19 Março 2024
A Xiaomi anunciou um pacotão de novos modelos no final de março, e dentre eles estava o Mi 11 Lite 4G, uma versão intermediária do atual top de linha da marca para quem não está preocupado em ter suporte a redes 5G no momento.
Será que temos um novo queridinho como foi com o Mi 9 Lite, agora que a Xiaomi oferece uma opção com 4G que entrega preço mais agradável? É o que vamos responder nessa análise completa do TudoCelular.com.
O Mi 11 Lite vem em embalagem na cor branca feita de papelão resistente, com o nome do aparelho inscrito na parte frontal em prateado. Além do celular você recebe:
- Carregador de 33W
- Cabo USB-C
- Adaptador de USB-C para P2
- Capinha protetora de silicone
- Manuais
- Chavinha para abrir gaveta híbrida do cartão SIM e microSD
O Mi 11 Lite herda o visual de seu “irmão maior” Mi 11 na parte traseira, com câmeras organizadas em um quadrado no canto superior esquerdo onde dois sensores ficam em um espaço destacado enquanto o terceiro sensor e o flash LED ficam ao lado, mas ainda dentro do bloco.
Ainda assim, a Xiaomi adotou algumas diferenças bem óbvias, com corpo de plástico, e tanto a parte traseira quanto a frontal sendo cobertas por vidro plano enquanto no modelo top de linha temos estrutura de metal e vidro com bordas curvas.
Isso acaba prejudicando um pouco o aproveitamento frontal do Mi 11 Lite, que tem bordas maiores ao redor da tela, mas a Xiaomi se preocupou em deixar todas elas com praticamente a mesma espessura, o que cria um visual mais harmônico e evita que tenhamos um queixo muito destacado.
Além disso, o Mi 11 Lite se destaca por sua espessura de apenas 6,81 mm, já tendo algum tempo desde a última vez que vimos smartphones com menos de 7 mm. Junte a isso o peso de apenas 157 gramas e temos um aparelho muito confortável de ser usado e que quase passa despercebido ao ser colocado no bolso, mesmo com sua tela grande.
Os botões de volume e energia estão ao lado direito, com este último tendo ainda o leitor de digitais integrado, que funciona bem e rápido. Na lateral inferior temos a porta USB-C, uma saída de som, um microfone e a gaveta híbrida para os chips SIM, enquanto na parte de cima temos mais um microfone e o emissor infravermelho para usar o aparelho como controle remoto universal.
A tela do Mi 11 Lite é uma AMOLED Full HD de 6,55 polegadas, com suporte a HDR10, 1 bilhão de cores e taxa de atualização de 90 Hz. O painel é protegido por vidro Gorilla Glass 5, e vem com uma película aplicada de fábrica, tendo um pequeno furo no canto esquerdo para a câmera frontal.
O Mi 11 Lite tem uma das melhores telas dentre todos os modelos intermediários que já analisamos, entregando ótimas cores, contraste perfeito e fluidez mais que suficiente para dar um gás em seus jogos e vídeos, além de responder muito bem durante a navegação do sistema.
O brilho também é muito forte, e em nossos testes chegou a superar modelos como Galaxy A72, A52 e Redmi Note 10, o que mostra que ele vai até um pouco além dos 800 nits prometidos pela Xiaomi. Com isso, você não terá qualquer problema para enxergar o conteúdo mesmo em dias mais ensolarados.
E nada como ter um bom sistema de áudio para fazer par com uma tela dessas, não é mesmo? Ainda bem que a Xiaomi também pensa assim, e incluiu um sistema de som estéreo bem legal no Mi 11 Lite. O alto-falante inferior trabalha em conjunto com a saída responsável pelo áudio em chamadas, conseguindo entregar bom volume sem distorcer as frequências. Claro, a saída de cima é um pouco mais fraca que a inferior, mas no geral vai criar uma boa experiência ao assistir vídeos, ouvir músicas e jogar.
Se você tem uma tela de 90 Hz vai querer jogar vários títulos para tirar proveito disso, certo? Mas calma, não é bem assim que as coisas funcionam na prática.
