
22 Maio 2023
Depois de conferir o Poco X5 Pro, temos em mãos a versão padrão que vem com hardware mais modesto sem abandonar a promessa de entregar uma boa experiência com preço justo. Aqui não temos a câmera de 108 MP ou tela com Dolby Vision, mas será que tais tecnologias fazem realmente falta? Vamos conferir tudo o que o Poco X5 tem a oferecer para ver se vale a compra.
O Poco X5 vem em embalagem escura com os nomes da marca e do aparelho grafados em amarelo. Além do celular, você recebe os seguinte acessórios:
O design do Poco X5 é bastante parecido com o da variante Pro. Há o bloco gigante na cor preta na parte superior formada por peça menor de plástico brilhante que abriga as três câmeras, enquanto o restante da área em destaque traz acabamento fosco e o logo Poco em grande fonte.
As câmeras são pouco saltadas nesse modelo e isso pode ser justificado pelos sensores menos avançados. O acabamento na traseira é feito de plástico fosco em três opções de cores: azul, preto e verde. São as mesmas cores vistas na linha Redmi Note 12, mas a Xiaomi decidiu deixar o tom de amarelo exclusivo para o Poco X5 Pro.
O X5 é maior por conta das bordas mais largas. A inferior tem o dobro da espessura das demais, como ainda é comum ver em celulares intermediários mais baratos. A câmera de selfies fica em pequeno furo centralizado no topo. O leitor biométrico vem integrado ao botão de energia na lateral e responde bem ao mais leve toque.
Outra diferença para o Pro é que o X5 não traz uma saída de som no topo, mas apenas o conector para fones de ouvido, o emissor de infravermelho e um microfone. Em contrapartida, temos gaveta híbrida nesse, o que permite abrir mão do segundo chip para expandir o armazenamento com cartões microSD.
Há certificação IP53 para proteção contra poeira e respingos d’água, o que não chega a ser tão resistente quanto os intermediários da Samsung com IP67. O vidro que cobre a tela possui proteção Gorilla Glass 3 contra impactos e riscos, sendo inferior ao X5 Pro com geração mais avançada.
O Poco X5 é um celular com conectividade 5G. Ele tem suporte a Wi-Fi de quinta geração para conexão a redes rápidas de 5 GHz, vem com Bluetooth 5.1 e NFC.
A tela de 6,67 polegadas possui painel AMOLED de 120 Hz com resolução Full HD+ e sensor de toque que responde a 240 Hz, o que reduz a latência no tempo de resposta e ajuda a ter melhor desempenho em jogos. O painel vem por padrão em 60 Hz para ajudar a economizar bateria e você pode alternar para a opção 120 Hz para fluidez superior.
Apesar da tela do X5 ser inferior ao modelo Pro, ainda temos um ótimo nível de brilho que garante boa visibilidade em qualquer situação. O que fica faltando é suporte a HDR10 e Dolby Vision para aproveitar ao máximo os serviços de streaming.
A calibração nativa tende para cores um pouco frias, o que é comum em celulares da Xiaomi. Ele vem por padrão no perfil Vívido e você pode encontrar a calibração mais precisa ao mudar para o perfil Padrão.
A parte decepcionante fica para o som do X5. Diferente do Pro que traz áudio estéreo, aqui temos som mono por conta do único alto-falante na parte inferior do celular. A potência máxima é boa, porém os agudos ficam cada vez mais estridentes à medida que você vai aumentando o volume.
Outro ponto que muda entre os dois modelos da Xiaomi é que o mais barato não tem suporte a Dolby Atmos e com isso não traz aquele equalizador extra.
O Poco X5 vem equipado com Snapdragon 695, mesmo hardware presente no Poco X4 Pro lançado um ano antes. Essa não é a primeira vez que a Xiaomi reaproveita componentes da linha anterior em modelos mais acessíveis da nova geração. Pode até parecer decepcionante para um lançamento de 2023, mas a verdade é que o Snapdragon 695 ainda dá conta do recado.
Ele foi mais ágil que outros com mesmo chip e também supera o Galaxy M23 no multitarefas, que vem equipado com Snapdragon 750G e mesma quantidade de RAM. Não espere que ele mantenha todos os aplicativos abertos em segundo plano, o que é raro em celulares da Xiaomi com 6 GB de RAM.
Testamos Call of Duty e conseguimos boa fluidez na qualidade muito alta com todos os recursos gráficos extras ativados. No PUBG é possível jogar na opção HD com configuração em alta e extras habilitados.
A grata surpresa fica para a autonomia de bateria que foi aprimorada mesmo com uso do mesmo hardware e tamanho de bateria do X4 Pro. Ele passou das 30 horas em nosso teste padronizado, o que o coloca no mesmo nível do Redmi Note 12 Pro e fica entre os dez melhores celulares em duração de bateria que já testamos.
