07 Fevereiro 2024
O Galaxy A10 era o celular mais básico da Samsung depois que a coreana decidiu acabar com a linha J. Em abril, ela trouxe para o Brasil o Galaxy A01, que veio para bagunçar tudo e deixar os consumidores ainda mais confusos. Custando R$ 1.099 em seu lançamento, o aparelho aposta no básico, mas custa mais que o A10 e vários outros lançados anteriormente. Vale o preço ou é melhor passar longe da novidade? É isso que você confere agora com o TudoCelular.
Embalagem do Galaxy A01 é similar aos demais modelos recentes da linha A e vem estampada a imagem do aparelho e também o seu nome. Além do celular, você recebe:
- Carregador de 5W de potência
- Cabo USB no padrão micro
- Chave para abrir gaveta do SIM/MicroSD
- Fone de ouvido
- Guia do usuário
Mesmo que tenha chegado com preço salgado, o A01 é um celular de entrada. Ele tem corpo todo feito em plástico fosco e possui três opções de cores à escolha aqui no Brasil: preta, azul e vermelha.
Ele é mais compacto que o A10 e pode ser um atrativo para quem está cansado de lançamentos com tela acima de 6 polegadas. O A01 é leve, porém não muito fino. Por ter uma bateria pequena Samsung poderia ter enxugado suas medidas.
A parte frontal traz entalhe em formato de gota como demais básicos da linha A e as bordas são relativamente finas, exceto pela inferior que é mais larga. O A01 é um celular confortável de usar com apenas uma mão e não escorrega tão fácil quanto outros com acabamento liso.
Assim como o A10, ele também não tem leitor biométrico e o alto-falante fica localizado na traseira. Se pretende usar biometria terá que se conformar com a leitura facial, que é até ágil, mas não muito segura.
E não foi apenas na biometria que Samsung economizou. Não há Wi-Fi 5 GHz, o Bluetooth ainda é 4.2, falta giroscópio e a porta USB ainda é padrão micro.
Não espere também por tela de qualidade. Samsung adotou um painel PLS LCD de 5,7 polegadas com resolução HD+. O nível de brilho é baixo comparado aos demais da linha A. Pelo menos o vidro não reflete tanta luz, sendo até possível enxergar o conteúdo na tela mesmo nos dias mais ensolarados.
A reprodução de cores é decente e o ângulo de visão não chega a ser ruim. Pelo menos o brilho automático funciona melhor do que no A10. Já a parte sonora é mais decepcionante. O alto-falante na traseira abafa facilmente e a potência não é alta, além de distorcer quando no máximo.
O fone que vem é o mais basicão dos demais de entrada da linha A. É um modelo antigo ainda da era da série J e faz apenas o essencial. Se você quer ouvir músicas com qualidade decente no A01, é melhor comprar um fone melhorzinho.
O mercado de entrada vem tomado por celulares com processador MediaTek, enquanto Samsung segue apostando em seu próprio hardware com o Exynos. O Galaxy A01 é uma exceção e traz a plataforma Snapdragon 439 aliada a apenas 2 GB de RAM. Essa combinação é suficiente para ter um bom desempenho?
O A01 é um pouco mais rápido que o A10 e A10s. O que mostra que o hardware da Qualcomm ainda é a melhor escolha, pelo menos quando combinado com o Android modificado da Samsung. Em benchmarks também temos números maiores no A01, o que chega a ser curioso já que ele deveria ser mais lento que os demais de entrada da linha A.
Em jogos ele também tem desempenho um pouco melhor. Claro, o A01 não vai conseguir rodar tudo com fluidez máxima, mas dá para curtir diversos games sem passar raiva. No PUBG é até possível jogar com gráficos no médio, desde que você se contente com média de 25 fps.
Não espere câmeras avançadas no A01. Ele tem duas na traseira, mas a secundária é só um sensor de profundidade que ajuda no desfoque.
Sua câmera é capaz de registrar fotos decentes, desde que haja luz suficiente. Em dias ensolarados você terá boas fotos para compartilhar nas redes sociais. Falta um pouco de contraste e o foco nem sempre ajuda.
