O Motorola Edge 50 foi lançado no Brasil em setembro de 2024, acrescentando mais uma opção de alto desempenho à extensa linha de celulares premium da marca. O modelo se destaca pela certificação militar, garantindo maior resistência, e por um design com uma cor exclusiva desenvolvida em parceria com a Pantone. Mas será que a versão base da família se destaca entre as outras opções lançadas pela Motorola? Vamos descobrir.

O Motorola Edge 50 vem em caixa clara feita de papel reciclado. Você encontra os seguintes acessórios:

• Carregador com 68W de potência
• Cabo USB no padrão C
• Guia do usuário
• Chavinha da gaveta do cartão SIM

O Edge 50 traz um design familiar, que é uma assinatura para a maioria da linha avançada da Motorola, especialmente com o uso do painel traseiro em couro vegano. Ele segue o estilo do Edge 50 Pro e Ultra, apresentando um perfil fino, com vidro ligeiramente curvado e uma traseira revestida com acabamento macio ao toque.

A frente do aparelho é protegida por um painel de Gorilla Glass 5 e o quadro é feito de alumínio, garantindo boa resistência a impactos. O couro vegano na parte traseira está disponível em três cores: cinza, verde e uma opção exclusiva em parceria com a Pantone, chamada de Peach Fuzz.

Outro detalhe interessante no design do Edge 50 é a ilha de câmeras, que se integra suavemente à traseira do aparelho, criando uma transição natural. Esse estilo minimalista proporciona um visual limpo e moderno, sem elementos excessivos que destoem do conjunto geral do smartphone.

O topo de linha da Motorola se destaca na durabilidade. Ele é certificado com a classificação IP68, o que garante resistência à água e à poeira. Além disso, o aparelho é compatível com o padrão militar MIL-STD-810H, o que significa que ele foi projetado para resistir a condições ambientais severas. Isso inclui exposição a temperaturas extremas, choques térmicos, chuva, umidade, areia, poeira, impactos físicos e até mesmo vibrações ocasionais, tornando-o um dispositivo robusto para o dia a dia.

A parte frontal apresenta moldura fina, especialmente nas laterais com a curvatura do vidro. A tela do aparelho funciona mesmo quando está molhada, o que nem sempre é o caso de celulares com proteção contra água. Há um pequeno furo no topo para a câmera de selfies, enquanto o leitor biométrico vem incorporado ao display e responde rapidamente.

A gaveta do Edge 50 suporta apenas um chip físico e nada de slot para microSD. Para ativar uma segunda linha é necessário recorrer a um eSIM. Em conectividade, temos Wi-Fi 6, Bluetooth 5.2, NFC e 5G. Há carregamento sem fio com potência máxima de 15W.

Na parte multimídia temos uma tela P-OLED de 6,7 polegadas, oferecendo uma resolução de 1.220p, profundidade de cor de 10 bits, taxa de atualização de até 120 Hz e suporte a HDR10+.

A Motorola anuncia que a tela pode chegar próximo dos 2.000 nits de brilho máximo. Realizamos medições no display e registramos 900 nits de brilho máximo manual e 1.800 nits no automático. Além disso, a tela apresenta um brilho mínimo bastante baixo, o que demonstra um desempenho sólido em termos de luminosidade em qualquer situação.

A tela do Edge 50 também suporta uma taxa de atualização variável com três opções de configuração: Auto, 60 Hz e 120 Hz. Nos modos Auto e 120 Hz, o display alterna para 60 Hz quando o conteúdo é estático e utiliza a taxa de atualização variável para a maioria dos aplicativos. No entanto, o modo Auto pode, em alguns casos, escolher 90 Hz em vez de 120 Hz para a interface do Android e alguns apps.

Embora o display seja certificado com HDR10+, ele é reconhecido por alguns aplicativos, como o YouTube, mas infelizmente nem todos os reprodutores de vídeo suportam. Isso significa que, enquanto você poderá aproveitar uma experiência visual aprimorada em alguns conteúdos, ainda há limitações em outros serviços de streaming. A Motorola ficou devendo Dolby Vision neste modelo.

Assim como em outros da linha, este também conta com uma configuração típica de alto-falantes estéreo híbridos, onde o alto-falante de chamadas também desempenha a função de canal secundário. Embora essa saída de som superior, que cumpre duas funções, seja um pouco mais discreta e tenha foco principalmente nas vozes, o equilíbrio sonoro agrada.

