30 Outubro 2017
A Xiaomi chegou ao Brasil neste ano, com as mãos em um dos seus melhores smartphones, quando o custo-benefício está em jogo. O problema é que ele, o Redmi 2, era o mais econômico da linha Redmi e ainda faltava espaço para o Redmi 2 Pro. Em poucos meses nós recebemos o modelo mais parrudo, que é basicamente a mesma coisa que o celular anterior, só que com duas vezes mais memória interna e o dobro de memória RAM - passa de 1 GB para 2 GB de RAM e de 8 GB de memória interna, para 16 GB e agora sim briga de frente contra muitos aparelhos de médio custo, só que sendo mais barato. Bem mais barato.
A caixa é exatamente a mesma que você já viu no modelo anterior, com uma cara de papelão reciclado, bastante minimalista e apenas com o nome "Mi" no topo. Assim como o modelo anterior, ele vem com carregador de tomada, manuais de instruções, o celular e também com um cabo USB, deixando de fora o fone de ouvido.
Por aqui tudo é idêntico ao que você viu no primeiro Redmi 2, então aqui vai tudo que escrevi no review dele:
Do lado de fora o Redmi 2 é bonito, mais esbelto e elegante do que seus principais concorrentes. O corpo é todo em plástico, mas sem linhas retas tradicionais de aparelhos de baixo custo. Na frente temos uma tela LCD IPS de 4.7 polegadas, com resolução de 1280 x 720 pixels, proteção do vidro feita com tecnologia chamada Dragon Trail (ainda longe de ser famosa como o Gorilla Glass, mas que faz com que riscos mais leves fiquem distantes do seu smartphone), densidade aproximada de 312 pixels por polegada e ótima qualidade no ângulo de visão, mas que não passa muito do que já existe em outros modelos concorrentes. Ainda na frente temos os botões do Android 4.x impressos em vermelho e que são sensíveis ao toque, num padrão que não segue o tradicional de fabricantes como Samsung, LG e Motorola. Isso significa que o botão voltar está na direita e não na esquerda (errei o botão por várias vezes). Por fim, temos aqui uma câmera frontal de 2 megapixels e um LED para notificações.
Do lado esquerdo não há nada, enquanto do lado oposto estão os botões de controle de volume e um para liga/desliga. Acima fica a solitária entrada para fones de ouvido, com o microfone principal e entrada microUSB na parte inferior - num padrão quadradão, sem o desenho do microUSB e que ajuda na hora de errar o lado do conector. Nunca vi um aparelho assim.
Atrás de tudo está a tampa da bateria em linhas que lembram muito smartphones da Samsung, principalmente da linha A, mas sem a adição de metal por aqui. A câmera traseira entrega 8 megapixels de resolução, um flash LED acompanha a lente e o alto-falante está logo ao lado. A inspiração com a traseira da Samsung é tão grande que a câmera é levemente saltada para fora, mesmo em um corpo que não é nada fino - há espaço suficiente dentro do aparelho para a lente ficar por lá, certo? A tampa da bateria esconde, logo abaixo, as entradas para chips da operadora (micro-SIM que podem ser 4G), entrada para cartão microSD de até 32 GB e a bateria de 2.200mAh, suficiente para fechar um dia de uso moderado e levemente intenso. Em nossos testes, o smartphone foi capaz de reproduzir vídeos por 8 horas seguidas, navegar por aproximadamente 5 horas e suportar o dia inteiro, recheado com alguns minutos de jogos casuais, algumas fotos e navegação em redes sociais.
Ah, por aqui as coisas também repetem em todos os pontos:
Como o smartphone é pequeno, de proporções reduzidas para o padrão de 5 ou mais polegadas que temos nos phablets, mesmo naqueles que não custam tanto - como Zenfone 5 ou Moto G. A parte traseira não conta com linhas retas e o plástico é áspero, com tinta fosca e que resulta em uma pegada bastante confortável. A tela pode ser totalmente controlada apenas com uma mão e esta situação é possível até mesmo para pessoas com mãos não tão grandes.
