O Moto G55 chega com a missão de substituir um dos smartphones mais procurados da Motorola pelos brasileiros em 2024. Será que ele mantém a tradição de oferecer bom custo-benefício? E quais foram as principais mudanças em relação ao Moto G54? Descubra tudo isso nesta análise completa do TudoCelular.

O Moto G55 vem em embalagem feita de papel reciclado e além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador de 33W de potência
• Cabo USB no padrão C
• Chavinha da gaveta do SIM card
• Guia do usuário

Não espere grandes mudanças no novo intermediário acessível da Motorola. O design foi levemente repaginado para se alinhar com os lançamentos mais recentes da marca, mas sem alterações drásticas no visual.

As dimensões seguem praticamente as mesmas de antes, tanto em altura quanto em largura e peso. A parte frontal ainda conta com uma borda inferior mais larga, enquanto as laterais apresentam uma espessura razoável para a categoria. No topo, o clássico furo para a câmera de selfies permanece presente.

A principal mudança no design está na traseira, que deixou de ter a moldura em destaque nas câmeras e agora traz uma leve elevação, integrando-se à mesma peça com acabamento fosco em estilo couro. Recebemos o modelo na cor rosa para teste, mas o G55 também está disponível nas versões verde e preta.

As laterais são planas e feitas de plástico fosco, proporcionando boa ergonomia ao segurar o aparelho. Embora o celular não conte com certificação contra água e poeira, ele vem com Gorilla Glass 5, oferecendo proteção adicional contra quedas e riscos na tela.

O leitor biométrico permanece na lateral, integrado ao botão de energia, e funciona de forma rápida e precisa no reconhecimento da digital. O dispositivo também traz entrada padrão para fones de ouvido na parte inferior e uma gaveta com slot para cartão microSD de até 1 TB para expandir o armazenamento.

Em termos de conectividade, não há novidades nesta geração. O Wi-Fi mantém o padrão AC com suporte a redes de 5 GHz, assim como Bluetooth 5.3, NFC e conexão 5G. Além disso, o suporte a rádio FM segue presente.

O Moto G55 vem com uma tela IPS LCD de 6,5 polegadas, resolução Full HD+ e taxa de atualização de 120 Hz. A Motorola promete um brilho máximo de 1000 nits, e nos nossos testes, o dispositivo atingiu pouco mais da metade dessa marca.

Em uso externo, é possível obter um pouco mais de brilho da tela, mas não o suficiente para garantir boa visibilidade em dias ensolarados. Uma tela OLED seria uma adição interessante a este modelo, oferecendo não apenas maior brilho, mas também melhor contraste.

Ainda assim, o display oferece cores vibrantes e saturadas por padrão, com bons ângulos de visão. A taxa de atualização opera em modo automático, alternando entre 60 e 120 Hz conforme o conteúdo exibido. Também é possível configurar a tela para manter a taxa em 60 Hz, o que ajuda a economizar bateria.

O Moto G55 possui som estéreo, com o alto-falante de chamadas funcionando como canal secundário. O conjunto oferece boa potência sonora, mas apresenta um pouco de distorção no volume máximo, o que pode deixar os vocais mais estridentes.

Se evitar usar o volume no máximo, o áudio se mantém equilibrado, com uma boa distribuição entre graves e agudos. Embora os médios não sejam tão bem representados, o equalizador com suporte a Dolby Atmos ajuda a contornar parte dessa limitação e melhora a imersão, ajustando os efeitos para diferentes tipos de áudio.

O hardware do Moto G55 não trouxe grandes mudanças, algo que seria esperado para uma nova geração. Ele é equipado com o Dimensity 7025 da MediaTek, uma versão ligeiramente mais poderosa do Dimensity 7020, presente no modelo anterior.

A principal alteração está nos núcleos mais potentes do processador, que agora operam em uma velocidade um pouco superior. A GPU, por outro lado, permanece a mesma: a IMG BXM-8-256. No Brasil, o modelo está disponível em uma única versão com 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento, mas é possível expandir a memória para 16 GB com o recurso Ram Boost.

