03 Julho 2023
Xiaomi lançou no Brasil o Redmi Note 9 agora em junho em parceria com a DL. O novo intermediário chinês chegou com preço bastante salgado, partindo de R$ 2.699 para a versão mais simples. Sabemos que o Redmi Note 8 é o queridinho dos brasileiros, mas será que vale pagar tudo isso em seu sucessor? É isso que você vai descobrir nesta análise completa do TudoCelular.
O Redmi Note 9 vem na mesma embalagem simples de cor branca das gerações anteriores. Em seu interior você encontrará os seguintes acessórios:
- Carregador de 22,5W de potência
- Cabo USB no padrão C
- Capinha de silicone transparente
- Chavinha para abrir gaveta do SIM/MicroSD
- Guia rápido de uso
Xiaomi fez mudanças no design e qualidade de construção do seu intermediário; umas foram boas e outras ruins. As bordas foram reduzidas e agora temos entalhe em formato de furo na tela que fica no canto esquerdo bem próximo da borda. Já a parte ruim é que o acabamento em vidro na traseira foi trocado por plástico.
O aparelho cresceu e ficou mais pesado, o que também será um ponto negativo para muitos. O design de câmera mudou e agora elas ficam na parte central logo acima do leitor biométrico. Se esperava por sensor de digitais na tela, não foi dessa vez.
O Redmi Note 9 foi lançado por aqui nas cores branca, verde e cinza. Aliás, nem dá para chamar essa de branca já que parece mais um azul claro com degradê para o lilás. Ele é um celular grande e escorregadio. Usá-lo com apenas uma mão será complicado para alguns, mas pelo menos já vem com capinha e película para protegê-lo de eventuais quedas.
Se você sentiu falta do Bluetooth 5.0 e NFC no Redmi Note 8, pode ficar tranquilo que este veio mais completo. Há também infravermelho no topo do aparelho para usá-lo como controle remoto.
A tela cresceu, porém manteve a mesma resolução e tecnologia IPS LCD de antes. O brilho é baixo para um celular do seu porte e realmente complica a visibilidade em locais abertos. Também não há suporte para HDR10, devido ao brilho baixo do painel.
Até mesmo a reprodução de cores é ruim, com cinza que mais parece ciano. Um modo de reduzir isso é mudando o perfil de calibração de cores de Padrão para Saturado, mas ainda estará longe do ideal.
Para complicar ainda mais a experiência multimídia, o Note 9 tem um único alto-falante que reproduz som baixo e abafado. Já está na hora da Xiaomi incluir alto-falantes estéreos em seus intermediários ou pelo menos dar mais atenção à parte sonora.
Ele não vem acompanhado de fones de ouvido, mas pelo menos tem entrada padrão P2. É um bom celular para ouvir músicas? Tem melhores e mais baratos para isso.
O Redmi Note 8 veio com Snapdragon 665 e o novo traz o Helio G85, um recente lançamento da MediaTek que está presente em meia dúzia de celulares. É um bom hardware? Meio complicado responder isso. O Note 9 realmente decepcionou em nosso teste de velocidade e como este é o primeiro com este chip que testamos não sabemos se a culpa é da MediaTek ou da própria Xiaomi por ter errado a mão na MIUI.
Testamos com alguns benchmarks para ver o poder bruto e comparar com o hardware do anterior. Não chegamos a ter nem 15% de diferença nas pontuações, o que pode indicar que o Helio G85 não é muito mais potente que o Snapdragon 665.
Em jogos temos bom desempenho em qualquer game para Android. No PUBG é até possível jogar em HD com qualidade alta. Isso mostra que o novo chip da MediaTek tem boa otimização para jogos. Ele vem com o Game Turbo 2.0 que ajuda a evitar superaquecimento e possui recursos que aprimoram a jogatina.
Medição de fps feita pelo Game Turbo:
PUBG: 29-32 fps (HD)
Asphalt 9: 27-32 fps
COD Mobile: 56-60 fps (baixa)
MK: 47-60 fps
Vainglory: 42-60 fps
Se você comparar a ficha do Note 9 com o da Note 8 no site do TudoCelular verá que os dois possuem exatamente o mesmo conjunto com quatro câmeras. Não houve mudança na resolução de cada sensor e até mesmo a abertura focal é a mesma. Isso quer dizer que não houve evolução nas fotos e vídeos? Isso mesmo, e tivemos até um retrocesso.
Um ponto que o hardware da MediaTek ainda deixa a desejar é no processamento de imagens e trocar o Snapdragon 665 pelo Helio G85 faz o novo capturar fotos piores do que antes. Falta um pouco de saturação nas cores, o HDR não ajuda a reduzir o estouro de luz, as sombras saem sem detalhes e é possível até perceber ruídos em fotos tiradas de dia.
Principal | Ultra-wide
A secundária com lente grande-angular é ainda pior. A nitidez é sacrificada, há ainda mais ruídos (especialmente em locais fechados) e as sombras fica mais escuras. Pelo menos o algoritmo de correção de distorção de lente faz um bom trabalho.
Há um atalho de 2x no app de câmera, mas o Note 9 não tem lente teleobjetiva. O que ele faz é tirar uma foto com a câmera principal e realizar um pequeno corte para aproximar. A qualidade cai um pouco, mas ainda dá para publicar nas redes sociais.
