
09 Junho 2025
O Poco F7 Pro é a nova aposta da Xiaomi para quem busca desempenho de topo por um preço mais acessível. Com melhorias no design, bateria maior e foco em recursos de inteligência artificial no software, o aparelho tenta equilibrar potência e inovação. Mas será que essas mudanças justificam o investimento frente a modelos premium com hardware mais recente?
O Poco F7 vem em embalagem escura com os nomes da marca e do aparelho grafados em amarelo. Além do celular, você recebe os seguinte acessórios:
O Poco F7 Pro chega sem mudanças notáveis quando o assunto é medidas ou peso. Visto de frente, parece que nada foi alterado: temos uma moldura fina com bom aproveitamento de tela, mantendo o mesmo tamanho do display da geração anterior, além do pequeno furo central para a câmera de selfies.
A principal mudança está no design traseiro. O antigo bloco de câmeras em estilo cooktop foi substituído por um novo layout circular, tendência cada vez mais comum entre os celulares chineses.
O aparelho está disponível em três cores: preto, prata e azul. Independentemente da versão escolhida, todos os modelos contam com traseira de vidro, embora a fabricante não informe o tipo ou marca exata do material utilizado.
O design da parte traseira é em dois tons: o terço superior é brilhante, enquanto o restante tem acabamento fosco. Essa escolha ajuda a evitar marcas de digitais, mas torna o aparelho um pouco escorregadio. Apesar disso, o visual é elegante e moderno, alinhado à proposta premium da linha.
Um destaque importante é a certificação IP68 de resistência à água e poeira com a promessa de sobreviver em profundidades de até 2,5 metros por no máximo 30 minutos, o que é mais que suficiente para proteger contra acidentes comuns. Trata-se de um avanço notável em relação ao antecessor limitado à resistência a respingos do IP54.
Outro ponto positivo é a estrutura de alumínio com acabamento fosco e laterais planas. Isso proporciona boa pegada e evita marcas de dedo, contribuindo para uma experiência mais limpa e confortável ao manusear o aparelho no dia a dia.
O leitor de digitais do F7 Pro está localizado sob a tela e utiliza tecnologia ultrassônica. Durante os testes, ele se mostrou rápido e confiável. A tela vem protegida com um filme plástico de fábrica, que complementa o Gorilla Glass 7i, responsável por garantir uma boa proteção contra riscos e quebra.
O celular premium da Xiaomi fica devendo conector padrão para fones de ouvido e slot para cartão microSD; a sua gaveta permite usar dois chips. A parte de conectividade é complementada com Wi-Fi de sétima geração, Bluetooth 5.4, NFC, 5G e emissor de infravermelho para usar o celular como controle remoto.
O Poco F7 Pro conta com um display AMOLED de 6,67 polegadas, com resolução Quad HD e taxa de atualização de 120 Hz. O sensor de toque responde a 480 Hz, podendo atingir até 2560 Hz para oferecer uma resposta extremamente ágil, o que aprimora a experiência em jogos competitivos.
A Xiaomi promete um brilho máximo de 3.200 nits, e em nossos testes o aparelho chegou próximo de 2.000 nits no modo automático. Isso pode soar um pouco decepcionante, especialmente considerando que há modelos mais baratos da marca com desempenho semelhante nesse quesito. Ainda assim, o brilho é suficiente para garantir boa visibilidade em ambientes externos.
O modelo premium se destaca pelas tecnologias embarcadas em sua tela, como a reprodução de 68 bilhões de cores, suporte a HDR10+ e Dolby Vision, além da baixa oscilação de brilho, que ajuda a reduzir a fadiga visual — especialmente ao usar o celular em ambientes escuros.
Ele também é compatível com o padrão Android Ultra HDR, permitindo exibir imagens com metadados aprimorados no Google Fotos, Chrome e na galeria nativa. Isso resulta em realces mais precisos e maior impacto visual em fotos compatíveis.
A taxa de atualização funciona em modo automático, alternando entre 60 Hz e 120 Hz conforme o conteúdo exibido. Como o painel não é do tipo LTPO, ele não reduz a taxa para 1 Hz como em modelos mais avançados da Xiaomi, o que poderia economizar ainda mais bateria.
O F7 Pro utiliza um sistema de som estéreo, combinando o alto-falante de chamadas com a saída principal na parte inferior. Ao contrário do F7 Ultra, que mantém uma separação de canais mais nítida, o Pro segue a abordagem mais comum da Xiaomi, fazendo com que cada alto-falante reproduza em volume reduzido a trilha do canal oposto.