Suas dimensões são de 134 milímetros de altura, por 67,2 de largura e outros 9,4 milímetros de espessura. Tudo isso somado aos 133 gramas, que entregam um aparelho não muito pesado - chega a ser mais leve do que alguns concorrentes - e que encaixa perfeitamente em um bolso de calça jeans mais apertado, mas deixa certa marca. Em uma bolsa feminina, que já é bastante recheada de todo tipo de coisa, o aparelho pode ficar confortável e o Gorilla Glass da tela protege o conjunto contra riscos que podem aparecer aqui dentro.
Finalmente chegamos em um ponto onde há mudanças e elas são muito bem vindas. O primeiro Redmi 2 que chegou ao Brasil traz um processador Qualcomm MSM8916 Snapdragon 410 que roda quatro núcleos em 1.2 GHz, que é exatamente o mesmo chip que está no Redmi 2 Pro, com a mudança na quantidade de memória RAM. Agora são 2 GB, contra 1 GB do celular mais antigo e que entrega 16 GB de memória interna, contra 8 GB do Redmi 2. A GPU continua como uma Adreno 306 e o conjunto consegue rodar melhor as animações da MIUI 7, que é a versão que está nesta versão de testes que recebemos. Ela continua rodando acima do Android 4.4, mas você sequer nota a falta de um Android mais recente.
As transições de tela continuam fluidas e agora comportam mais apps ao mesmo tempo, antes de demonstrarem certa lentidão - consegui segurar uns cinco ou seis deles, sem notar qualquer diminuição na velocidade do sistema - este 1 gigabyte faz toda a diferença. Outro ponto que melhorou bastante é a memória interna, que agora conta com o dobro da capacidade anterior e isso significa que apps e jogos podem estar em maior número, antes do celular reclamar de falta de espaço interno. Agora, o restante de recursos e ferramentas, continua exatamente igual:
Ok, você entendeu que a interface é bastante alterada, que esconde bem o Android e que ela é atualizada constantemente, mas temos um problema por aqui: ela é extremamente semelhante ao que você encontra no iOS. As semelhanças passam pelos pontos de paginação da tela inicial, ausência de menu de aplicativos, área de notificações que separa notificações por aplicativos, cores para cada recurso do menu de configurações e, principalmente, a interface que está no aplicativo de câmera. Este ponto é negativo, ao meu ver, por saber que o Android já conta com uma interface bem agradável e bem elaborada, ao ponto de que copiar tanto a concorrência poderia ser deixado de lado. Se a fabricante está com pouco investimento na área de interface de usuário, no lado de parte visual, não seria mais bacana e menos "cópia" colocar o Android puro, ou tão puro quanto o utilizado nos smartphones mais recentes da Motorola?
Olhando para soluções da Xiaomi dentro da interface, temos algumas ideias bem elaboradas. Uma delas é a sincronização de imagens que estão no serviço de armazenamento em nuvem da marca, o Mi Cloud, e que ficam no mesmo aplicativo de galeria de fotos. Outra é a inclusão de um aplicativo para controlar o tema do aparelho, que pode tirar a cara de iOS que o Redmi 2 tem. Nos temas muito é alterado, como papel de parede, ícones e a tela de bloqueio. É possível trocar a animação de rolagem das telas iniciais, trocando por uma das oito variações disponíveis.
Partes do sistema operacional ainda não foram completamente traduzidas do inglês. É um erro bobo, mas que mostra que o trabalho de localização da Xiaomi deveria ser mais completo. Onde encontramos esta falha é na área de notificação, que exibe em inglês informações sobre a ausência de músicas no repertório do app. Um ponto que agradou bastante e que está presente em um de seus concorrentes, é que há possibilidade de alterar cor e saturação da tela - isso pode ser bastante útil quando você está assistindo algum filme, ou jogando um game e quer cores mais fortes do que o padrão do display.