Isso quer dizer que se você não joga ou usa muito a câmera, terá bateria para dois dias tranquilamente. Mesmo para quem faz uso mais pesado ainda terá autonomia para o dia todo com folga.
O carregador que vem com o X5 é menos potente comparado ao X5 Pro e aqui temos 33W para encher totalmente a bateria em pouco mais de 1 hora. Não é dos mais ágeis, mas ainda assim está acima do segmento. Com uma carga de 15 minutos terá 17% e 40% em meia hora na tomada.
O conjunto fotográfico é formado por câmera principal de 48 MP e ultra-wide de 8 MP, ambas com sensor da OmniVision de geração antiga. A terceira câmera é uma macro simples com sensor de 2 MP.
As fotos registradas pelo Poco X5 não estão entre as melhores. Mesmo em locais bem iluminados, ainda é possível ver excesso de ruídos que ficam muito aparentes quando se amplia a imagem.
A faixa dinâmica é limitada e o HDR nem sempre ativa para ajudar a equilibrar as partes escuras com as claras. Fora isso, até que o Poco X5 registra fotos com cores vibrantes e bom contraste.
Ao usar o zoom digital de 2x, o celular captura uma imagem na resolução máxima de 48 MP para então fazer o recorte. Isso poderia ajudar a registrar mais detalhes, mas a verdade é que o zoom apenas evidencia ainda mais as falhas do hardware.
A ultra-wide também não impressiona e captura imagens com qualidade esperada para um sensor simples de apenas 8 MP. Assim como as fotos capturadas com a principal, nesta também vemos excesso de ruídos, o que deixa até mesmo o céu azul todo granulado.
Não espere muito do Poco X5 ao fotografar à noite. Os ruídos ficam ainda mais aparentes, a nitidez cai consideravelmente, assim como contraste e cores. O modo noturno precisa ser forçado manualmente, já que no modo automático ele nem sempre está ativo. As fotos saem mais claras, porém com os defeitos citados realçados.
A macro é a pior do conjunto e tem desempenho tão limitado que chega a ser dispensável. Pelo menos o desfoque de fundo apresenta bons resultados, por mais que todo o processo seja feito via software.
A câmera frontal conta com sensor de 13 MP da Samsung. Essa câmera é a melhor de todo o conjunto fotográfico do Poco X5 e registra imagens mais limpas, com clareza e detalhes na medida. Apenas o HDR que nem sempre funciona e muitas vezes temos fotos com luz estourada no fundo.
A filmadora grava em Full HD a 30 fps, seja com a traseira ou frontal. A qualidade dos vídeos é decente, enquanto falta sistema de estabilização de imagem para lidar com os tremidos. O foco não é dos mais ágeis e a captura de som é apenas ok.
Quando testamos o Poco X5 Pro, ele estava com o mesmo Android 12 desde que saiu da caixa. Esse modelo recebeu mais atenção da Xiaomi e ganhou o Android 13 enquanto o aparelho era testado para nossa análise e ainda veio a grata surpresa de ver que o pacote de segurança estava atualizado para o mais recente.
Os recursos são os mesmos de outros da Xiaomi com MIUI 14. Há diversas opções de customização, incluindo o Always-on Display e também efeitos que aparecem nas bordas quando se recebe uma notificação. Você pode usar o botão de energia como atalho para ligar rapidamente a câmera ou dar dois ou três toques na traseira para ativar algum recurso, como abrir a câmera, mudar para o modo silencioso, fazer uma captura de tela, entre outros.
Vale a pena comprar o Poco X5 ou há opções melhores? O Moto G53 vem com processador menos potente e foi mais lento em nosso teste de velocidade. Ele conquista com boa tela e som estéreo, enquanto as câmeras capturam melhores fotos e vídeos. As vantagens para o Poco ficam para a bateria que dura muito mais e recarrega mais rápido.
O Galaxy M23 é um pouco mais antigo, mas ainda é um bom celular intermediário. Seu desempenho é quase tão bom quanto o do modelo chinês e a bateria também tem ótima duração. Só o tempo de recarga que é bem mais demorado. Em câmera ele leva vantagem contra o rival da Xiaomi, enquanto em tela e som não chega a superá-lo.
O Poco X5 Pro é melhor com pouca diferença de preço, o que acaba resultando em pior custo-benefício para o X5
Embalagem traz carregador potente e capinha de silicone
É um celular grande, mas as laterais de plástico fosco ajudam na pegada
É a mesma MUIU de sempre com muitos recursos e boa fluidez
Tela bem bom brilho, mas som mono distorcido compromete a experiência sonora
O Poco X5 tem muitos pontos inferiores ao Pro e também fica abaixo de rivais em câmera
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Poco X5