A potência sonora está dentro da média do segmento, sem apresentar distorções mesmo no volume máximo. Há um bom equilíbrio entre graves, médios e agudos, proporcionando uma experiência sonora agradável para diferentes tipos de conteúdo. Além disso, o aparelho conta com equalizador com perfis pré-definidos e suporte ao Dolby Atmos para uma imersão sonora ainda maior.
A linha F da Poco costuma adotar hardware topo de linha, porém de gerações anteriores, para manter um bom custo-benefício. Com o F7 Pro, essa estratégia se repete: o aparelho vem equipado com o Snapdragon 8 Gen 3, o chipset mais potente da Qualcomm em 2023. Mas será que esse hardware ainda entrega bom desempenho em 2025?
O modelo que testamos conta com 12 GB de RAM e utiliza, por padrão, a expansão virtual de memória para um total de 16 GB. Já vimos diversos celulares da Xiaomi com bastante RAM que decepcionam no multitarefa, mas felizmente esse não é o caso do F7 Pro, que manteve todos os aplicativos abertos em segundo plano durante nosso teste de velocidade.
Nos benchmarks, os resultados são elevados, como era de se esperar de um chip topo de linha da Qualcomm. O aparelho atingiu cerca de 2 milhões de pontos no AnTuTu, demonstrando todo o seu potencial. Ele roda qualquer jogo disponível para Android com gráficos no máximo, incluindo títulos como Call of Duty: Mobile e PUBG.
No entanto, notamos um aquecimento acentuado após algum tempo de jogatina, especialmente na região próxima ao módulo de câmeras. Isso não compromete o desempenho de forma imediata, mas pode afetar o conforto em sessões mais longas.
A bateria cresceu 1.000 mAh nesta geração, totalizando 6.000 mAh. Combinada ao hardware mais recente e eficiente, era de se esperar um salto considerável em autonomia. Mas será que isso se confirma na prática?
A boa notícia é que o Poco F7 Pro faz bom uso da bateria e alcançou 38 horas de uso moderado em nossos testes, que incluíram redes sociais, troca de mensagens, reprodução de vídeos e até algumas sessões de jogos. Sua autonomia supera a do antecessor em mais de 10 horas, garantindo tranquilamente dois dias longe da tomada.
A Xiaomi reduziu a potência do carregador de 120W para 90W. Com o aumento na capacidade da bateria, o tempo de recarga também aumentou: agora, são necessários mais de 40 minutos para ir de 0 a 100%, quase o dobro do tempo da geração anterior.
Pelo menos, ainda é possível obter boa carga com recargas curtas. Com apenas 15 minutos na tomada, o aparelho recupera cerca de 45% da bateria, e chega a 77% em meia hora.
O conjunto fotográfico segue sem novidades comparado ao antecessor. A câmera macro foi abolida e temos agora apenas o sensor principal de 50 MP e uma ultra-wide de 8 MP.
A câmera principal entrega ótimos resultados em cenários diurnos. As fotos exibem apenas leves vestígios de granulação em áreas escuras de cor uniforme, enquanto os detalhes são bem definidos e com aparência natural. O balanço de branco automático funciona bem, e a reprodução de cores é agradável. O alcance dinâmico também agrada e faz boas fotos no fim de tarde.
A câmera ultra-wide é bastante básica, mas surpreende positivamente. Apesar da baixa resolução, as imagens entregam boa nitidez e contraste, com cores equilibradas e alcance dinâmico acima da média para esse tipo de lente. A ausência de foco automático limita um pouco a criatividade para capturas de objetos próximos, mas no geral o desempenho é acima do esperado.
As fotos com zoom de 2x apresentam uma qualidade acima da média, no geral. Já texturas mais aleatórias podem perder definição, mas ainda assim os resultados são bons, considerando que o zoom é feito via recorte de sensor. Fotografar algo muito distante não chega a ser indicado, considerando as limitações do zoom digital do aparelho.
À noite, a câmera principal continua acertando com fotos bem detalhadas, excelente alcance dinâmico e cores vivas. A ultra-wide, mesmo em baixa luz, entrega resultados melhores do que o esperado. Embora sombras e áreas escuras percam definição, o equilíbrio geral da imagem é satisfatório.
