
24 Agosto 2023
A realme trouxe ao Brasil juntamente com o GT 2 Pro, o seu novo básico C35. O aparelho é para aqueles que buscam apenas o essencial e fazem questão de ter boa bateria. E como estamos falando do sucessor do atual rei em autonomia do TudoCelular, as expectativas são grandes sobre este camarada. Será que houve uma boa evolução? Vamos descobrir.
O Realme C35 vem em embalagem amarela com o nome do modelo na tampa, mas sem ilustração do aparelho. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:
Logo de cara já se percebe que o design mudou bastante. O antigo tinha corpo curvado na traseira com plástico fosco texturizado e aparência de celular de entrada. No C35, a realme decidiu dar um tapa no visual. O aparelho ganhou acabamento brilhante na traseira, laterais retas e ficou mais fino.
Disponível nas cores verde e preta, a traseira do C35 tem pintura que reflete a luz em raios difusos. O bloco de câmeras mudou completamente e agora está alinhado com os modelos mais avançados. O acabamento, no entanto, ainda é plástico nas laterais e traseira, enquanto a tela é plana e possui proteção Panda Glass.
Não foi dessa vez que a realme decidiu adotar entalhe em formato de furo para a câmera frontal. Com isso, temos o clássico entalhe em gota e borda larga abaixo da tela, o que vai na contramão do design elegante e moderno que o realme C35 tenta ostentar.
O leitor biométrico saiu da traseira e agora fica integrado ao botão de energia na lateral direita. O sensor reconhece rapidamente a digital comparado a outros da categoria. Na lateral esquerda há o botão de controle de volume e a gaveta para dois chips e microSD. Há entrada para fones de ouvido na parte inferior, onde temos também a entrada USB-C e o alto-falante.
Na parte de conectividade não há nada de novo. Temos Wi-Fi no padrão AC para redes 5 GHz e Bluetooth 5.0, enquanto NFC continua de fora como antes. O realme C35 não é um aparelho compatível com 5G.
É bom ver que a realme reduziu a moldura frontal para ampliar a tela sem deixar o celular maior. No C35 temos 6,6 polegadas com resolução Full HD+ e painel IPS LCD com brilho forte para a categoria. Só ficou devendo taxa de atualização elevada para entregar melhor fluidez na navegação.
O painel adotado pela realme tem boas cores e nível de contraste na medida, apesar de não chegar perto de rivais com tela AMOLED. O ângulo de visão é bom e a calibração nativa não foge tanto das cores ideias.
Há apenas um alto-falante na parte inferior do C35 e com isso ficamos limitado a uma experiência mono. Pelo menos a potência sonora é alta e está acima do segmento, assim como a qualidade sonora que impressiona pelo bom equilíbrio entre graves, médios e agudos. De qualquer forma, a realme deveria seguir a Xiaomi e começar a investir em som estéreo nos modelos mais acessíveis.
O realme C35 vem com a plataforma Tiger T616 da Unisoc, um hardware levemente mais potente que o Helio G70 da MediaTek presente no C25. E pudemos comprovar isso em nosso teste de velocidade focado no multitarefas: o novo foi um pouco mais rápido na abertura e reabertura de apps e jogos, mas ainda acaba recarregando alguns.
Em benchmarks, a diferença é pequena entre as gerações, então não espere um grande salto. No AnTuTu, não chega nem a 10% de diferença na pontuação. E nos jogos? A GPU mais potente garante melhor desempenho em games mais pesados. No PUBG conseguimos boa fluidez na qualidade HD com taxa de quadros em Alta e filtros ativados. Enquanto no Call of Duty tivemos bom desempenho no médio, mas com filtros desativados.
A realme reduziu o tamanho da bateria de 6.000 mAh para 5.000 mAh nesta geração para deixar o seu básico mais fino. E como isso afetou a autonomia? O C25 foi por um ano o nosso rei em duração de bateria e vai continuar ocupando o primeiro lugar no ranking de autonomia do TudoCelular.
