Android 12 Jul
Em 2015, Alexandre de Moraes, até então Secretário de Segurança Pública de São Paulo, informou que quando um smartphone fosse bloqueado pelo IMEI, ele se transformaria em um 'peso de papel' na mão dos bandidos – só ano passado, foram mais de 8,3 milhões de celulares bloqueados.
A grosso modo, o IMEI pode ser considerado a 'impressão digital' dos smartphones e tablets, onde cada um possui a sua própria (muitas vezes, mais de uma, no caso dos dual-SIM), que não pode ser mudada – ou pelo menos, não poderia, em tese.
Com o avanço da tecnologia, cyber-criminosos ficam cada vez mais munidos de opções para 'burlar' os bloqueios, inclusive, o da 'lista negra' de IMEIs, que foram bloqueados pela ANATEL.
Apesar do bloqueio, de fato, ocorrer, um dispositivo – que tem venda proibida aqui no Brasil mas pode ser comprado no Paraguai – ja é capaz de 'contornar' essa situação, alterando o identificador único de cada aparelho, tornando-o completamente funcional, tal como estava antes do bloqueio.
Com o Carnaval terminado, milhões de smartphones acabaram tornando-se produto de roubo nas mais variadas cidades do Brasil. Agora, diversos deles estão 100% funcionais, sendo oferecidos em sites de produtos usados, grupos de Facebook, WhatsApp e mais.
O 'desbloqueador de IMEI', que custa cerca de US$350 (~R$1150), é capaz de apagar por completo a identificação dos portáteis registrados no Cime (Cadastro de Estações Móveis Impedidas), enganando o sistema e devolvendo acesso à internet e chamadas e voz.
O único requisito para tal é que o smartphone esteja funcionando corretamente; além disso, aparentemente há dois modelos que ainda não conseguem ser desbloqueados – o iPhone X e o Galaxy S8, em casos de roubo, geralmente são desmontados e tem suas peças vendidas.
Apesar de toda essa tecnologia, o equipamento adulterador de IMEIs tem um ponto fraco: ele não é capaz de 'criar' um identificador, apenas de copiar os já existentes.
Uma nova medida da ANATEL, que entrará em vigor em maio de 2018, deverá começar a bloquear não só os smartphones piratas, como também os que possuírem IMEIs clonados.
Ou seja, os 'espertinhos' que quiseram pagar mais barato em um aparelho roubado, acabarão com um 'peso de papel high-tech' em mãos – isso até descobrirem outra forma de burlar o sistema.
Tendo dito isso, muito cuidado ao comprar um aparelho de segunda mão. Sempre exija nota fiscal do produto, e dê preferência a lojas oficiais ou vendedores com uma boa qualificação.
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