O Mi 11 Lite cai no mesmo problema que vimos no Poco X3 NFC. O aparelho até entrega bom desempenho durante tarefas do dia a dia, mas a MIUI segue sendo uma interface que peca em otimização, fazendo com que muitos apps precisassem ser reabertos na segunda volta do nosso teste prático de velocidade.
Isso o deixou atrás do próprio Poco X3 NFC e de outros rivais, ficando basicamente no mesmo tempo que conseguimos no Mi 10 Lite 5G e Galaxy A72.
Em jogos a situação também é muito parecida com o que tivemos no Poco X3 NFC. Apesar de ter tela de 90 Hz, o Mi 11 Lite não tem hardware suficiente para passar de 60 fps na grande maioria dos jogos, algo que vai ficar restrito apenas a títulos mais simples como Subway Surfers.
O Mi 11 Lite é bem fino, e isso tem um motivo: sua bateria é menor do que temos por padrão nos intermediários atualmente, mas diferente do que se possa imaginar, os 4.250 mAh não fazem com que ele tenha uma autonomia tão ruim.
O Mi 10 Lite 5G só tinha 4.160 mAh, e com o ligeiro aumento na capacidade vimos também uma autonomia pouca coisa melhor, passando das 24 horas em nosso teste de uso real. Foram quase 12 horas de tela ativa durante esse tempo, o que mostra que mesmo usuários que não desgrudam do aparelho por nada vão ter dificuldade em zerar a bateria antes do fim do dia.
O carregador de 33W que vem na caixa também faz bem o seu trabalho, precisando de apenas 1 hora para fazer a bateria ir de 0 a 100%. Com uma carga rápida de 15 minutos você tem 28% de carga, chegando a 58% em meia hora na tomada. Diferente do modelo top de linha, o Mi 11 Lite não suporta recarga sem fio.
O Mi 11 Lite tem três câmeras traseiras, seguindo a tendência da versão mais cara. Temos um sensor principal de 64 megapixels auxiliado por uma câmera ultra-wide de 8 megapixels e uma câmera macro de 5 megapixels.
Com a câmera principal você tem por padrão fotos de 16 megapixels, que entregam cores acertadas, alcance dinâmico razoável e bom nível de detalhes em ambientes de boa luz. É possível tirar fotos com todos os 64 megapixels, mas no geral você só terá arquivos maiores sem um ganho equivalente em qualidade, e ainda precisará abrir mão do HDR e esperar alguns segundos para cada foto ser salva.
A câmera ultra-wide não tem a mesma qualidade da câmera principal, com ruídos aparecendo em áreas mais escuras, detalhes sacrificados e alcance dinâmico mais limitado, mas ao menos a correção de distorção de cantos é feita de forma satisfatória e as cores são bem balanceadas na maioria dos casos.
Principal | Ultra-wide
A câmera de macro, chamada pela Xiaomi de telemacro, faz um bom trabalho. É possível chegar bem perto dos objetos e as imagens saem bonitas, com cores fortes e bom nível de detalhes. Por ter autofoco, porém, é bom ficar esperto para não acabar tirando fotos desfocadas, sendo recomendado fazer vários cliques e depois escolher qual saiu melhor.
Desfoque
As fotos com modo retrato geralmente saem com recorte acertado. Áreas como em volta do cabelo ou entre os dedos acabam apresentando pequenas falhas, mas nada que estrague as fotos no geral.
Na parte das selfies temos uma das diferenças entre o Mi 11 Lite 4G e sua versão 5G, já que aqui temos um sensor de 16 megapixels em vez dos 20 megapixels do modelo mais caro. Ainda assim, as selfies são boas, com HDR acertado e bom nível de detalhes, mas o foco fixo te obriga a perceber bem onde está a distância exata da câmera para não sair desfocado.
Selfies
Em ambientes com luz precária a única câmera realmente útil será a principal, que mesmo sem modo noturno ativado já consegue entregar boas fotos, evitando exagerar na saturação e conservando os detalhes sem apresentar muitos ruídos. O modo noturno deixa tudo ainda melhor, eliminando ruído, recuperando alguns detalhes perdidos e melhorando a exposição, mas é necessário manter as mãos firmes por alguns segundos e torcer para a cena permanecer estática.