Os alto-falantes do Edge 50 alcançam alta potência com pouca distorção no volume máximo. A qualidade do som é boa, com uma excelente definição nas frequências altas, vocais ricos, mas com graves mais fracos.

Em desempenho temos o chipset Snapdragon 7 Gen 1 Accelerated Edition, uma versão otimizada do Snapdragon 7 Gen 1 lançado em 2022, que oferece um pequeno aumento na velocidade da CPU para garantir desempenho extra. A GPU permanece a mesma, a Adreno 644, presente na versão anterior.

O dispositivo conta com 12 GB de RAM, que podem ser expandidos com o recurso RAM Boost. Mesmo sem utilizar essa funcionalidade, o Edge 50 oferece uma boa experiência multitarefa, mantendo vários aplicativos abertos em segundo plano sem dificuldades. Em nosso teste de velocidade, o celular superou muitos dos seus concorrentes, demonstrando boa agilidade.

Em termos de benchmarks, o desempenho fica na média do segmento. No AnTuTu, o aparelho alcançou mais de 700 mil pontos, um resultado respeitável. Nos jogos, o Edge 50 também se destaca, permitindo jogar Call of Duty Mobile na qualidade Muito Alta, com todos os recursos adicionais ativados. No PUBG, o desempenho é igualmente satisfatório, rodando na opção HDR com taxa de quadros no Ultra e todas as configurações extras.

O Edge 50 vem com uma bateria maior em comparação aos modelos Neo e Pro, com 5.000 mAh. Embora isso seja uma boa notícia, a Motorola poderia ter feito um trabalho melhor em termos de otimização, ou o problema pode estar no hardware, que não é tão eficiente energeticamente.

Em nosso teste de uso moderado, com apps populares e alguns jogos, conseguimos atingir uma autonomia de 27 horas. Esse tempo não é ruim e deve ser suficiente para muitos usuários durante um dia de uso, mas ainda assim poderia ser um pouco mais longo.

O modelo também acompanha o carregador TurboPower de 68W, que consegue recarregar completamente a bateria em pouco mais de 50 minutos. Com apenas 15 minutos de carga, o aparelho recupera mais de 40% da bateria, e em meia hora chega a 70%, garantindo várias horas de uso moderado.

O Motorola Edge 50 utiliza o mesmo hardware de câmera do modelo mais acessível, o Edge 50 Neo. A câmera principal tem uma resolução de 50 MP, enquanto a ultra-wide é de 13 MP e a teleobjetiva tem 10 MP com zoom óptico de 3x.

Mesmo sob condições climáticas desfavoráveis, a câmera principal entrega uma qualidade de imagem sólida com muitos detalhes registrados, boa nitidez e cores naturais, mas com um toque mais vibrante, mesmo utilizando a configuração padrão Natural. Só fica devendo no HDR ao fotografar contra luz de fundo.

Principal | Ultra-wide

A câmera ultra-wide, embora não seja impressionante, cumpre sua função e oferece um desempenho comparável a outros concorrentes no mesmo segmento. No entanto, ela não é muito nítida e seu alcance dinâmico é mais limitado em relação à câmera principal e à telefoto, o que resulta em algumas sombras mais escuras nas condições mais desafiadoras. As cores são um pouco menos saturadas, mas o algoritmo de correção de bordas é eficaz, minimizando a distorção de lente.

Uma característica interessante da câmera ultra-wide é seu foco automático, o que não é muito comum em smartphones dessa faixa de preço, permitindo a realização de fotografias em modo macro. No entanto, é até possível usar a câmera principal nesse tipo de cenário, já que também consegue focar em distâncias curtas de forma eficaz.

Zoom

As fotos de zoom 2x são apenas recortes feitos pela câmera principal, e a perda de definição é bem acentuada. É perceptível que a câmera tem dificuldades em capturar detalhes de folhas e árvores. Embora a faixa dinâmica, as cores e o contraste sejam bons, as imagens ficam um pouco suaves demais.

A câmera telefoto de 3x produz boas fotos, que se igualam ao processamento geral da câmera principal em termos de cores, contraste e alcance dinâmico. Quanto à qualidade, as imagens de zoom 3x ficam entre as fotos de zoom 2x e as de alcance padrão, ou seja, são visivelmente mais nítidas e conseguem capturar mais detalhes do que o zoom digital, mas ainda ficam um passo atrás em relação às fotos do modo padrão.