A boa notícia é que o gerenciamento de memória foi aprimorado, o que garante que o G55 consiga manter vários aplicativos abertos simultaneamente de maneira eficiente. Em nossos testes de velocidade com aplicativos populares — incluindo alguns jogos — o dispositivo mostrou-se mais ágil do que muitos concorrentes da mesma faixa de preço.

Embora a evolução no hardware seja modesta, não espere grandes avanços nos benchmarks. No AnTuTu, o G55 alcançou pouco mais de 400 mil pontos, o que não o coloca entre os destaques da categoria, nem mesmo em relação a lançamentos intermediários do ano passado.

E nos jogos? O aparelho rodou Call of Duty Mobile com qualidade Alta, mas sem ativar detalhes extras gráficos. No PUBG, o desempenho foi bom na opção HD, com os recursos adicionais ativados.

Um dos maiores avanços entre gerações está na bateria do Moto G55. Embora a capacidade permaneça a mesma de 5.000 mAh, o grande diferencial está no desempenho que o aparelho consegue alcançar com essa capacidade.

Em nossos testes, que simulam um uso moderado com aplicativos populares e alguns jogos, a autonomia ficou acima da média, alcançando 32 horas — quase 8 horas a mais que o modelo anterior. Isso significa que o G55 oferece uma ótima duração de bateria, permitindo até dois dias de uso leve sem precisar de uma recarga.

A Motorola inclui na caixa um carregador TurboPower de 33W, que leva pouco mais de uma hora para carregar completamente a bateria. Esse tempo é bastante competitivo para a faixa de preço do dispositivo, ainda mais considerando que, em apenas 15 minutos de carga, é possível recuperar próximo de um terço da capacidade total da bateria, e em 30 minutos, ter mais da metade para usar.

O conjunto fotográfico do Moto G55 é composto por duas câmeras, sendo a principal equipada com um sensor de 50 MP. A câmera secundária, agora com 8 MP, evoluiu e conta com uma lente híbrida que serve tanto para capturas ultra-wide quanto para fotos macro.

A qualidade das fotos é razoável para a categoria do dispositivo. O sensor principal reproduz as cores de maneira satisfatória, mas peca nos detalhes. O contraste nem sempre é bem definido, e é possível observar a presença de ruídos, mesmo em ambientes bem iluminados.

Principal | Ultra-wide

O HDR cumpre bem o seu papel, compensando o excesso de luz de fundo, o que torna possível fotografar ao final da tarde sem grandes limitações. O efeito de desfoque de cenário não interfere muito no equilíbrio entre luz e sombra, o que é positivo para um celular dessa faixa de preço.

Com a câmera ultra-wide, a qualidade das imagens sofre uma queda significativa: a nitidez diminui, as cores perdem um pouco da vivacidade e o contraste fica mais limitado. Embora seja possível capturar uma área maior da cena, a perda de qualidade pode fazer com que, em algumas situações, essa não seja a melhor escolha.

Macro

Uma característica interessante desse modelo é o foco automático na câmera ultra-wide, facilitando a captura de macros. No entanto, o sensor utilizado pela Motorola não é dos mais avançados, o que resulta em fotos com nitidez similar a sensores mais simples, normalmente dedicados a macros.

O zoom digital é um ponto fraco, apresentando uma perda considerável de nitidez. À noite, a falta de definição e o aumento dos ruídos tornam as imagens ainda mais comprometidas. Fotos em ambientes com pouca luz mostram uma considerável queda de qualidade, especialmente na ultra-wide, o que pode tornar as imagens inutilizáveis. A boa notícia é que existe um modo noturno dedicado, que melhora as cores e o contraste.

