Feiras e eventos 09 Jan
2017 foi um ano bem conturbado para a Uber, com uma série de escândalos sendo divulgados na mídia internacional e mostrando como a empresa sempre teve uma política agressiva.
No ano passado, foi revelado que a empresa pagou para que hackers não divulgassem o vazamento de dados de 57 milhões de usuários e que um ex-funcionário acusou a empresa de ter um 'departamento de espionagem'.
Agora, de acordo com novas informações, a Uber mantinha secretamente um software chamado "Ripley" que foi usado para despistar autoridades que faziam investigações sobre a empresa.
De acordo com o que foi revelado, o software era uma espécie de 'botão de emergência' que foi usado para apagar rastros de qualquer informação que poderia ser usada contra a empresa em investigações em todo o mundo.
O caso mais emblemático aconteceu em 2015 na província de Quebec, no Canadá, quando autoridades da cidade de Montreal chegaram de surpresa no escritório da empresa para coletar provas de uma suposta violação das regras locais.
O gerente local, assim como outros responsáveis por outras cidades, foi orientado a enviar uma mensagem para uma equipe em São Francisco que foi treinada para operar o software. Quando essa equipe recebeu o chamado, ela fez o logoff remoto de todos os computadores no escritório de Montreal.
Ao fazer isso, essa equipe acabou impossibilitando que as autoridades de Montreal conseguissem qualquer informação sobre a Uber. Isso porque ela também conseguia mudar as senhas remotamente, bloquear dados em smartphones, laptops, desktops e bem como desligar todos os dispositivos em um momento de urgência.
Essa rotina ficou conhecida como "protocolo de visitante inesperado" e todos os funcionários da empresa sabiam de sua existência. A Uber não nega a existência do software e se defende:
Como todas as empresas ao redor do mundo, temos procedimentos de segurança para proteger informações corporativas e dos clientes. Em caso de investigações governamentais, é nossa política cooperar com todas as buscas válidas e solicitações por dados
De acordo com a Bloomberg, o que chama a atenção é o fato de a empresa usar a ferramenta para impedir investigações legítimas de autoridades.
Se você pensou que a Uber usava somente a Ripley, se enganou completamente. Isso porque também foi revelado que ela tinha outro software chamado Greyball que servia para despistar fiscalizações comandadas por prefeituras de cidades que queriam proibir a Uber.
Essa nova ferramenta fazia parte do programa VTOS, algo como "Violação dos Termos de Serviço" e foi usado para mostrar aos fiscais de algumas cidades uma versão falsa de seu aplicativo.
O uso do software foi registrado em 2014 na cidade de Portland, Oregon, quando um funcionário da prefeitura foi identificado tentando pegar um carro da empresa.
A Uber então ofereceu uma atualização para o app do homem. Com isso, o funcionário da prefeitura recebeu um app falso que aparecia cheio de carros fantasmas e que impedia que ele conseguisse uma corrida.
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