Noturno

O modo noturno é ativado automaticamente sempre que detecta cenários mais escuros. Os resultados são muito bons, o nível de ruído é mantido ao mínimo, a nitidez agrada, há muitos detalhes registrados e o alcance dinâmico é amplo. O contraste também está próximo do ideal ao suavizar as sombras e deixar a cena com um aspecto mais natural. As cores também estão bem próximas do ideal.

A câmera frontal, por sua vez, também é compartilhada com o Edge 50 Neo, oferecendo 32 MP para selfies. O sensor utilizado não é dos melhores, mas a Motorola consegue extrair ótimos resultados, considerando a categoria do dispositivo. As selfies têm um bom alcance dinâmico, muitos detalhes e são razoavelmente nítidas. O contraste é um pouco exagerado, o que faz as cores ficarem menos vibrantes, mas, no geral, a qualidade das selfies agrada.

Selfies

O Edge 50 grava vídeos em 4K a 30fps com todas as suas câmeras e tem suporte a estabilização eletrônica para lidar com parte dos tremidos. Os vídeos gravados com a câmera principal têm boas cores e um alcance dinâmico aceitável, mas a nitidez decepciona um pouco. O foco poderia ser mais ágil, enquanto a captura de som não lida tão bem com ruídos do ambiente.

O software fica por conta do Android 14 presente de fábrica com atualização garantida para a versão 15 do robozinho, já liberada recentemente no Brasil. Entre as novidades há mais recursos voltados para Inteligência Artificial e melhorias na parte de segurança.

Um ponto positivo é que a maioria das funcionalidades presentes nos modelos mais caros da linha também estão disponíveis neste. Isso inclui a experiência similar ao desktop, chamada anteriormente de Ready For, que foi unificada com o Moto Connect em uma nova ferramenta chamada agora de Smart Connect, que oferece diversas funcionalidades como streaming, controle cruzado, e compartilhamento inteligente, tanto com conexões sem fio quanto com fio.

Outro destaque é o suporte a conexões com telas externas, tanto sem fio quanto por cabo, proporcionando uma experiência de desktop móvel. Isso oferece mais versatilidade para quem precisa de uma tela maior para trabalhar ou se divertir.

A Motorola também se orgulha de seus recursos de IA, que são focados em melhorar a experiência da câmera. O "Moto AI", ainda em beta para cadastro no Brasil, abrange funções como processamento de imagens com Inteligência Artificial, estabilização adaptativa, zoom de 30X e exposição prolongada. Além disso, o Edge 50 conta com recursos exclusivos como o Style Sync, que cria um papel de parede baseado na sua roupa, e o Magic Canvas, que gera fundos personalizados conforme os seus comandos.

O Edge 50 consegue superar o popular Redmi Note 13 Pro Plus? Ambos possuem o mesmo tamanho e apresentam um design curvo com tela grande e bordas finas. O display do Redmi, no entanto, se destaca pelo brilho um pouco mais intenso e pelo suporte ao Dolby Vision, oferecendo uma experiência de visualização mais imersiva. Já o Edge 50 leva vantagem na autonomia da bateria e no desempenho multitarefas. Em termos de fotografia, ambos oferecem imagens de qualidade, com o Redmi se destacando nos detalhes e o Edge 50 em condições de baixa luminosidade.

O Realme 13 Plus, por sua vez, é voltado para quem prefere um design mais plano, mas ainda com uma traseira elegante e visual marmorizado. Sua tela OLED também apresenta brilho mais forte e oferece uma qualidade sonora superior. No entanto, seu desempenho multitarefas é consideravelmente mais lento em comparação com os outros dois dispositivos, embora a bateria dure muito mais e tenha um tempo de recarga mais rápido. O realme oferece boas fotos, mas não chega a competir com a qualidade do Edge 50.

Pontos Fortes

• Tela de 120 Hz com brilho forte
• Som estéreo de qualidade
• Desempenho acima dos intermediários premium
• Bom tempo de recarga

Pontos Fracos

• Autonomia abaixo da média
• Câmera zoom não se destaca na categoria
• Recursos de IA ainda limitados