Do lado de dentro das configurações, há uma área de "Configurações adicionais" e por aqui temos muita coisa interessante, começando pelo modo de uma mão. Neste modo a tela é redimensionada para emular um display de 4 ou 3,5 polegadas, o que faria mais sentido em dispositivos de tela maior, como o Zenfone 6. Dentro da opção de bateria você pode aumentar o desempenho do processador, em detrimento da carga restante da bateria, para fazer com que tudo rode melhor - em nossos testes, o smartphone ficou aproximadamente 20% mais esperto e veloz. Há opções para alterar a equalização de todo o áudio do aparelho com base no tipo de fone de ouvido que você tem, junto de alterar a função de cada botão impresso na tela.
Ah, agora algo diferente e que eu não fiz no modelo anterior: seguem alguns resultados de benchmark realizados com o Redmi 2 Pro:
O Redmi 2 Pro compartilha da mesma GPU e mesmo processador, o que entrega basicamente a mesma capacidade de rodar bons jogos e, como em outros aparelhos com o Snapdragon 410, jogos pesados rodam sem qualquer problema - em alguns modelos até melhor do que em smartphones com Snapdragon 615. Testei o Asphalt Overdrive e não encontrei problemas, o mesmo aconteceu com o mais pesado Real Racing 3, que teve alguns dos gráficos removidos e tudo rodou sem qualquer engasgo ou travamento.
Mais uma parte do review que continua igual ao que já vimos no Redmi 2, então lá vai outro trecho do review antigo:
O Redmi 2 chega ao mundo com um sensor de 8 megapixels, um único flash LED e lente com abertura de f/2.2. Ao olhar para o aplicativo que controla o conjunto ótico, temos uma semelhança gigantesca com o que a Apple criou para os iPhones, iPods Touch e também os iPads. Há por aqui até a opção de controlar manualmente a compensação por exposição, logo depois de tocar para focar, mas em uma forma de ajustar um pouco diferente - no lugar de uma barra vertical, por aqui você roda uma bolinha. Há uma opção com controles manuais, mas que é limitada ao ISO e balanço de branco, sem qualquer controle fino para o foco ou então tempo do obturador.
O resultado do trabalho deste conjunto é de fotos com boa qualidade quando há muita luz e boas imagens em ambientes pouco iluminados. A parte de imagens com baixa luz é auxiliada pelo HDR e a qualidade é boa, mas você precisa segurar a respiração e ficar firme entre dois e três segundos, para que tudo ocorra bem e nada fique borrado. Em fotos bem iluminadas e com cores fortes, a câmera acabou exagerando nas cores e tornou tudo com um tom meio que de neon (olhe na foto da flor). A câmera frontal tira fotos em até 2 megapixels, mas a qualidade está muito abaixo da câmera traseira e o modo de embelezamento deixa tudo longe do natural. O app faz com que sua pele fique lisa demais, com cara de que é um boneco e não um humano - exagerou, mesmo no modo de embelezar no mínimo das alterações.
Pontos fortes
- Preço continua atraente
- Interface é uma das mais bonitas que já vi no Android
- Desempenho extra ajuda nas tarefas extras do cotidiano
- Smartphone continua pequeno, compacto e leve
Pontos fracos
- Cadê o fone de ouvido, Xiaomi?
- Android continua sem previsão de atualização
- A inspiração no iOS é forte demais, até mesmo em configurações
- O HDR é um pouco lento e gera fotos borradas com facilidade
Continua como o melhor custo-benefício da categoria, com custo abaixo do que seus concorrentes diretos cobram.
Embalagem organizada, compacta e sem excesso de fotos ou imagens. Único ponto que pesa para este quesito está na falta do fone de ouvido.
A pegada é confortável e ele é um dos poucos sobreviventes de tamanho abaixo de 5 polegadas. Perfeito para mãos pequenas, mas pequeno demais para mãos grandes.
MIUI é bastante diferente de grande maioria dos Androids e a curva de aprendizado é longa.
O upgrade no desempenho do aparelho fez com que jogos rodassem bem e vídeos, assim como outros conteúdos, também.
Vale cada centavo do seu dinheiro, já que é o único com 2 GB de memória RAM e 16 GB de memória interna, custando abaixo de R$ 700. Pode ser uma ótima alternativa mais econômica para quem não quer pagar o que custa um Zenfone Go, Zenfone 5 ou Moto G de terceira geração.
Onde Comprar
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