Android 09 Fev
No começo dessa semana, o Google liberou uma atualização no gráfico de distribuição do Android, que teve o Nougat assumindo a liderança e o Oreo finalmente chegando a 1%. Enquanto isso, o site Bidouille.org divulgou um estudo sobre essa fragmentação do sistema do robozinho que mostra um dado interessante.
De acordo com a pesquisa, já faz um bom tempo que uma versão do Android conseguiu, sozinha, ficar com mais de metade de todos os dispositivos ativos ao redor do mundo. Na realidade, apenas cinco versões conseguiram essa façanha, sendo a última delas o Jelly Bean, lançado em 2012.
A história do Android como um sistema operacional público começou com o 1.5 Cupcake, lançado em outubro de 2008 no G1, da T-Mobile. Em meados de 2010, o Eclair tornou-se a versão mais popular, superando o Donut e chegando a cerca de 60% dos dispositivos Android ao redor do mundo.
Desde então, apenas o Froyo, em 2011, e o Gingerbread, em 2012, conseguiram ficar com mais de metade da fatia de mercado Android, além do já citado Jelly Bean, que teve pouco mais de 60% entre o primeiro e o segundo trimestres de 2014.
Kit Kat, Lollipop, Marshmallow e, agora, o Nougat (que ainda deve crescer um pouco mais), não conseguiram atingir a maior parte dos usuários em nenhum momento. Porém, claro, devemos lembrar que todas essas versões tiveram que dividir o mercado com muitos outros aparelhos já consagrados e amados ao redor do planeta.
Mas isso não esconde um problema essencial do Android: a grande dificuldade em conseguir atualizar o dispositivo. Como a maior parte das fabricantes realiza alterações na interface, as principais novidades do Android demoram a chegar ao usuário. Há até casos de dispositivos atualizados somente depois da chegada de uma versão mais atual.
Com a chegada do Android Oreo em agosto passado, o Google trouxe algumas novidades para tentar reduzir a demora das fabricantes em atualizar seus dispositivos. Uma delas é o Projeto Treble, que visa facilitar os updates ao separar o software em customizações de baixo nível efetuadas pelas fabricantes e os drivers essenciais para que ele funcione corretamente, agilizando e facilitando a atualização de aparelhos para as novas versões do sistema
Porém, muitas fabricantes estão reticentes em aderir ao projeto, inclusive a Samsung, mais popular fabricante do mundo. A atualização liberada para os usuários alemães dos top de linha da companhia não tem o Treble habilitado.
Mas o Google não vai desistir ainda. A partir de agosto, desenvolvedores que quiserem publicar novos apps na Google Play Store deverão, obrigatoriamente, suportar o Oreo. A partir de 2019, deverão ter suporte a chipset de 64-bit.
Infelizmente, a conta vai acabar caindo no bolso do usuário. As fabricantes dificilmente farão qualquer esforço para atualizar dispositivos antigos, e muita gente vai acabar se vendo forçada a trocar de smartphone. Porém isso só saberemos ao certo mais para a frente.
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