A câmera frontal evoluiu e agora temos um sensor de 20 MP. As selfies não são destaque, mas também não decepcionam. Os pontos positivos ficam por conta das cores vibrantes, do amplo alcance dinâmico e do campo de visão mais aberto que a média. A falta de foco automático, no entanto, prejudica um pouco o nível de detalhes.
A filmadora principal consegue gravar vídeos em 8K a 24 fps, enquanto a ultra-wide e frontal ficam limitadas à resolução Full HD. A qualidade dos vídeos é muito boa, especialmente com a câmera principal em 4K, que entrega muitos detalhes, bom alcance dinâmico e cores equilibradas. À noite, o desempenho continua forte na lente principal, com ótima nitidez e fidelidade de cor. Já a ultra-wide sofre com perda de definição, especialmente em baixa luz.
A estabilização está sempre ativa em todos os modos, e há o modo ShootSteady para vídeos mais suaves, embora limitado a 1080p a 30 fps. O foco é ágil e a captura de som estéreo capta muitos detalhes sem sofrer com ruídos de vento.
O Poco F7 Pro sai da caixa com o Android 15, sob a interface HyperOS 2 da Xiaomi, em sua versão adaptada para a linha Poco. Embora traga mudanças visuais sutis, o grande destaque dessa geração está na integração avançada de inteligência artificial por todo o sistema, herdando recursos que antes eram exclusivos dos modelos mais caros da Xiaomi.
O sistema conta com o Google Gemini totalmente integrado. Com ele, é possível criar imagens, gerar resumos, traduzir textos, responder perguntas complexas e manter conversas completas, tudo diretamente pelo sistema. O recurso Circule para Pesquisar também está disponível em todo o sistema, permitindo buscar qualquer coisa na tela apenas circulando com o dedo.
Além do Gemini, o HyperOS 2 traz um hub exclusivo chamado HyperAI, onde estão reunidas todas as ferramentas de inteligência artificial desenvolvidas pela Xiaomi. Embora o acesso às funções ainda ocorra por meio dos aplicativos individuais, o menu central facilita o entendimento e gerenciamento de todos os recursos disponíveis.
A IA está presente em diversos aplicativos do sistema. No app de Notas, é possível reescrever textos, traduzir, revisar ortografia e até aplicar resumos ou novos formatos visuais. Já o Gravador de Voz transcreve automaticamente os áudios, identifica os diferentes interlocutores e pode traduzir o conteúdo capturado.
Para quem consome muito conteúdo multimídia, há também legendas com IA que funcionam em todo o sistema. E no app de Intérprete, a IA realiza traduções simultâneas em conversas presenciais ou ligações, sendo útil em viagens e reuniões com pessoas de outros idiomas.
A galeria de fotos também foi atualizada com ferramentas baseadas em IA. É possível remover objetos e reflexos de imagens, expandir o conteúdo com preenchimento inteligente e até alterar o céu de uma foto — tudo de forma simples e acessível ao usuário comum.
Vale a pena comprar o Poco F7 Pro ou é melhor investir em um celular topo de linha com hardware mais recente? O Galaxy S25 Plus, por exemplo, vem equipado com o Snapdragon 8 Lite e se mostrou mais ágil no nosso teste de multitarefas, além de apresentar autonomia ligeiramente superior, mesmo com uma bateria menor. Em contrapartida, o tempo de recarga do modelo da Samsung é mais demorado. Ele também se destaca pela qualidade da tela e do som, além de oferecer um conjunto fotográfico mais completo, com câmera teleobjetiva para zoom óptico.
Outra alternativa interessante é o realme GT 7 Pro, que traz um hardware mais atual e poderoso. Ele possui uma tela um pouco maior e mais brilhante, som mais potente e desempenho superior no uso multitarefa. A bateria também tem maior duração e recarrega mais rápido. No conjunto fotográfico, o modelo da realme leva vantagem ao incluir zoom óptico e entregar resultados melhores em fotos e vídeos.
Pode não ser o melhor custo-benefício da categoria, mas tem um bom conjunto pelo preço
Caixa vem com carregador potente e capinha de proteção
O Poco F7 Pro é uma celular grande, mas há capinha na caixa que ajuda a protegê-lo em uma possível queda
Ele vem com Android 15 modificado pelo HyperOS 2 com vários recursos de inteligência artificial
Tela tem bom nível de brilho e cores; som estéreo é potente e de qualidade
O Poco F7 Pro é um ótimo celular intermediário com potência de topo de linha da geração passada
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Poco F7 Pro