O TudoCelular fez uma prévia do Hit P12 da Philco, o novo básico da empresa para quem busca um celular para apenas o essencial sem abrir mão de ter muito armazenamento. Vendo por cima, parece que o P12 é uma boa aposta agora no início de 2022, mas analisando a fundo será que ele é uma boa compra? Afinal, ele chegou com preço muito mais salgado que o Hit P10 e isso pode afastar potenciais compradores.

O Hit P12 vem em embalagem de papelão firme e muitas informações sobre o produto, incluindo destaque de especificações e imagens dele. Além do celular você recebe:

• Carregador de 10W
• Cabo USB-C
• Capinha protetora de silicone
• Película protetora
• Fone de ouvido
• Manuais
• Chavinha para abrir gaveta híbrida do cartão SIM e microSD

A Philco não mexeu muito no design comparado ao que vimos anteriormente no Hit P10. O novo ganhou mais uma câmera, o acabamento do plástico mudou e o celular ficou maior. Ainda é um aparelho com visual simples e que não esconde que é de entrada.

O P10 possui plástico fosco nas laterais e traseiras, enquanto o P12 tem acabamento espelhado. Isso passa a sensação de um aparelho mais premium, mas, por outro lado, também faz com que o novo acumule mais marcas de dedo e acabe riscando com facilidade. Pelo menos a Philco manda uma capinha anti-impacto de brinde na caixa.

O novo Hit é vendido na cor Dark Blue, um tom tão escuro que mais parece preto. As laterais curvas na traseira tornam o aparelho confortável de segurar e o leitor biométrico fica em boa posição. Ele não é dos mais ágeis, mas funciona bem. Há um botão chamado Hit do lado esquerdo que serve como atalho para o seu app favorito; e você também encontra a gaveta híbrida para dois chips e um microSD deste lado.

Há entrada USB-C na parte inferior, assim como conector para fones de ouvido, microfone e alto-falante. Do lado direito temos o botão de energia e tecla de volume. A parte frontal traz entalhe em formato de gota, como na geração anterior, e a borda abaixo da tela ainda é mais larga do que estamos acostumados a ver em lançamentos recentes.

A parte de conectividade não evoluiu comparado ao antecessor: o Wi-Fi não é padrão AC com suporte dual-band a redes 5 GHz, não há suporte a NFC e o Bluetooth ainda é a versão 4.2.

O P12 possui tela de 6,5 polegadas com resolução HD+, painel IPS LCD e taxa de atualização de 60 Hz. Samsung e Motorola vêm investindo em celulares básicos com tela de 90 Hz, mas a Philco foi mais conservadora neste ponto. Pelo menos o nível de brilho é decente, enquanto os celulares das linhas Moto E e G possuem brilho baixo.

O contraste é decente com boas cores e ângulo de visão amplo. A calibração de cores não é das mais precisas, mas há três perfis para escolher a saturação e também ajustar a temperatura das cores. Não há suporte a HDR, então não espere extrair o máximo de vídeos no YouTube e serviços de streaming.

O P12 possui apenas um alto-falante e fica limitado a som mono como é comum na grande maioria dos celulares básicos. O que decepciona é que a potência sonora é baixa e ainda sofre com excesso de agudos que distorcem quando o volume está no máximo. Os médios são quase inexistentes e os graves ficam perdidos.

É o típico celular que não empolga para ouvir músicas, mas a Philco manda fone de ouvido na caixa, um modelo mais confortável que os que vem com os celulares básicos da Motorola e que realmente ajuda a quebrar o galho, sem falar que outras marcas como Xiaomi e Samsung nem mandam fone de ouvido.

O Hit P12 vem com a plataforma SC9863A da Unisoc, a mesma que equipa o modelo anterior. A Philco também não modificou a quantidade de memória e o novo segue com os mesmos 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento. Isso quer dizer que o P12 tem desempenho similar ao antecessor? Deveria.

Curiosamente, em nosso teste de velocidade, o P12 foi mais lento tanto para abrir e carregar os apps e jogos, como também demorou mais para trazer tudo de volta da RAM. Em benchmarks também temos números inferiores, mas a diferença é pequena. Isso mostra que a Philco se preocupou menos com a otimização de software desta vez.

E nos jogos? O Hit P12 é um celular para jogatina casual. Testamos o Call of Duty e tivemos desempenho razoável na qualidade gráfica mais baixa com todos os recursos gráficos desativados. No PUBG tivemos mais engasgos mesmo na qualidade gráfica suave com tudo desativado. Se você curte esses jogos mais competitivos, terá que buscar outra opção.

