Lançamentos 25 Out
Nesta semana, a Positivo anunciou um acordo com a Transsion para lançar os celulares da marca Infinix ao Brasil. A estreia aconteceu com o modelo Infinix Note 10 Pro, que chega para se encaixar na categoria de intermediários.
A intenção do acordo é ter uma parcela significativa de participação do mercado, o qual ficou desfalcado neste ano pela saída da LG. Além disso, a produção será completamente nacional pela empresa brasileira, com investimentos em suas plantas para manter a qualidade criada fora do país.
Por outro lado, ainda restam dúvidas quanto ao futuro da parceria e o que os consumidores podem esperar a respeito da Positivo no mercado de smartphones. Para saber os detalhes desta novidade da companhia e do futuro da parceria, o TudoCelular conversou com o Diretor de Negócios de Mobilidade da Positivo Tecnologia, Cristiano Freitas.
Quem é o entrevistado?
Cristiano Freitas é Diretor de Negócios Mobilidade na Positivo Tecnologia. Engenheiro Eletricista pelo Instituto Nacional de Telecomunicações. Pós-graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo. Possui Master Certificate em Gerenciamento de Projetos pela Universidade de Pittsburgh. Com 17 anos de experiência na área de Telefonia Móvel Celular, trabalhou em grandes multinacionais do setor. Atualmente, é responsável por toda a gestão dos negócios de tablets e telefones celulares na empresa. Temas: mercado de telefonia, 5G, produtos da Área de Mobilidade como celulares e tablets.
O executivo explicou a origem do negócio com a Transsion, organização a qual a brasileira tem contato desde 2014. Disse ainda que o motivo pela escolha do Infinix Note 10 Pro – uma vez que o aparelho já possui até um sucessor – para a estreia foi pela presença de 256 GB de armazenamento, característica identificada como prioridade em pesquisas internas.
Cristiano ressaltou como evitar a chamada “canibalização” para a linha Infinix não impactar em outras séries, como a Quantum, e falou que há conversas com a Transsion para liberação ou não da atualização ao Android 12 no Note 10 Pro.
Para completar, contou o que os consumidores do Brasil podem esperar da Positivo para o futuro com esta parceria e em âmbito da sua atuação geral. Você pode conferir a entrevista na íntegra mais abaixo. Não se esqueça de comentar conosco o que achou sobre os temas desta conversa.
“O Norberto Maraschin, que é o nosso vice-presidente, conhece o George [Zho], que é o presidente da Transsion, já há bastante tempo. Desde 2014, ele já vem conversando com George sobre isso. A Transsion é uma empresa global muito conhecida no mundo, mas mesmo assim antes dessa explosão deles, a gente já conversava com eles. A gente já conhecia, sabia da existência deles, para que lado estavam indo. E isso tinha muita relação para o lado que a gente também gostaria de seguir. Então, a gente vem conversando com eles desde 2014. O Norberto esteve com o George pela primeira vez, se não me engano, em uma reunião na China, aquela reunião que envolve vários fabricantes. E ali, ele começou esse relacionamento e vem amadurecendo essa ideia já alguns anos. A Positivo já buscava uma parceria desse tipo há alguns anos e estamos falando mais fortemente do último ano. Um pouco mais de 12 meses, a gente vem falando fortemente no detalhe, na marca. E aí, nos últimos 8-10 meses, nos produtos, no portfólio. A gente começou a conversar sobre que fábrica usaríamos, Então, é uma conversa já de sete anos, que foi amadurecendo no último ano, um pouco mais do que isso, bem concreta. Determinação de contrato e detalhes bem específicos. E foi assim que a gente construiu.”