Modo noturno
A macro tem foco automático, o que permite que você chegue muito perto do que deseja fotografar sem se preocupar com fotos borradas. O ruim é que a resolução de apenas 2 MP não ajuda muito e terá fotos com texturas de má qualidade.
Celulares intermediários ainda sofrem bastante para fotografar à noite. Curiosamente, o Note 9 até que não foi tão ruim em cenários com pouca luz. Ele não sofre com tantos ruídos e nem tem fotos totalmente devoradas pela escuridão. Há modo noturno que ajuda a enxergar melhor o que foi fotografado, mas saiba que as fotos sairão granuladas. A grande-angular é péssima à noite e não conta com modo noturno para ajudar.
Selfies e retrato
O sensor de profundidade consegue separar bem os planos da imagem e faz um bom efeito retrato seja com pessoas ou objetos. Com a frontal ele também não erra muito no recorte, porém desativa o HDR e deixa o fundo da imagem ainda mais estourado. A qualidade das selfies no geral é decente, mas a linha Redmi Note já foi melhor nisso. À noite terá fotos com nitidez e detalhes sacrificados.
A filmadora também sofreu retrocesso e deixou de filmar em 4K. Não apenas isso, mas a qualidade não é muito boa. É possível filmar com a grande-angular em Full HD e com a macro apenas em HD. Essas têm qualidade ainda mais baixa e sofrem muito à noite. E sabe qual a pior parte disso tudo? O Redmi Note 9 grava áudio mono. Sério mesmo, Xiaomi?
Xiaomi decidiu colocar uma bateria generosa de pouco mais de 5.000 mAh para dar conta do novo hardware da MediaTek. Como esperado, a autonomia é boa e rende o dia inteiro sem sofrimento, até sobrando um pouco de carga para a manhã seguinte. Porém, esperávamos mais. Já tivemos celulares da marca com menos bateria que duravam dois dias longe de tomadas.
O carregador de 22,5W é mais potente que o de outros intermediários e mesmo que tenha tecnologia de carregamento acelerado, não chega a ser tão rápido assim. Ele demorou mais de 2 horas para fazer a bateria ir de 0 a 100%. Uma carga rápida de 15 minutos recupera apenas 15% da bateria.
O Note 9 sai da caixa com Android 10 e MIUI 11 e logo mais receberá a versão 12 do sistema da Xiaomi. A fabricante chinesa já foi melhor na atualização de software e o Redmi Note 8 ainda segue preso ao Android Pie em meados de 2020.
Ela também já caprichou mais na otimização da MIUI. A cada nova versão sentimos que o sistema está cada vez mais pesado, o que compromete desempenho e bateria. É comum ver engasgos no aparelho e apps que deveriam ficar abertos em segundo plano ficam recarregando o tempo todo.
Em termos de recursos você terá o mesmo que qualquer outro com MIUI 11. O Game Turbo é um extra bacana que ajuda a reduzir a distração enquanto joga ao desativar as notificações. Você pode até medir a taxa de fps em jogos, mas isso nem chega a ser específico do Note 9 já que pode ser instalado em outros celulares da Xiaomi.
Ele vem com o app Mi Remote para você usar o Note 9 como controle remoto. E como já havíamos testado em outros da Xiaomi, o recurso funciona muito bem. O tema noturno da MIUI ajuda a esconder o furo na tela, mas não espere economia de bateria já que o painel não é OLED.
Se você estava em dúvida se pegava o Note 8 ou esperava logo pelo Note 9, pode ir no mais antigo que o novo só tem de bom mesmo a bateria. Cobrar R$ 2.699 por ele chega a ser piada, ainda mais quando o A71 chegou por apenas R$ 100 a mais e é um celular muito melhor. Aliás, o Galaxy está até mais barato atualmente.
Quais as melhores alternativas ao Redmi Note 9? Da Motorola temos o Moto G8 Power que é muito mais rápido, a bateria dura dois dias e ainda tem melhores câmeras. E tudo isso pela metade do preço. Parece que o jogo virou, não é mesmo Xiaomi?
Se prefere uma alternativa mais barata da Samsung há o Galaxy A31 com foco também em bateria e que no geral entrega melhor custo-benefício que o Redmi Note 9. E olhe que criticamos o preço absurdo que Samsung pediu por ele no lançamento.
Pontos fortes
- Autonomia de bateria
- Desempenho em jogos
Pontos fracos
- Tela com brilho baixo
- Som abafado
- Desempenho inferior aos concorrentes
- Filma em Full HD com áudio mono
Seu custo-benefício no Brasil é ruim, mas você pode importá-lo que sairá bem mais barato, mas ainda assim não vale pelo que entrega
Embalagem simples traz o essencial, mas vem com capinha e película já aplicada
É um celular grande com traseira de plástico escorregadia. Pelo menos vem com capinha de proteção
É a mesma MIUI presente em outros smartphones da marca, mas peca na fluidez
Tela tem brilho baixo e o som mono abafado não ajuda na experiência multimídia
O Redmi Note 9 é um produto inferior comparado ao que a Xiaomi entregou nas gerações anteriores
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Redmi Note 9