Os 4.000 mAh do P12 são suficientes para garantir uma boa autonomia para o dia inteiro? Depende. Em uso mais leve terá carga com sobra para o dia todo, mas ao assistir muitos vídeos ou jogar por muito tempo no celular será preciso realizar uma segunda carga no começo da noite.

O carregador é o mesmo de antes e como o tamanho da bateria foi mantido, ainda precisamos esperar duas horas e meia para ter o P12 totalmente recarregado. Uma carga rápida de 15 minutos recupera 15% de bateria e chega a 30% em meia hora. Então já deu para perceber que ele recupera em média 1% por cada minuto de carga inicialmente, mas depois desacelera.

O P12 traz uma câmera a mais comparado ao antecessor. Agora temos uma de 13 MP para capturas de fotos e vídeos, uma ultra-wide de 8 MP, uma de 2 MP para desfoque de cenários e a novidade da vez, uma para macros também com 2 MP. A frontal é o mesmo sensor de 8 MP da geração passada.

Câmera nunca foi o forte da Philco e esse continua sendo um dos pontos fracos. O P12 tem HDR limitado que resulta em fotos com estouro de luz, exagera no contraste, acaba matando os detalhes nas sombras e as cores saem mais saturadas do que muitos gostariam. É o tipo de celular que quebra o galho na hora de fotografar e as imagens servem para postar nas redes sociais.

Principal | Ultra-wide

A ultra-wide evoluiu não apenas em resolução, mas agora registra fotos com a mesma qualidade da principal, pelo menos em locais iluminados. Os cantos não possuem distorção de lente e não há mais aquela perda acentuada de nitidez que vimos no P10. De qualquer forma, ainda é bom evitar usar esta câmera para fotografar à noite.

Noturno

Celulares básicos sempre pecam ao fotografar à noite e com o P12 não é diferente, mas apenas quando se usa o modo automático. As fotos saem bastante escuras e não será possível aproveitá-las nem mesmo com muita edição. A boa notícia é que a Philco incluiu um modo noturno eficiente que ajuda a salvar as fotos da escuridão, por mais que isso resulte na perda de qualidade das texturas e no acúmulo excessivo de ruídos.

Macro

Desfoque

A câmera de desfoque poderia ser melhor e apresenta bastante falhas e às vezes até desfoca a pessoa ao invés do cenário. A macro também é limitada, mas nenhum celular básico empolga neste ponto.

As selfies estão no nível de celulares básicos de outras marcas. O HDR é igualmente limitado, então evite fotografar com o sol de fundo. O modo retrato apresenta falhas, porém menos do que com a traseira. Selfies noturnas apresentam granulação e grande perda de nitidez.

Selfies

A filmadora do P12 grava em Full HD com a principal e a frontal. A qualidade dos vídeos não é das melhores, não há estabilização para lidar com os tremidos e o foco poderia ser mais rápido. O pior de tudo fica para a captura de som; além de ser mono é bastante abafada a ponto de não se ouvir o que está próximo do celular. A câmera frontal apresenta perda de fluidez ao filmar em locais mais escuros.

Um ponto que a Philco e outras fabricantes nacionais decepcionam é no suporte a atualizações do Android. O P12 sai da caixa com Android 11 e pacote de segurança do início de 2021. Ele está quase um ano atrasado e não deve receber update para o Android 12, considerando que o seu antecessor chegou com Android 10 e nunca foi atualizado.

O Android da Philco é bastante limpo e próximo do que vemos nos celulares da Motorola. A diferença é que os ícones têm formato quadrado e algumas animações são diferentes. O P10 apresentou bom desempenho no uso do dia a dia, mas no P12 notamos que a interface está mais amarrada. É comum ele não reconhecer um toque na tela de primeira, o que passa a impressão que o celular é mais lento do que realmente é.

A tecla lateral vem por padrão configurada para o Google Assistente, mas você pode mudar para o aplicativo que você mais usa, como WhatsApp ou Instagram.

O novo celular da Philco não te deixou animado? O que podemos encontrar de melhor e mais acessível no mercado nacional? Da Motorola temos o Moto G20 que entrega tela de 90 Hz, melhor desempenho, maior autonomia de bateria e câmeras mais competentes. Seu ponto fraco é demorar muito mais para recarregar.

Da Samsung temos o Galaxy M12, que perde em desempenho, mas ganha em autonomia, também tem tela de 90 Hz e suas câmeras são mais completas. Sem falar que a Samsung possui melhor suporte de software e vem atualizando até mesmo seus celulares mais básicos, diferente da Philco.