Curiosidade 02 Nov
A falta de celulares compatíveis pode ser um empecilho para a expansão do 5G no Brasil, segundo afirmou o CEO da Telefônica Vivo, Christian Gerbara, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (6). O cenário de atenção fica claro a partir dos número divulgados pela operadora, em que pouco mais de 16% dos acessos são realizados em redes de quinta geração.
Diversos investimentos têm sido feitos para que as redes 5G passem a atender um número maior de usuários no Brasil, mas ainda há alguns obstáculos para que a tecnologia possa de fato se tornar popular. Durante a coletiva, Gerbara explicou que a falta de aparelhos compatíveis é um dos principais.
Cerca de 30% dos clientes pós-pago da companhia já contam com um smartphone 5G, mas o número seria muito menor entre os usuários pré-pago, apesar de não ter sido divulgado. Ainda assim, os dados da marca ajudam a ter uma dimensão da situação: dos 101 milhões de acessos a partir de redes móveis registrados pela Vivo, apenas 16,6% utilizam redes 5G, o que configura um caminho árduo na transição do 4G.
O principal desafio seria justamente a troca dos aparelhos, considerando que modelos 5G ainda não são exatamente acessíveis. Como destaca o CEO, já há alternativas na faixa dos R$ 940, mas esse valor continuaria sendo salgado para a parcela de clientes de planos pré-pago.
A operadora também enxerga as eleições nos EUA como um fato complicador — o possível aumento do dólar diante de mudanças políticas no país norte-americano poderia encarecer ainda mais os smartphones, ampliando as dificuldades da transição. "Para nosso resultado, [o aumento do dólar] não tem nenhum impacto, mas tem para o cliente e para o país, pois afeta as taxas de inflação", explicou Gerbara.
O executivo também reforça que as operações da Vivo não serão impactadas pelo cenário geopolítico, já que a combinação do crescimento da economia, o baixo endividamento em dólares da empresa e mecanismos de proteção contra flutuações drásticas de preços de equipamentos estabelecem um cenário favorável para a operadora.
O CEO também aproveitou a oportunidade para comentar brevemente sobre a experiência da Vivo com as redes neutras — sistema pelo qual diferentes operadoras compartilham de uma mesma infraestrutura de fibra óptica e redes móveis para aumentar o alcance dos provedores e garantir maior competitividade.
"Atuar com fibra neutra é uma parte menor do negócio, mas nos dá oportunidade de acelerar o incremento da rede, e nos permitiu ter a maior rede do mercado neste momento", disse Gerbara, revelando ainda que a companhia de telefonia conseguiu atingir 29 milhões de domicílios em 2024 através da parceria com a FiBrasil, uma das fornecedoras de redes neutras do país.
O tamanho da Vivo nas cidades em que opera torna difícil mensurar com precisão o impacto do uso desse sistema, mas o saldo seria positivo, e abriu margem para que a marca começasse a avaliar mais parcerias para além da FiBrasil, de quem é sócia, e da American Tower, outra fornecedora que já trabalha com a gigante.
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