Cristiano Freitas
Diretor de Negócios de Mobilidade da Positivo Tecnologia
“A gente resolveu começar a parceria já com uma base bem sólida, já produzindo no Brasil efetivamente. Para você transferir uma unidade fabril ou replicar uma linha de produção em um outro continente, no caso da China, para qualquer outro lugar, no caso do Brasil, você demanda tempo, todo um processo sistêmico de integração, equipamentos de altíssima tecnologia. Então, a gente precisava de mais tempo para poder construir um projeto e trazer um produto. Se eu trouxesse importado, como outras empresas fazem, poderia trazer, por exemplo, o Note 11 Pro. Acabou de lançar, já trago importado... mas a gente preferiu construir desde o início, até porque é uma parceria de longo prazo. Construir o produto no Brasil. Isso tomou um pouco mais de tempo, naturalmente, porque tem uma série de auditoria, teste de confiabilidade, rampa da fábrica. Isso fez com que a gente trouxesse o Note 10 Pro.”
Principais características
“Ele tem uma característica aqui que para o brasileiro é fundamental, que é o 256 GB de memória. O brasileiro gosta demais de ter uma memória maior para salvar fotos, diversos vídeos que recebe no WhatsApp, e esse é um produto que tinha 256 GB. E por isso era interessante trazer ele neste momento. Essa foi uma das escolhas. A faixa de preço também é muito interessante para o brasileiro. Uma tela fantástica de 6,95 polegadas, com experiência bastante imersiva. Você vê o vídeo, parece que está entrando dentro daquele filme ou jogando o jogo. É um tamanho de tela com produto leve, que traz experiência bastante imersiva. Então, esse foi o motivo pelo qual a gente resolveu trazer primeiro o Note 10 Pro.”
“Será a Positivo que fará a assistência técnica. A Positivo tem assistência técnica no Brasil inteiro. É uma empresa de 32 anos, já reconhecida por ter uma assistência técnica de excelência. Nós vamos aproveitar isso. Inclusive, a intenção da Transsion de juntar com uma empresa nacional de grande porte é justamente prover essa assistência. Nas pesquisas, um ponto muito forte para o brasileiro é a pós-venda. ‘Ah, mas vai ter pós-venda? Eu consigo achar peças originais?’. Várias perguntas desse tipo. Nós fizemos algumas etapas de pesquisa e isso foi muito forte. Muita gente demandando por isso, questionando, preocupando. ‘Ah, eu comprei um produto, mas o meu não tem garantia’. A gente foi ouvindo essas pessoas, e em função disso resolvemos trazer uma garantia para o lançamento. É um tema extremamente relevante. E por isso trouxemos esses dois anos de garantia. Então, foi uma de nada do próprio público. Tem até uma brincadeira que aconteceu em uma das pesquisas, mais no final quando a gente mostrava o produto em um grupo focal, uma pessoa virou e disse: ‘Agora eu entendi porque vocês estão dando 2 anos de garantia, porque 256 GB é tanta memória, que eu vou precisar de dois anos para conseguir encher a memória desse produto’. Ela mostrou nessa brincadeira que pegou exatamente no que o brasileiro sente. Dois pontos muito sensíveis do brasileiro: um é a garantia e outra é o tamanho da memória. Outra pessoa me disse: ‘Ah, Infinix, infinito. Quer dizer que a memória é quase infinita de 256 GB, a garantia é quase infinita de 2 anos’. Então, essas brincadeiras mostram como isso pegou bem para o público. Essa é uma promoção nossa de lançamento. Não estamos falando para o futuro. O foco aqui é o Note 10 Pro, e a gente vai entregar isso nesse produto.”
Android 12 em discussão
“Ele possui o Android 11, já é uma versão atualizada. Ainda está sendo discutido com a Infinix a possibilidade de atualização. Ele tem um software – um X OS – dele próprio, uma capa da própria Infinix, um sistema operacional deles, que é uma ‘casca’, né. E isso está sempre sendo atualizado. Atualizações de segurança do Google também sendo rotineiramente feitas. Então, esse é o plano. Sobre a versão de Android, isso ainda está sendo discutido.”