As câmeras ultra-wide e macro não são muito indicadas nesse tipo de ambiente, com fotos escuras e com detalhes completamente sacrificados, além de ruído aparente nas áreas com mais sombras. É possível melhorar bastante as fotos com a ultra-wide ao usar o modo noturno, mas novamente é bom ficar esperto para não sair tudo tremido, já que leva aí dois ou três segundos pelo menos para a foto ser tirada.
O Mi 11 Lite grava vídeos em 4K a 30 fps ou Full HD a 30 ou 60 fps com a câmera principal, enquanto as demais câmeras estão limitadas a Full HD a 30 fps. Temos estabilização eletrônica de imagens com todas as câmeras exceto a macro, e no geral ela faz um ótimo trabalho, apenas limitando um pouco o campo de visão.
A qualidade das filmagens é boa e o áudio é melhor do que tivemos em outros Xiaomi que testamos, conseguindo captar a voz de forma clara ao mesmo tempo em que separa razoavelmente o ruído de fundo.
Ele sai da caixa com Android 11 e MIUI 12. Assim como em outras dezenas de modelos da Xiaomi que testamos, a interface acaba por comprometer o desempenho buscando melhorar a autonomia de bateria, recarregando os apps que estiverem em segundo plano o tempo inteiro.
Pelo menos temos alguns recursos legais como o Game Turbo para aprimorar a jogatina, os atalhos para acessar rapidamente a câmera ou ligar a lanterna, o suporte a tema escuro que ajuda a bateria a render ainda mais por causa da tela AMOLED, além da possibilidade de customização da interface.
Como em praticamente todo modelo da Xiaomi, temos também app de controle remoto que usa o emissor infravermelho do aparelho para controlar outros eletrônicos, ótimo para centralizar os comandos da TV, home theater e ar-condicionado, por exemplo.
Tirando o 5G, ausente nessa versão, temos praticamente tudo em conectividade, com Bluetooth 5.1, Wi-Fi ac e NFC.
O Mi 11 Lite ainda não está disponível oficialmente no Brasil, mas já tem sua versão global vendida no mercado internacional por preços a partir dos 300 euros, o que em conversão direta dá cerca de R$ 2 mil.
Isso coloca o aparelho em rota de colisão com modelos como Poco X3 Pro, Poco F3, Redmi Note 10 Pro e Galaxy A52. Destes, apenas os dois últimos são vendidos oficialmente no Brasil, com preços de R$ 3,3 mil no celular da Samsung e R$ 3,5 mil no da Xiaomi.
Comparado a eles o Mi 11 Lite oferece como vantagem basicamente o corpo mais fino e leve, mas tem câmeras inferiores, desempenho de mesmo nível, nenhuma certificação de resistência e bateria que dura menos. O Galaxy A52 é a opção mais equilibrada, com suporte maior de software, IP67, câmera com estabilização óptica e bateria que dura muito, enquanto o Redmi Note 10 Pro tem como trunfos a câmera de 108 megapixels e a tela de 120 Hz.
Pontos fortes:
- Tela AMOLED com brilho forte
- Som estéreo equilibrado
- Design compacto e fino
- Recarga rápida
Pontos fracos:
- Desempenho abaixo da média
- Falta otimização do software
- Não teve evolução nas câmeras
Aparelho chega com hardware mais fraco que rivais de mesmo preço, não oferecendo nenhum diferencial claro.
Falta apenas fones de ouvido, mas vem com adaptador para P2, carregador potente, capinha de silicone e até película aplicada de fábrica.
Aparelho compacto, fino e leve. Pode ser escorregadio por ter acabamento de vidro mas nada que usar a capa que vem na caixa não resolva.
MIUI segue sendo uma interface com muitos problemas, mas praticamente nenhum deles diz respeito à dificuldades de uso.
De longe um dos melhores intermediários testados até aqui em multimídia. Tela ótima, com brilho forte, cores acertadas e boa fluidez. Sistema de áudio estéreo bem balanceado.
Mi 11 Lite é um bom aparelho, mas chegou caro para o conjunto e acaba devendo em pontos importantes para rivais.
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