários com sensores mais fracos. Ela captura fotos decentes de dia e tende a sofrer grande perda de nitidez à noite. O foco automático permite usar essa câmera para fazer capturas de objetos próximos, o que resulta em macros com boa qualidade.
Noturno
A câmera ativa o modo noturno por padrão ao detectar cenários com pouca luz. A nitidez e os detalhes são bons, o ruído é mantido no mínimo e a faixa dinâmica é ampla. Os realces e as sombras são bem equilibrados. Só o foco que poderia ser mais eficiente ao fotografar à noite.
Selfies
A frontal traz sensor de 32 MP que captura selfies bastante nítidas com cores saturadas e alcance dinâmico bastante amplo. Apenas o HDR que parece exagerar às vezes, deixando as fotos mais brilhantes do que deveriam. As fotos noturnas mantêm a mesma qualidade vista ao dia. O desfoque de fundo é mais eficiente do que o obtido com a câmera traseira.
A filmadora grava em 4K a 30 fps ou Full HD a 60 fps com a traseira e a frontal. A qualidade dos vídeos agrada e não saem muito escuros em locais com pouca luz. A estabilização é eficiente ao lidar com a maior parte dos tremidos. O foco é ágil e a captura de som é estéreo e não sofre muito com ruídos de vento.
Ele sai de fábrica com o Android 14 e a interface Hello UI. A Motorola promete cinco atualizações do robozinho com cinco anos de updates de patches de segurança. No momento em que testamos o Edge 50 Neo, ele estava com a atualização em dia.
É bom ver que quase todos os recursos presentes nos mais caros estão disponíveis no Neo, incluindo o Always on Display e até o Ready For, que permite ter uma experiência desktop com o celular ao conectá-lo a uma tela, seja com ou sem fio.
Há os mais convencionais presentes em outros intermediários, como a Barra Lateral, que organiza seus apps mais usados em um pequeno menu no canto da tela. É possível ligar a lanterna ao sacudir o celular, assim como também abrir a câmera ao girar o aparelho. Você pode configurar atalhos para quando tocar duas ou três vezes na traseira.
Será que o intermediário da Motorola supera o Galaxy A55 da Samsung? O rival coreano é maior e tem corpo de metal com traseira em vidro. O da Motorola tem pequena vantagem na resistência contra água, enquanto sua tela é mais avançada por ser do tipo LTPO e alcançar brilho mais forte, além de reproduzir mais cores. Os dois empatam na parte sonora, mas o Galaxy vence em desempenho multitarefas, bateria e captura melhores fotos.
O Poco X6 Pro seria uma boa alternativa? O da Xiaomi tem certificação IP54, o que garante uma resistência à água mais limitada. Há tela mais avançada com suporte a Dolby Vision, mas perde no brilho máximo. O som agrada em qualidade e não distorce no máximo. O Poco perde no desempenho multitarefas e na autonomia de bateria, enquanto faz fotos e vídeos com qualidade similar.
Pontos Fortes
- IP68 e resistência militar
- Tela de 120 Hz com brilho forte
- Som estéreo de qualidade
- Ótima autonomia de bateria
- Bom tempo de recarga
Pontos Fracos
- Perdeu design curvo da linha
- Poderia ter chipset mais potente
O Edge 50 Neo tem custo-benefício interessante, ainda mais com o longo suporte a atualizações do Android
Embalagem traz apenas carregador de 68W, sem capinha para proteção imediata do aparelho
Ele está mais compacto e fino, o que torna a pegada mais agradável, especialmente na versão com traseira que imita couro
O Edge 50 Neo traz a mais recente interface da Motorola com suporte a gestos, customização e até IA que turbina a experiência
Ele vem com tela LTPO pOLED com alto nível de brilho e ótimas cores; o som estéreo potente contribui para uma agradável experiência multimídia
O Edge 50 Neo é um bom celular intermediário que cumpre bem o seu papel para curtir filmes, jogos e músicas, mas poderia ter chipset mais potente
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Motorola Edge 50 Neo