Noturno

A câmera frontal de 16 MP continua a entregar boas selfies em condições de iluminação favoráveis. O modo retrato não afeta negativamente o HDR, as cores e nem o contraste. No entanto, as selfies em ambientes com pouca luz saem bastante suavizadas e granuladas, principalmente quando o desfoque de fundo é ativado. Para obter melhores resultados, é recomendável estar próximo a uma boa fonte de luz.

Selfies

Tanto as câmeras traseira quanto frontal filmam em Full HD. A diferença é que a câmera principal suporta gravação a 60 quadros por segundo. Os vídeos não apresentam muitos tremidos, mas o foco poderia ser mais ágil. A captura de áudio é estéreo, com qualidade aceitável, embora tenha dificuldade para lidar com ruídos de vento. Já as filmagens noturnas tendem a sair escuras e granuladas.

O Moto G55 sai de fábrica com o Android 14 e recebeu recentemente a versão 15 do sistema operacional aqui no Brasil. Ele também deve contar com alguns anos de atualizações de segurança.

A interface da Motorola oferece algumas opções de personalização, incluindo duas versões da Central de Controle: a clássica e a moderna, com ícones menores e sem rótulos, proporcionando uma aparência mais limpa.

Ao deslizar da borda da tela, você tem acesso a um painel lateral com atalhos para os aplicativos que mais usa. Ao selecionar qualquer um desses atalhos, o aplicativo é aberto em modo janela, e é possível ter até cinco aplicativos flutuando simultaneamente na tela, facilitando a experiência multitarefa.

O suporte a gestos permanece, com funcionalidades como a captura de tela ao segurar no display com três dedos ou o atalho na parte traseira, que permite abrir um app favorito ou executar funções que você usa com frequência ao tocar duas vezes. Gestos mais populares, como ligar a lanterna ao sacudir o celular ou acessar rapidamente a câmera ao girar o aparelho, também estão presentes, garantindo praticidade no dia a dia.

O Moto G55 também inclui o Moto Secure, uma camada extra de segurança para apps mais sensíveis, como os bancários. Para acessar os aplicativos dentro dessa pasta, será necessário usar uma senha ou a biometria. Além disso, o Family Space oferece um segundo espaço de uso restrito, ideal para quem deixa crianças usarem o celular, garantindo maior controle sobre o que pode ser acessado.

Por fim, o Smart Connect é uma funcionalidade que nem sempre está disponível em aparelhos intermediários da Motorola. Com ele, você pode conectar o celular a uma tela maior para espalhamento ou usar o dispositivo em modo desktop conectado a um monitor ou TV, seja por cabo ou via Wi-Fi, sendo uma opção para trabalhar ou jogar.

O Moto G55 é uma opção mais interessante do que o Galaxy M35? O rival da Samsung tem o mesmo tamanho, mas conta com uma tela maior devido às bordas mais finas. A Samsung escolheu um painel Super AMOLED, que se destaca no brilho, nas cores e no contraste. O Exynos 1380 oferece bom desempenho e até supera o da Motorola em multitarefas, enquanto a bateria, maior, tem uma durabilidade bem superior. Além disso, o M35 se destaca pela qualidade fotográfica e ainda é capaz de filmar em 4K.

E o Poco X6, que custa um pouco mais? Será que vale a pena optar por ele no lugar do Moto G55? O Poco é mais compacto, mesmo com sua tela maior. Seu painel AMOLED oferece brilho intenso, cores mais vibrantes e até suporte para Dolby Vision. O som é mais potente e superior em qualidade, mas o desempenho no multitarefas fica atrás do Moto G55. Sua bateria dura menos, enquanto a recarga é mais rápida. O Poco X6 também faz boas fotos e tem como destaque a capacidade de filmar em 4K.

Pontos fortes

• Bom desempenho multitarefas
• Bateria dura o dia todo
• Recarga rápida
• Software vem com vários recursos interessantes

Pontos fracos

• Tela poderia ter maior nível de brilho
• Som apresenta um pouco de distorção
• Ultra-wide não empolga em qualidade