“A empresa como um todo se preparou muito bem, a gente tem escritório inclusive na China, e está muito antenada com essa questão dos componentes. A gente consegue fechar grandes deals antecipadamente. Especificamente no caso da Infinix, a Transsion é o terceiro maior fabricante de celulares do mundo. Isso significa feature phone e smartphone. Então, quando a gente fala da Transsion, é o terceiro cara a sentar à mesa de negociação. Existe um primeiro. O segundo e o terceiro praticamente do mesmo tamanho. Então, há sim o impacto de falta de componentes globalmente, mas quem sofre menos são justamente os maiores. Em smartphones, a Transsion é o sexto. Também uma boa posição. Só que na hora de discutir memória e processador, discute como o terceiro. Então, o impacto para uma empresa do tamanho da Transsion é muito inferior ao que acontece para outras empresas. Uma das intenções nossas quando fizemos parceria com uma grande empresa chinesa era justamente esta: como a gente resolve a questão de cadeira de suprimentos para celulares.”
“A gente trouxe equipamentos de altíssima qualidade de fora. Fez investimentos locais, linhas novas, seguindo os critérios que a Infinix pedia. A empresa nos auditou, fizemos um grande investimento – eu não posso falar de números –, justamente para adequar e replicar o mesmo padrão de qualidade que a Infinix tem lá fora. Você vai na fábrica na China, você vai na nossa fábrica, e terá o mesmo processo rodando nos dois lugares.”
“A Positivo já vinha com essa intenção há algum tempo. Nós lançamos a parceria com a Vaio já há seis anos. Fizemos também uma parceria com a Compaq. Naturalmente, ela faz muito sentido. Porque você pega um grande player nacional, com todas as peculiaridades tributárias, continentais, regionais do Brasil e do brasileiro, então faz sentido essa aproximação tanto da multinacional conosco, como da gente com a multinacional. No caso dos celulares, ela tem acesso a uma cadeia de suprimentos muito amplo, e nós conhecemos os detalhes do povo, tributário e regional deste grande país que é o Brasil. Essas parcerias já vêm sedimentadas na Positivo há um tempo. Primeiro Vaio, depois Compaq e agora Transsion e Infinix.”
“Inicialmente, para o Note 10 Pro, a gente está trabalhando com esse grande varejista no Brasil [Via Varejo] e com a Vivo, que é uma grande operadora. Para 2022, a gente abre o portfólio para o Brasil inteiro. Nós temos contato e excelente relação com diversos varejistas e operadoras no Brasil. E este é o plano: começamos com Via – Extra e Ponto –, estamos vendendo também no nosso próprio site – meuinfinix.com.br – e também nas lojas da Vivo.”
“A gente entende que ‘uma andorinha só não faz verão’, então a gente traz para o próximo trimestre já um grupo de produtos, populando os diferentes segmentos. Um pouco abaixo do Note 10 Pro e um pouco acima dele. O Note 10 Pro é importante a gente entrar neste momento, fazer este lançamento, mostrar a que viemos, por isso trouxemos ele. Escolhemos esse produto especificamente pelas características dele. Era importante a gente ter foco neste primeiro produto. E aí, para o ano que vem, a gente começa com diversos produtos, buscando compor todo o portfólio do Brasil. Até R$ 1.000, com Positivo. Acima disso, com Infinix.”
“Eu tenho um prazer muito grande de trabalhar na Positivo. É uma empresa ágil, extremamente antenada com o que o brasileiro precisa, muito bem relacionada globalmente no ponto de vista tecnológico. A Positivo sempre vem surpreendendo com tecnologias mais recentes e sempre buscando entregar o que o brasileiro precisa, o que o nosso público precisa. É uma empresa que consegue rapidamente se adequar às necessidades do brasileiro.”
“Eu acho que é importante para o brasileiro, para o país como um todo, inclusive para os varejistas, ter uma marca adicional, uma nova marca que paga impostos, legal, que entrega garantia – neste caso, inclusive dois anos de garantia. É importante para o público, saudável para o consumidor brasileiro, o varejista e a economia como um todo, ter mais uma opção de marca e de produto no Brasil. Nós carecemos disso. Então, a Positivo traz uma opção a mais neste ano e para este mercado tão demandado. O brasileiro gosta demais de smartphone. Então, esta é a mensagem que a gente traz. O que nós estamos fazendo aqui é um bem para o Brasil inteiro, com segurança, com qualidade, pagando impostos. O mercado cresce, fica com uma concorrência mais justa, trazendo uma marca forte, com um portfólio forte como esse. Isso é o que eu gostaria de passar para os leitores.”
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