Tech 28 Jun
Há alguns meses, o YouTube anunciava medidas para combater conteúdos relacionados a terrorismo, através de tecnologias como algoritmos de Machine Learning. Agora, parece que os esforços da empresa parece trazer resultados em isolar e excluir vídeos desse tipo, mesmo que eles não estejam diretamente contra as políticas da plataforma.
De acordo com o New York Times, o YouTube recentemente removeu e bloqueou todos os vídeos de Anwar al-Awlaki, um clérigo que se tornou extremista, se envolveu em planejamentos de atentados terroristas da Al-Qaeda, e foi morto no ataque dos drones norte-americanos em 2011.
Embora sejam apenas os seus últimos vídeos que fogem das diretrizes do YouTube, a empresa determinou que todos tinham que ser excluídos.
Apesar desse relatório do NYT, o YouTube não confirmou publicamente que realizou as exclusões. Mas é fácil ver o que aconteceu, já que havia mais de 70.000 vídeos sobre al-Awlaki no início do outono. O que restou são 18.600 vídeos, sendo a grande maioria notícias, rejeições dos pontos de vista extremistas, discussões sobre o ataque com drones e outros vídeos de pessoas - mas não do próprio Al-Awlaki.
Se por um lado isso mostra que a empresa toma providencias em alguns casos mais extremos, por outro lado também levanta questões sobre a linha tênue entre a intolerância a conteúdos que promovem violência e a liberdade de expressão.
Existe a preocupação de que o YouTube possa cometer erros ou tirar vídeos por razões puramente arbitrárias, mas é sempre importante que grupos extremistas sejam afastados para que suas ideias sobre extermínio não sejam ainda mais espalhadas, ainda mais em casos como o de al-Awlaki, que era um recrutador da Al-Qaeda.
Na verdade, a ação do Youtube foi demorada porque tais vídeos estavam em uma “zona cinzenta” da legislação do site. As regras proíbem vídeos que incitam violência e proíbem indivíduos nas listas internacionais de terrorismo, mas não dizem nada a respeito de conteúdos publicados por terceiros.
Entre milhares de vídeos, al-Awalaki também publicava aulas sobre a história do Islão, e isso deixava adiava ainda mais a decisão. No entanto, ao assistir esses vídeos, usuários acabavam ganhando acesso a contas dedicadas de al-Awlaki e a seus vídeos radicais.
Além da exclusão, o YouTube também conta com uma espécie de "impressão digital" dos vídeos proibidos, que garante que os conteúdos ilegais não voltem para o site.
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