Fotos em locais fechados à meia luz não sofrem tanto com ruídos como é comum em celulares básicos. Porém o foco fica ainda mais problemático, especialmente à noite. As fotos noturnas saem bastante escuras e isso já era esperado.
A secundária permite regular a intensidade do desfoque, porém quanto mais intenso for o efeito mais estourada fica a luz de fundo. O recorte entre planos é bom e não tem muitas falhas, mas acertar o foco fica ainda mais difícil.
Modo retrato
As selfies tiradas com o A01 não são das melhores. Falta nitidez e muitos detalhes da pele são completamente perdidos. Fotos ao sol perdem contraste e a falta de detalhes deixam as selfies artificiais. Recorrer a sombras na hora de tirar uma foto pode ser a salvação.
Já em locais fechados ou mesmo à noite só terá selfies ruins com o Galaxy A01. Sua câmera frontal é inferior aos demais da linha e muitos vão acabar ficando frustrados.
Ele grava vídeos em Full HD tanto com a câmera traseira quanto com a frontal. A qualidade da filmagem não é muito boa, há bastante tremidos por falta de estabilização eletrônica e a captura do áudio, apesar de ser estéreo, lembra modelos chineses mais baratos.
Se o desempenho não chega a empolgar, a autonomia de bateria então nem se fala. Ter apenas 3.000 mAh é pouco, mesmo para um celular com hardware mais básico, especialmente quando rivais já chegam oferecendo até 1.000 mAh a mais que Samsung.
Sua autonomia está abaixo da média e rende menos que demais da linha Galaxy A. Se você fizer uso leve sem jogos, vídeos ou abusar da câmera terá carga para o dia todo, mas basta usar vários apps ao mesmo tempo e jogar o brilho para o máximo que precisará de uma segunda carga no início da noite.
Outra decepção fica para o carregador fraco que acompanha o A01. Ele demora mais de 3h para fazer a bateria ir de 0 a 100%. Uma carga rápida de 15 minutos recupera apenas 11% da bateria.
Enquanto ainda tem fabricante lançando celular em pleno 2020 com Android Pie, Samsung pelo menos trouxe o A01 já atualizado com o Android 10 e One UI 2.0. O sistema não sofre tanto com engasgos, exceto quando algum download é feito. Provavelmente, devido à memória interna por ser lenta.
Você tem muitos dos recursos presentes nos modelos mais caros como o modo janela, o tela dividida ou o tema escuro para reduzir fadiga visual à noite. Como a tela não é AMOLED, não espere maior duração de bateria.
Se o A01 será atualizado futuramente para o Android 11 é uma verdadeira incógnita. Samsung vem atualizando alguns modelos da linha J para o Android 10, mas quando se trata da sul-coreana nada é garantido.
Como deu para perceber, o A01 não tem muito o que oferecer, especialmente para um celular que chegou por mais de R$ 1 mil. Pelo mesmo preço de lançamento tivemos o A10s e o Moto G8 Play e ambos custam menos atualmente e entregam mais.
O A10 e A10s podem até ser mais lentos, mas são melhores celulares no geral. O Moto G8 Play nem se fala, é superior em tudo ao novo lançamento da Samsung.
Até mesmo o LG K40s que chegou mais barato tem muito mais a oferecer. Ele é mais rápido, bateria dura mais e tem câmeras muito melhores.
Pontos fortes
- Android 10 com bons recursos
Pontos fracos
- Falta de leitor biométrico
- Tela apenas mediana
- Som fraco
- Autonomia de bateria abaixo da média
- Tempo de recarga
- Câmeras básicas demais
- Muito caro pelo que entrega
O Galaxy A01 é muito caro pelo pouco que entrega
Embalagem simples traz apenas o básico e nada de capinha de proteção
É um celular compacto e que não escorrega fácil, sendo bom de usar com apenas uma mão
É o mesmo Android modificado da Samsung presente em outros aparelhos da marca
Tela tem brilho baixo e o som distorce fácil
O Galaxy A01 é o pior lançamento da Samsung no último ano, sendo bastante inferior aos concorrentes
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Samsung Galaxy A01