Pois é, não apenas a redução na capacidade da bateria comprometeu a autonomia como a troca do hardware da MediaTek pelo da Unisoc também interferiu na eficiência. Em nosso teste padronizado, o novo chegou a render quase metade do antigo.
O carregador que vem na caixa é o mesmo de 18W do ano passado, mas como agora temos uma bateria menor, ele leva menos tempo para recarregar completamente o celular. Ainda assim, é preciso esperar mais de 2 horas para ter 100% de carga. Com 15 minutos terá 18% recuperado e 33% em meia hora.
O conjunto fotográfico é formado por câmera de 50 MP, macro de 2 MP e uma de desfoque apenas VGA. A frontal possui resolução de 8 MP.
O maior ponto fraco do C35 é seu desempenho fotográfico. Apesar de ter um sensor de alta resolução encontrado em modelos mais caros, o hardware fraco da Unisoc limita bastante seu potencial.
Na maior parte do tempo, você terá fotos com cores apagadas, baixa nitidez, fundo estourado e ruídos evidentes mesmo em dias ensolarados. O que ajuda a salvar um pouco é o HDR manual que se torna obrigatório aqui.
As fotos noturnas perdem ainda mais definição, as texturas apresentam borrões e tudo fica realmente escuro. Há modo noturno que prolonga a exposição para termos imagens mais claras, mas que acaba comprometendo ainda mais as cores.
A macro é bastante limitada e as fotos pecam em nitidez, cores e contraste. Além disso, a distância focal é longa demais, o que torna esta câmera inútil. A de desfoque também é limitada e sofre para desfocar o fundo de cenários complexos.
A frontal registra selfies decentes, apesar de pecar um pouco em nitidez e cores. Fotos noturnas apresentam granulação e cores ainda mais distantes da realidade, então tente evitar ficar longe de uma fonte de luz.
A filmadora grava em Full HD com a câmera traseira e apenas HD com a frontal. A qualidade não é das melhores, falta estabilização e a captura de áudio é mono e bastante abafada. Pelo menos o foco não é tão lento quanto outros celulares básicos.
O C35 vem com Android 11 e Realme UI 2.0. Ele não apenas está defasado na versão do robozinho e na interface da fabricante chinesa como estava alguns meses desatualizado no patch de segurança quando testamos.
O software dele é mais limpo e traz menos recursos do que encontramos em modelos mais avançados da realme. Isso chega a ser bom, já que não pesará na usabilidade deixando o celular lento. No geral, a experiência é satisfatória e vai agradar aqueles que buscam um celular básico eficiente.
Quais os rivais do realme C35 na mesma faixa de preço?
Da Motorola temos o Moto G31, um aparelho que também peca por não ter tela de 90 Hz, mas o painel é AMOLED com cores mais vibrantes. Ele tem hardware da MediaTek e foi mais lento em nosso teste de velocidade, mas entrega maior duração de bateria e tem melhores câmeras, além de filmar em Full HD com a frontal.
Você encontrará no mercado nacional via marketplace o Redmi Note 11 por valor próximo do realme C35. Este também possui painel AMOLED, mas com taxa de atualização de 90 Hz e ainda vem com som estéreo. O hardware é Snapdragon, mas não chegou a superar o C35 em nosso teste de velocidade. Por outro lado, a bateria dura muito mais e recarrega mais rápido. As câmeras do Redmi Note 11 também são muito melhores.
O custo-benefício é inferior ao antecessor e há opções melhores
Embalagem vem com carregador, mas nada de capinha como no antecessor
O Realme C35 não é um celular grandalhão e não escorrega fácil da mão
A Realme UI presente no C35 é mais simples que a de outros da marca, mas entrega uma boa experiência
Tela com brilho forte e ótimas cores; o som é mono, porém potente e com boa qualidade
O realme C35 é um bom básico para quem não se importa com câmeras
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Realme C35